Capítulo 9 - Raiva!!

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A primeira aula era biologia. Depois de contar para Ros e Nic o que aconteceu eles me perguntaram se eu não queria matar aula.

– Não, eu quero ver a cara de pau da vadia. – eu disse irritada. Ros e Nic se surpreenderam, pois nunca tinham me ouvido falar daquele jeito.

Eu não fiz a lição de biologia naquele dia, nem as das outras matérias, eu não estava triste, eu estava revoltada. E decidi matar a aula de história.

– Giu nós temos prova. – disse Nic.

– Não me importo, vocês podem ir, eu não quero problemas pra vocês, me empresta isso aqui. – eu disse pegando o cigarro da Ros.

– Giulieta você vai me falar o que está acontecendo agora. – disse Rose apertando o meu braço, às vezes ela era muito rude. – Eu entendo que é irritante sua professora estar saindo com o seu tutor, mas isso já é demais.

– Ros... – eu suspirei. – Eu gosto dele, muito mais do que vocês possam imaginar, numa noite ele quase me beija e na outra ele está pegando varias mulheres lindas e maravilhosas, eu já passei da fase triste e decepcionada e muito bem com a ajuda do Pet, mas agora eu estou revoltada e isso não vai ficar assim. Pode me soltar agora?

– Tudo bem, eu entendo, isso é uma loucura garota e você é problemática, mas não faz nenhuma besteira, por favor, caso contrario Nic e eu vamos ficar preocupados . – ela disse com um sorrisinho compreensivo e me deixando pegar o cigarro. Eu sorri pra eles e fui à direção oposta, indo para o lugar onde costumamos matar aula, atrás da escola.

Deitei na grama e fumei uns três cigarros antes de notar que não estava sozinha. Os drogadinhos da escola também estavam lá e se aproximavam de mim.

– E ai garota. – disse a garota da turma, Ashley se não me engano. – Então é você que vai dar a festa de Halloween?

– Sim, sim. – eu disse evitando falar muito.

– Ah horror show. – disse o loiro bonitinho que parecia o "líder" deles. – Mais por que todo esse câncer?

– O que? – perguntei assustada.

– Cigarro gata. – ele disse rindo.

– Ás vezes ele consegue me acalmar. – eu disse com um breve sorriso.

– Ah, eu também posso te acalmar. – ele disse se deitando ao meu lado e se aproximando de mim.

– Não obrigada. – eu disse com um sorriso falso e ele se distanciou.

– Então a gente está convidado? – perguntou um dos outros garotos.

– Sim. – eu disse ainda sem olhar diretamente pra eles, fitava a grama, ora e outra arrancava uma folhinha e jogava para cima sem animo.

– Ai gente ela tá tão desanimadinha, por que não chamamos ela pra um role hoje à noite? – perguntou a garota.

– Topa? – perguntou o loiro. Eu pensei um pouco, sim eu sou problemática e aquilo seria um problema e tanto para o senhor engomadinho não?

– Topo. – eu sorri, embora não fosse um sorriso muito feliz.

Eu não contei aquilo nem para Nic e nem para Ros, eles não deixariam que eu me encontrasse com Ashley, Alex e os outros mais nem de brincadeira. Então fui pra casa sem muita conversa com ninguém.

O dia passou cansativo e entediante, eu estudava para as provas, fazia trabalhos e ora e outra conversava um pouco com Peter e Aline. Quando a noite chegou e Rodrigo estava com Jéssica, eu já estava pronta. Tive um trabalhão, passei maquiagem escura nos olhos e coloquei uma blusinha mais decotada, saí de casa escondido contando com a sorte e os encontrei num parque ali perto.

– Olha ela veio. – disse Ashley rindo.

– Toma gatinha, relaxa é só vodka. – disse Alex me dando uma garrafa para tomar, eu tomei a principio com receio e odiei a bebida, com o tempo ela passou a ficar menos ruim e eu comecei a ficar mais tonta. Nós cinco, Ashley, Alex, os dois amigos deles e eu riamos do nada. Eu sabia que aquilo era errado, que tudo o que eu queria era chamar a atenção e que eu estaria ferrada no outro dia de manhã e ainda mais se eu provasse algo mais forte do que a bebida. Devia ser uma 3 horas da manhã quando por sorte um carro prateado parou frente à praça.

– Entra no carro agora. – ouvi uma voz feminina gritar. Ainda tonta eu sorri para os outros quatro, revirei os olhos e subi no carro sem me importar com quem era.

– Cara eu estou tontinha. – eu dizia rindo feito uma idiota, fiz isso até sentir um tapa na minha cara.

– O que você tem na cabeça? – a imagem distorcida de Ros apareceu para mim. – Rodrigo não para de ligar para mim e para Nic, eu e minha mãe estamos te procurando há horas e foi sorte eu ter te encontrado, ou você queria mesmo se tornar uma viciada e louca como eles?

– Todo mundo me abandonou Rose, meu pai, minha mãe, Rodrigo, meus amigos eu não tenho ninguém. – eu disse ainda sem saber o que dizia, eu falava engraçado e chorava silenciosamente.

– Isso não é verdade, você tem a mim e Nic e Aline e Peter, vamos sua bêbada, você vai dormir na minha casa hoje. – disse Ros me abraçando.

Acordei com a luz do sol incomodando os meus olhos, pisquei muitas vezes até conseguir ver alguma coisa, minha cabeça doía e eu sentia ânsia de vomito. Olhei ao redor e eu estava em um quarto com paredes brancas e uma rosa pink, deitada em uma cama de casal, ao meu lado não tinha ninguém, mas logo Ros entrou no quarto trazendo um copo de água e um comprimido.

– Toma. – ela disse ao ver que eu tinha acordado.

– Obrigada Ros, que horas são?

– 10 horas.

– Perdemos a aula.

– Tudo bem, uma faltinha não vai fazer mal, Nic foi e vai nos passar a matéria. – disse Ros. – Você está bem?

– Sim, Ros me desculpe, eu não me lembro muito bem, mas sei que passei dos limites.

– Rodrigo está uma fera com você.

– Quer saber de uma coisa? Eu não me importo, a culpa é dele. – eu disse, mas logo eu pensei de novo. – Não, a culpa é minha, mas...

– Tudo bem, esquece, hoje você só tem que ficar bem, porque amanhã é sábado e a gente tem uma festa pra dar.

– Aiin sua linda, muito obrigada viu. – eu disse abraçando Ros, nós duas passamos um tempo na casa dela, tomamos café da manhã e conversamos muito.

À tarde quando eu voltei para casa um tanto apreensiva encontrei Aline muito preocupada comigo e Peter tentou ficar emburrado, mas não conseguiu, ficou falando mais de mil vezes para eu nunca mais fazer o que fiz.

– Giulieta Albertini nunca mais faça isso. – disse Peter pela milésima vez. Aline, Peter e eu estávamos na cozinha conversando, eu ainda não tinha visto Rodrigo.

– Eu sei Pet, não vou e você já disse isso. – eu disse risonha.

– Querida nós três ficamos muito preocupados, Rodrigo mandou Jeéssica para casa, ligou para meio mundo procurando por você.

– Desculpa gente, de verdade, foi horrível, eu odiei e talvez...

– Eu sei menina, você queria chamar a atenção, nós te desculpamos. – disse Aline passando a mão em meu ombro.

– Obrigada Aline. – eu disse sorrindo.

Mais tarde eu subi as escadas para ir ao meu quarto e encontrei Rodrigo no corredor.

– O que você tem na cabeça? – ele perguntou irritado.

– Desculpe. – foi à única coisa que consegui dizer, eu olhava para o chão. Ele estava muito irritado.

– Estou muito decepcionado com você. - ele diz, sem gritos, sem castigo, fazendo com que eu me sentisse culpada e muito pior do que eu estava antes.

– Certo, eu... Eu vou pro meu quarto. 


Meu querido tutor. (INCOMPLETA)Onde histórias criam vida. Descubra agora