I.
Após aqueles acontecimentos, Jeremy, de uma forma bem distorcida, chegou à conclusão de que a voz tinha razão e que ela fazia aquilo por amá-lo. Ela esteve sozinha por tanto tempo e agora tinha o amor de um rei, uma pessoa nobre. Com certeza o amava em retribuição e só queria o que era melhor para seu amado. E como ele não conseguiu enxergar as coisas de bom grado ela teve que fazê-lo ver através da ameaça. Sim, era isso, isso mesmo.
E se a verdade era essa, devia mesmo dar uma solução para os problema futuros de Hastabur, afinal de contas, o bem-estar do reino era seu único interesse.
- Reúnam a assembleia popular aqui no castelo o mais rápido possível. - Pedira o rei para os mensageiros.
Jeremy estava eufórico. Queria ajudar o reino a se manter em paz e já tinha em mente o que seria necessário.
Três dias de passaram desde o chamado do rei e agora a assembleia estava toda na sala de reunião do castelo, junto a ele e ao líder da guarda real. Desde que foi criada, essa era a terceira vez que ela era reunida, mas a primeira a pedido do rei.
Na primeira vez se juntaram apenas por mera formalidade, a guerra havia acabado há pouco e as coisas ainda estavam se normalizando. Conversaram por cerca de duas horas, apenas para se conhecerem melhor e saber quais eram as expectativas de cada um para o futuro do reino.
Já na segunda vez, a reunião trouxe a tona assuntos mais variados, desde a reconstrução das vias e pontes que foram destruídas durante a guerra até a criação de novas escolas.
Porém, desta vez era diferente, o rei os havia convocado. Algo importante estava para acontecer e ele queria que soubessem primeiro, ou talvez quisesse a opinião deles. Não sabiam ao certo o que estava por vir, mas todos ficaram entusiasmados com o chamado do rei. A vida estava voltando ao seu ritmo normal.
- Primeiro gostaria de agradecer a presença de todos aqui. - Disse Jeremy e todos balançaram a cabeça para retribuir o agradecimento do rei. - Bem, irei direto ao assunto, quero que vocês prestem muita atenção, pois estive pensando bastante e acredito que minha decisão será benéfica para todos.
Todos estavam excitados com as palavras do rei. As pernas balançavam freneticamente embaixo da mesa, mãos eram esfregadas.
- Como disse, andei pensando bastante e cheguei a conclusão de que Hastabur está fadada a ruir. - Neste momento todos se entreolharam com espanto, o que o rei estava dizendo? - A não ser que eu intervenha. Então, para manter as economias do povo sãs irei criar um imposto que todos os cidadãos deverão pagar ao reino.
- Mas, majestade...
- Como disse, pensei muito e estou protegendo o futuro do povo. Os chamei aqui para que digam às pessoas de suas respectivas cidades que trabalhem dignamente e que esse imposto entrará em vigor daqui dois meses no valor de 30 moedas de ouro. Estejam cientes de que faço isso apenas visando o bem de Hastabur. Vi com meus próprios olhos a desgraça e não gostei nada.
- Majestade, nunca tivemos impostos em Hastabur, porque ter agora?
- A guerra trouxe malefícios maiores do que apenas a morte dos que estavam lá. Façam o que peço, avisem a população. Estou decidido.
Assim o rei saíra da sala.
- Ele está ficando louco. - Dissera um dos membros da assembleia. - Isso não faz o menor sentido. As pessoas de Hastabur ficarão furiosas ao saber disso. Como fazer isso com as pessoas que ajudaram a defender e a construir este reino?
- Ele está convicto do que está fazendo. Devemos respeitar a opinião do rei, talvez ele saiba de algo que nós não. - Disse outro.
- Ele nem ao menos nos deixou opinar. Do que serve essa assembleia afinal de contas se nem ao menos somos ouvidos para as decisões que englobam toda Hastabur? - Indagara um terceiro.
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A dama de amarelo
HorrorO rei Jeremy é conhecido por sua generosidade e justiça. Homem nobre e fiel aos seus princípios ele entra na guerra contra Keshvi e os Descendentes das Trevas para que a paz seja restaurada em Hastabur. No entanto, um objeto misterioso encontrado no...