Capítulo 8 - Eu estava apaixonada!

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No dia seguinte eu acordei muito animada, eu estava feliz e agora eu sabia, eu estava apaixonada, Rodrigo Melo tinha entrado na minha vida tão de repente e mexido comigo de uma maneira que mais ninguém conseguiu. E não importava se era proibido ou se eu o conhecia há pouco tempo.

Eu estava ansiosa para contar Giulia, mas é claro que eu pediria para ela guardar segredo e de preferência não contar a Otavio, que bem ele podia já ter me esquecido, mas eu não gosto de magoar outras pessoas.

Fui para a escola muito animada e decidi algo.

– Ros, Nic. – eu os chamei na aula depois do intervalo. – Estou pensando em dar uma festa de Halloween.

– Que Máximo. – disse Nic.

– TE ADORO GAROTA, isso vai ser maravilhoso. – disse Ros.

– Então imagina, chama todo mundo da escola, eu vou chamar uns amigos meus de Siena, então podemos chamar DJ, encomendamos doces, mas eu vou precisar da ajuda de vocês na decoração e nos convites. – eu disse listando tudo a dedo.

– Pode contar a gente.

– O que aconteceu com você? Viu o paraíso ontem à noite?

– Ainda não Ros, mas estou muito feliz, então certo, agora eu vou falar com o Rodrigo e começamos a preparar tudo. – eu disse animada.

Mais tarde voltei para casa e passei a tarde programando a festa, Peter e Aline também iriam me ajudar e ficamos a tarde toda falando sobre isso. Peter não queria que eu chamasse Thomas, mas era necessário, eu queria chamar muita gente, fazer uma festa de verdade, afinal eu nunca tinha feito mais do que uma festinha pequena para os amigos.

Já era noite quando eu vi o carro do Rodrigo entrar, fechei a janela e corri para a escada, esperei nos últimos degraus ainda no andar de cima, ele não demorou a entrar e eu comecei a falar.

– Oi Rodrigo, eu preciso falar com você, é uma coisa legal, bem todo mundo gostou da ideia e... – parei de falar ao ver que ele estava com alguém. Uma mulher ruiva. – Quem é?

– Jane está é Giulieta e Giulieta está é Jane, eu... Estou saindo com ela. – ele disse naturalmente, mas sem olhar para mim.

– Ah... É... Eu... – eu fiquei sem fala, como em uma noite ele quase me beija e em outra ele diz que está saindo com outra pessoa. Eu desci as escadas devagar, a mulher alta e ruiva sorria para mim, ela tinha lindos olhos verdes e tinha mais corpo que eu, ela era mil vezes mais bonita do que eu e fez eu me sentir um ser insignificante.

– Você estava falando. – disse Rodrigo gesticulando para que eu falasse e não ficasse enrolando.

– Eu quero fazer uma festa de Halloween. – eu disse insegura e bem menos animada.

– Ah é isso, tudo bem, desde que você consiga organizar tudo. – ele disse dando de ombros.

– Eu estava te esperando para jantar, mas já que... Você já tem companhia, eu vou tomar um iogurte e vou dormir.

– Ta legal.

– Boa noite. – eu disse depois que peguei o iogurte e fui para o quarto. Eu fiquei lá trancada o tempo sentada na minha cama sem reação, mas por dentro eu queria gritar, gritar com ele e com ela, eu queria conseguir fingir que não sentia nada por ele e que não me importava que ele estivesse saindo com aquela ruiva tipo modelo e não comigo um ser de 16 anos cheio de inseguranças e tragédias no currículo. Eu ouvia as risadas dos dois e ficaram ainda mais audíveis quando eles foram para o quarto. Por sorte Peter foi me fazer companhia, ele entrou no quarto e eu continuava lá naquela posição, sentada na cama olhando para o nada.

– Giu você está bem? – perguntou Peter se sentando ao meu lado.

– Já gostou de alguém que quando você olha para esta pessoa você pensa "Eu nunca vou ser bom o bastante pra você". – eu disse triste, Peter me olhou tristemente.

– Sinto isso todo dia. – ele disse olhando para mim e pegando em minha mão. Eu me surpreendi com aquilo, então os sentimentos de Peter para mim eram mais do que como um irmão, não... Não podia ser.

– Pet... – eu sussurrei.

– Tudo bem, eu só me surpreendo por você gostar logo dele. – disse Peter levantando uma sobrancelha.

– Pet... – eu disse novamente, meus olhos lacrimejaram ao pensar que seria tão mais fácil se eu gostasse do loiro que eu considerava como um irmão. Suspirei. – Está tão na cara assim?

– Eu percebi pelo jeito que você começou a olhar pra ele de uns tempos pra cá. – ele disse pensativo. Afagou o meu cabelo e me abraçou. – Você sabe que sempre pode contar comigo que eu nunca vou te magoar não sabe.

– Obrigada Pet, eu também te considero muito. – eu disse o abraçando forte.

Passamos a noite jogando Nintendo e mexendo no computador e quando a diversão de Rodrigo no quarto ao lado começou a incomodar aumentamos o som quase no máximo e dormimos com o colchão no chão e tudo muito bagunçado.

No dia seguinte começava os preparativos para a festa de Halloween. Ros fez o design do convite e imprimiu muitos deles, Nic, Pet e eu também. Eu mergulhei de cabeça na preparação daquela festa tentando ignorar Rodrigo que toda noite levava uma garota diferente para casa. Nós estávamos nos distanciando, eu já me arrependia de ter cedido naquela "aposta". Conseguimos entregar todos os convites, decidimos o dia e o horário, sem hora pra acabar é claro. Encomendamos doces e salgados, muitas bebidas e começamos a fazer as listas de musicas. Eu chamei Giulia, Luke e Otavio, conversei com os pais deles e eles concordaram em deixar os filhos passarem alguns dias na minha casa, Rodrigo também concordou afinal ultimamente ele não ligava mais para o que eu fazia e deixava de fazer.

Com os dias passando eu já nem reparava mais com que garota Rodrigo estava naquela noite, se era ruiva, loira ou morena, se era magra, esquelética ou puro osso, se tinha nariz fino, de batata ou cirurgia plástica malfeita, eu já não me importava, algumas vezes ele passava a noite fora e voltava sempre muito tarde, não me levava para a escola, mas eu sempre lhe deixava um remédio e um copo de água na cômoda ao lado de sua cômoda, pois não podia fingir que não me importava com ele.

Eu voltava da escola sempre com Peter, Ros, Nic e mais metade da escola que tinha ficado animado com a ideia da festa.

Mas algo me fez mudar a minha atitude passiva. Naquela noite eu fazia alguns trabalhos para entregar na escola quando Peter entrou no meu quarto.

– Já terminou? – perguntou.

– Ainda não e Rodrigo? – perguntei emburrada.

– Parece que ele está namorando.

– O que? Com quem?

– Uma loira, não a conheço, quer ver? Ele acabou de chegar.

– Sim, eu quero ver. – suspirei e desci as escadas indo até a cozinha, onde podia se ouvir a voz da garota, parecia familiar.

Entrei na cozinha e vi uma linda mulher loira de olhos azuis, alta, magra e com um sorriso bonito, com a ausência dos cabelos presos e os óculos ficava muito diferente, mas eu podia reconhece-la, minha professora de biologia, Jéssica.

– Professora? – eu disse indignada.

– Posso ajudar Giulieta? – perguntou Rodrigo, Jéssica pareceu ficar um pouco sem graça com a situação e sorriu pra mim tentando parecer amigável.

– Você é ridículo. – eu disse irritada voltando para o quarto.



Meu querido tutor. (INCOMPLETA)Onde histórias criam vida. Descubra agora