Capítulo 44 - Ayra

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Ainda era estranho andar por aquela casa tão silenciosa, ainda mais pela manhã, estava tudo uma paz. Dei alguns passos quase que arrastados e parei, dei três leves batidas na porta e adentrei.

_Pai? Posso te incomodar um pouco? -ele levantou o olhar em minha direção

_Você sabe que nunca me incomoda pequena -estava lendo encostado na cama, abriu um sorriso assim que me viu e eu me enchi de felicidade

_Acho que eu não sou mais tão pequena -fui ate ele e lhe beijei o topo da cabeça

_Não importa seu tamanho ou idade, você sempre sera a minha pequena! -ele afagou meu cabelo

_Eu sei, -puxei uma cadeira ao seu lado- você não sabe o quanto senti sua falta.

_E eu minha filha, não estava mais aguentando de saudades -ele me deu um leve empurrão- essa casa fica muito vazia sem você!

_Eu estava percebendo isso -observei- na verdade queria ter te visto ontem mas você sabe, tinha muita gente nesse quarto.

A verdade é que Theresa e meu pai conversaram por um bom tempo, discutiram na verdade a meu respeito, meu pai sempre tentando manter a paz na casa e Theresa gritando pra quem quissese ouvir sua insatisfação com minha presença. Achei que não era o melhor momento pra matar a saudade então resolvi voltar depois.

_Ayra, já conversamos sobre isso inúmeras vezes -seus olhos me cercaram e uma pontinha de culpa me tomou- vocês são mãe e filha, não podem conviver como dois animais selvagens, são como cão e gato agindo por instinto.

_Eu não acho que nossa relação seja um Grande problema -sua expressão se tornou dura- ou talvez seja -ele continuou me encarando- é como você disse, somos como cão e gato.

_Mas lembre-se que existem cães e gatos que vivem em harmonia -um sorriso presunçoso nasceu em seus lábios- e eu espero que você e sua mãe um dia cheguem a ser estes.

_Esperar não é conseguir, mas não vou destruir seus sonhos -sorri de volta- agora o que acha de falarmos de outro assunto?

_E do que deseja falar? Sobre o Jonas voltar a te procurar? -sua expressão agora era preocupada

_Como...

_Sua mãe me contou -arquei uma sombrancelha- porque Emma contou a ela que você estava recebendo ligações dele.

Era só o que faltava, agora minha vida pessoal era de controle público e familiar. Eu não faço a mínima ideia de como Jonas conseguiu o meu número, o fato é que agora ele me liga sempre de vários numeros diferentes porque o original dele eu bloqueie, se tem uma coisa que realmente me impressiona nele é sua persistência, a criatura não desiste. Eu resolvi fingir que não recebi nenhuma dessas ligações mas pelo visto Emma estava mais atenta a minha vida do que eu pensava.

_Não é nada com que deva se preocupar, Jonas não faz parte da minha vida e vai ter que aceitar esse fato uma hora ou outra -murmurei

_Espero que você tenha razão porque se esse garoto continuar te perturbando vou tomar minhas providencias -ele fez cara de mal e eu comecei a rir- você sabe que temos uma ilustre coleção de afiadíssimas facas de cozinha.

_E sabemos usá-las! -me juntei a ele na brincadeira

_Lembre-se que sempre que precisar pode me chamar para dar uma lição nesses garotos abusados, eu estou de olho ne todos eles -papai sempre foi ciumento, ainda mais quando era comigo que era a sua princesinha

_Não vou me esquecer disso, prometo!

_A começar por esse garoto que veio com você, eu estou bem esperto com ele -arquei uma sombrancelha- e ele também pode ficar esperto, comigo é assim, filha minha tem que batalhar para conquistar e se bobear come terra.

Um Simples Amigo, Um Grande AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora