Cap. 5

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Acordei, lutei com o despertador, e repensei 50 vezes sobre como ia me desculpar com meus amigos.

Era orgulhosa demais para tentar com Caio, mas ia tentar com Beth, depois esperar as coisas se acertarem aos poucos.

×××

Ao chegar na escola, procurei o rosto de Beth na multidão. Meu choque foi vê-la com Vv, de salto alto, maquiagem e... cabelos castanhos? Não, essa não era minha melhor amiga deprimida e divertida. Corri até Caio.

- O que aconteceu? - perguntei.

Ele deu de ombros.

- Ela apareceu assim na escola hoje.

Dei as costas para ele. Andei até Beth.

- Oi? - falei.

Ela se virou para me olhar. Vv interrompeu.

- Hã, oi e tchau querida. - falou.

- Hã, não falei com você. - respondi - Beth?

- Ela não fala com excuídas. - Vv interrompeu de novo.

De novo excluída! De novo aquela palavra.

Entrei na escola morrendo de raiva. Bati a porta do banheiro ao entrar. Lágrimas de raiva escorreram pelo meu rosto. Depois de uns minutos, sequei as lágrimas e fui para a sala.

Quando o sinal tocou, todos entraram na sala me olhando e rindo.

- Vivi, você tem razão. - alguém falou rindo.

- Eu sempre tenho razão. Eu sei quando nenês choram.

Minha paciência acabou. Me levantei da classe e gritei:

- Pode parar Vivi, senão viro sua cara num tapa, DE NOVO!

Ela calou a boca, o que bastou. Só tinha um porém: o professor havia acabado de entrar na sala.

- Laura, para a diretoria, já! - falou, apontando em direção à porta - que modos são esses?

Peguei minha mochila e saí. Outra cartinha por maus modos. Eu ia quebrar a porta da escola desse jeito.

×××

Quando a aula acabou, fui para casa. Minha mãe pirou com a 3°carta este mês. Ignorei e saí de casa. Já havia comido mesmo.

Fiz a primeira coisa que me passou pela cabeça, fui ao shopping. Pulei a fila de crianças que estavam esperando para ver o papai noel e fui até ele.

- Preciso desabafar.

- Ho ho ho - riu - primeiro a fila.

Argh!

Voltei e esperei séculos para vê-lo. Finalmente chegou minha vez, por isso me apressei.

- Preciso de amigos de verdade! - gritei.

- Bom, querida, para isso, precisa encontrá-los. - falou.

Fiquei esperando mais.

- Só isso? - falei, ao que ele assentiu - esperei séculos para isso? Bom, é isso que dá conversar com um papai noel de shopping!

Virei as costas e saí. Nem prestei atenção pasa onde estava indo. Esbarrei em alguém e caí. Era uma garota ruiva.

- Desculpe. - ela falou.

Reconheci aquela voz.

- Lisa? - perguntei.

- Laura? - ela falou, me reconhecendo - o que está fazendo aqui?

- Eu me mudei pra cá.

- Ironia. Eu me mudei logo depois que você, exatamente para o mesmo local. Não é divertido? - falou.

- É. Mas como não te vi antes?- argumentei.

- Eu estudo em uma escola meio longe do centro. - ela falou - e você?

- A minha é exatamente o oposto - disse e rimos

Conversamos um tempão, assim retomando a amizade de antigamente. Lisa foi até a minha casa, que era no bairro dela, ironicamente. Minha família ficou muito feliz em saber que ela e sua família estavam morando por lá.

Quando ela foi embora... eu havia encontrado um amigo de verdade.

Um Pequeno Conto de Natal (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora