Capítulo 40 - Ayra

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Cinco minutos, foi o tempo que Emma levou para sair da sala do diretor Rods, ela parecia mais calma, parecia, o que não queria dizer que estava. Respirei fundo e me levantei de uma das cadeiras da sala de espera, Emma passou por mim reto sem falar nada, eu segui logo atrás sem falar nada afinal, ela está quieta e quero que continue assim então fiquei na minha que era melhor pras duas.

Estavamos no carro e durante o percurso Emma não abriu a boca uma vez sequer, nem mesmo pra chamar minha atenção ou coisa do tipo o que me deixou alerta, se ela estava calma lá vinha bomba. Dito e feito, assim que entramos em casa ela fechou a porta e se voltou pra mim.

_Você por um acaso tem merda na cabeça? -seu olhar transmitia toda a sua raiva- onde já se viu, uma cobra.

_Eu diria que tenho criatividade na cabeça -comentei sorrindo mas parei assim que olhei Emma, ela estava no estágio 5 de raiva por minha causa- ou talvez eu tenha merda mesmo.

_Ayra pare de gracinhas, o assunto é sério -seus pés batiam com certa força e velocidade no piso

_Não tem como eu ficar séria com você assim, dá vontade de rir e é difícil me controlar -pior que era verdade, a situação toda só me fazia ficar com mais vontade ainda de rir

_Acho bom você melhorar isso, e aprender a se controlar bastante.

Engoli seco, o que ela queria dizer com isso?

_Porque eu faria isso? -falei calmamente tentando pensar em uma coisa feliz como me controlar para não ir mais uma vez na montanha russa

_Porque esse feriado promete ser bem longo, -dessa vez ela sorriu pra mim- vamos nos divertir muito, com a mamãe.

Ok, estou bem! Não tem mal algum na frase, talvez as palavras feriado-longo-mamãe me assustem um pouco se usadas na mesma frase, mas esse não é o problema certo? Cinco dias que deveriam ser usados para descanso prometendo se tornar um filme de terror chamado Feriado longo com a mamãe.

Me dei conta de que estava sozinha quando sai do meu transe, até o momento eu estava fixada no centro da sala totalmente pálida e sem voz ainda tentando assimilar três palavrinhas enquanto Emma subia para o seu quarto rindo a beça.

Merda, merda e mais merda! É assim que minha vida anda, uma merda!

Subi logo atrás um pouco desesperada, ela estava de brincadeira com a minha cara né, só pode, ela sabe como é minha relação com a Theresa e sabe tambem como é nossa convivência no mesmo ambiente por muito tempo, ou a merda da minha cabeça migrou para a dela ou isso tudo fazia parte de um plano suicida do qual fui cotada para ser a atriz principal sem saber.

_Você tá blefando né Emma, pelo amor de Deus, me diz que ta blefando? -pedi em completo desespero assim que entrei no quarto

_Não Ayra, isso não é blefe, são apenas as consequências dos seus atos -ela estava com tanta pressa que já ate arrumava a mala- eu já ia passar o feriado lá com eles mas ia te deixar aqui, acontece que você agiu com imprudência na escola e nada melhor para castigo do que fazer você ficar uma semana inteirinha com a mamãe.

_Eu não vou! -cruzei os braços em descontentamento- não sou obrigada a compactuar com esse seu plano.

_Na verdade você é, e não tem escolha a não ser ir pro seu quarto arrumar as malas, o vôo sai hoje a noite -ela me empurrou para fora do quarto- e nada de atrasos ou você vai com a roupa do corpo mesmo.

Que maravilha, eu agora era obrigada a ir a um passeio desagradável sem poder dizer nada. E os meus direitos onde ficam? Certamente em uma pagina que Emma rasgou e queimou. Eu realmente não tenho escolha, vou ter que embarcar nessa sem raclamar e não a nada que eu possa fazer para... espera ai, tem uma forma sim.

Um Simples Amigo, Um Grande AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora