Dia 6 - Sexta-feira, 3 de Janeiro de 2020

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Quatro paredes em volta de mim. Sem saída. Paredes extremamente altas e muito curtas. Sem portas. Manchas vermelhas em todos cantos. Uma luz fraca vindo do alto. Luz que pisca constantemente, devido à má instalação. Varios corpos ao chão, e na minha frente está uma menina com manchas avermelhadas no corpo e segurando uma faca e uma arma. Eu estou todo coberto de vermelho, com uma pistola em mão.
- Olhe ao seu redor Albert!
- Por que você está me chamando de Robert? Me diga isso agora Sofia.
- Primeiro olhe pro chão e veja quantas pessoas você matou novamente! E o pior é que você me convenceu a matar pra te ajudar...
Era verdade o que ela dizia? Eu não duvidava que poderia ter feito aquilo!
- ... Agora sim posso lhe dizer o que voc quer saber: Eu te chamei do jeito que seu pai te chamava, para lhe dar um recado que ele me pediu para entregar.
Deu uma pausa, sorriu para mim e disse:
- Querido Albert, sou seu paie acredite em mim. Se tiver duvidas peça a seu tio. Mas minha vontade sobre você é: Pare a guerra!

Abro os olhos. Sento-me na cama. Por que Sofia insistia em me enviar mensagens, usando minha mente e meus sonhos? Por que insistia em infiltrar-se em meus sonhos para repitir sempre a mesma mensagem? Me mostrando tudo que eu já sei sobre meus atos. Revelando os erros neles. Me mostrando o que meu pai quer. Me julgando. Sim, era isso que ela queria! Me julgar, hoje é meu julgamento! Me levanto e me apronto para o julgamento. Coloco toda minha farda. Logo meu filho entra:
- Pai, já está quase na hora de seu julgamento. Porém antes de irmos, como eu sou seu advogado de defesa hoje, o senhor deseja algum recurso para a seção de hoje?
- Sim, a filmagem do dia que Knozzi me atacou e me torturou naquele quarto; o Soldado Daniel, que estava na equipe de buscas naquele dia em que mataram Sofia;o uso de polígrafo em mim e no Eduardo; e exijo que todos depoimentos comprovados como verdadeiros pelo polígrafo presenteiem à pessoa um aumento de patente com mérito por compromisso com a verdade.
- Sim, senhor! Me acompanhe até o local da audiência que em seguida vou providenciar tudo...
- Ah é, quase ia me esquecendo. Seu tio-avô deve depor também!
- Sim.
E assim saímos escoltados em direção a sala onde ia ser o julgamento. Eram quatro soldados à nossa volta, nos vigiando o suficiente para que não pudessemos trocar as palavras que queriamos. Apenas andavamos retos e de cabeças erguidas, em direção ao meu futuro, e talvez o de toda São Paulo. Depois de uns 10 minutos, finalmente chegamos ao local, onde me mandaram se sentar de frente ao juíz. A minha direita, meu filho e meu tio. Enquanto na direita estava Knozzi e sua testemunha, um assasino que trabalhava para ele nesses tempos de guerra. Ele já havia matado mais de 100 pessoas de uma tal lista negra do Knox. O nome dele era algo desconhecido entre todos, seu codinome era Soldado X, um assasino que poderia ser qualquer pessoa. Além disso, o "X" em seu nome era devido ao fato de que, tudo que ele faz ele usa como base o número dez. Ele só matava alguma pessoa pelo menos dez horas depois de seu ultimo crime; matava a pessoa com dez balas ou dez cortes; acendia dez velas para o morto, em um máximo dez metros de distancia do corpo. Apesar de um assasino frio e brutal, ele era totalmente calculista e sistemático.
Logo o juíz do caso anunciou o inicio da sessão. E de pronto o Soldado X se pronunciou:
- Sou Soldado X, ou simplesmente G.N., para quem não conhece as iniciais de meu primeiro nome. Sou testemunha e advogado do Senhor General Eduardo Knozzi. Quero deixar bem evidente nessa audiência que meu cliente pede que o julgamento do caso Knox versus Knozzi seja julgado na ausência de ambso.
- Isso é uma injustiça absurda! Vocês não podem aceitar esse pe...
- Silêncio, Sargento Knox! Não vim da Itália até aqui para cuidar de soldado que não sabe se portar, e sim para julgar um crime. - esse era o Major DiNatalle, vindo do derrotado exército italiano até São Paulo para julgar o caso e provevelmente liderar as tropas - O pedido está aceito, os dois serão confibados numa sala fechada, ambos algemados noa extremos opostos, enquanto o julgamento ocorre! Será Soldado X versus Cabo Augusto Knox e Major Jostein Knox.
Sendo assim, suas ordens foram brevemente cumpridas, e logo estavamos sozinhos na tal sala. Demorou muito para que alguém abrisse a boca:
- Você realmente acha que vai ganhar? O Soldado X não é só um ótimo assasino, mas também um ótimo articulador.
- Não precisamos de palavras, temos imagens que provam seus crimes.
- E quem disse que eu nã tenh...
Sendo assim, eu desenrosco minha mão da algema, pego uma sacolinha do bolso com mini-cd's:
- Essas provas?
- Filho da puta!
- Por que você tá estressado, seu advogado não era foda?
- Ele é mil vezes melhor que o seu!
- Então por que a preocupação? Será que o seu soldado não consegue salvar sua carreira sem essas provas?
- Você verá seu filho da puta! Eu vou ficar solto, e você ainda vai se ferrar muito na minha mão.
- Você é livre, Knozzi! - foi aí que eu joguei a chave da algema dele pra ele - O que você vai fazer agora? Vai me matar como sempre quis? Vai continuar essa guerra e destruir São Paulo?
- Não faço showzinho para as cameras, Sargento! Mas você ainda vai ter o que merece...
- Tudo que eu mereço é ver você morrer antes que eu morra.
Sendo assim, quatro soldados entraram para nos pegar, nos algemaram de novo e nos conduziram de volta até o julgamento. Lá chegando, fomos postos frente ao juíz, lado a lado, para ouvir a decisão:
- Boa noite, senhores! Sou o major italiano DiNatalle, e hoje fui chamado para ser juíz do caso. Iniciarei pelo acusado original, Albert Knox. O Sargento Knox está completamente livre de suas acusações, podendo voltar a ecercer seu dever de proteger o Brasil! - o alívio foi enorme - Agora ao acusador, Daniel Knozzi. General Knozzi, o senhor está condenado à dez anos de prisão pela morte e estupro da garota Sofia, à cinco anos de prisão pelo crime de tortura contra o Sargento Knox e a mais 5 pelos crimes de calunia e falsa acusação! Porém como seu cargo é de muita importância, você só cumprira pena ao fim da guerra. Final de seção.
E assim nossas algemas são soltas, e uma tiro atinge de raspão a minha barriga! Caio no chão, e vejo meu filho sacando a arma e atirando no Soldado X! Maldito Knozzi...

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Não costumo falar muito no final dos capitulos, porém queria avisar que poderei demorar mais para postar a partir de agora. Além de minha vida pessoal não estar colaborando muito, estou redigindo um outro livro. Como disse no meu perfil, eu também escrevo poemas e decidi fazer um livros com poemas. Desculpa pela demora e muito obrigado por ler.

Diário de guerra de Albert KnoxOnde histórias criam vida. Descubra agora