Cap.5- Brigas

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- Eu estou enriquecendo bem rápido.- disse Ryan.- Logo, Logo não vou mais depender de meu pai.

- Nós.- corrigi.

- O quê?

- Nós estamos enriquecendo bem rápido.- repeti, séria.- Eu estou cobrando as dívidas para você e conseguindo o dinheiro.

Já fazia 2 semanas que estávamos cobrando as dívidas dos devedores. Nas verdade eu estava fazendo isso, enquanto Ryan só ficava com a bunda sentada no sofá esperando eu chegar com o dinheiro.

- Ah, sim. Com certeza.- disse sem-graça.

Eu estava na casa dele mais ou menos 3 horas. Estávamos vendo a possibilidade de eu comprar alguma moradia para ficar na Vila, pois estava sendo muito cansativo ir até minha casa na floresta e voltar todo dia.

- Mas, então, tem algum lugar disponível?- perguntei, ansiosa.

- Kyra, não acho que seja uma boa ideia você vir pra cá.

- Eu poderia saber o porquê?

- Porque todos aqui te consideram uma aberração...Você assassinou seu próprio pai e...- Ele continuou dando um monte de outros motivos, mas aquela palavra estava ecoando em minha cabeça.- Entendeu?- disse estalando os dedos em frente meus olhos.

- Hein? Ah sim...entendi.

- Preciso que você faça mais um trabalho hoje.- disse sério.

- Hoje não, Ryan. Tenho planos pra ficar descansando. Estou exausta dessa semana.

- Então "desmarque" esse compromisso tão importante.- disse irônico.- Porque hoje, você têm que trabalhar.

Aquilo pra mim, era a última gota. Já bastava ele ter me chamado de "aberração". Agora quer me dar ordens?

"Já chega." pensei.

- Não. Eu não vou trabalhar hoje.- insisti.

Pelo jeito, minha rebeldia também era a gota da água para ele, pois Ryan ficou vermelho igual Pimenta dedo-de-moça.

- Você vai trabalhar sim.

- Não, não vou.

- EU SOU SEU CHEFE E VOCÊ FAZ OQUE EU MANDO, KYRA!- ele gritou, algo que me deixou mais nervosa ainda.

Levantei da cadeira e andei lentamente até ele, que se encolheu em um canto da parede.

Aproximei minha boca de seu ouvido.

- Ninguém manda em mim. Muito menos você, idiota.- sussurrei.- Eu não vou trabalhar hoje e ponto.

Dei meia volta e fui em direção a porta. Já estava farta daquela discussão besta.

Antes que eu sequer pusesse minha mão na maçaneta, Ryan veio correndo em minha direção com um vaso de vidro.

Sorte que eu tenho reflexos ótimos, porque caso contrário, nem sei se teria sobrevivido para contar a minha verdadeira história.

Virei-me na hora que ele ia acertar aquilo na minha cabeça e lhe dei um soco, direto no estômago.

Ryan deixou o vaso cair e se contorceu de dor.

- VAGABUNDA! Você merece morrer!- ele disse e eu ri.- Você é minha funcionária, devia fazer oque eu mando, não oque você quer!

Fechei minha cara no mesmo instante.

- Não sou funcionária de ninguém. Eu estava te fazendo favores por um preço razoável, retardado. Nós éramos sócios.- falei e abri a porta.- E agora, eu me "demito", já que você acha que sou sua funcionária, e não faço mais favores pra você nem a pau!

Saí na calada da noite e as últimas coisas que escutei aquele babaca dizer, foram: " VOCÊ VAI ME PAGAR!" ou algo parecido.

***

Minha cabana ficava bem longe de CrossVille e estava fazendo um frio de matar lá fora. E, para minha desgraça, eu estava com minha roupa de caça. Ou seja, um top e uma calça rasgada.

Comecei a pensar em meu passado e se realmente valeu a pena ter matado meu pai. Se algum dia eu poderia voltar a ser respeitada, ou melhor, começar a ser respeitada pelas pessoas, e não ser mais tachada de aberração e coisas do tipo. E imaginei como teria sido meu futuro se eu não tivesse cometido aquele homicídio.

Fui trazida de volta a realidade com barulhos que haviam perto do local onde eu me encontrava.

Andei até os mesmos e o vi. Pelo jeito, havia encontrado seu jantar, um veado. Depois de anos, que pareciam séculos, procurando aquele monstro, eu finalmente o havia encontrado, e ele não fugiria tão fácil assim. Não de mim.

Nossos olhares se encontraram. Ele estava em cima de apenas 2 patas. Isso só reforçava a ideia de que aquele animal não era um lobo, e sim, um lobisomem. Assim que me viu, uivou e começou a correr, para dentro da floresta.

E eu, como uma "boa" caçadora, fui atrás.

***

Quando chegamos em um certo ponto daquele matagal com árvores, eu nem sabia mais onde estava. O animal parou a uns 20 metros de mim. Fiz o mesmo, parei. Saquei uma de minhas pequenas facas de meu cinto, porém, antes que eu pudesse me mover e fazer qualquer gesto, fui acertada por algo.

Coloquei a mão em meu pescoço, e vi que era um dardo. Um dardo tranquilizante.

Notinha da autora: Oie! tudo bem com vocês galera? Espero que sim.

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Bye Bye e até o próximo capítulo. :) :) :)

Próximo capítulo: 15/01/2016.

Caçadora: "A Verdadeira História Da Chapeuzinho"Onde histórias criam vida. Descubra agora