Uma ordem que jamais iria ser proclamada...
Ajoelhei-me no chão e concentrei-me na Morte. Pensamentos horríveis vieram a minha mente. Crianças sendo mortas, famílias chorando pelos seus parentes mortos na guerra, e várias outras coisas.
Até que ouvi uma voz.
- Olá criança.- disse Zara.- Vejo que já se decidiu sobre seu destino.
Olhei para cima. Sua aparência estava...meio diferente desde nosso último encontro.
Desta vez, ela usava um vestido curto, na cor vermelho sangue. Seus longos cabelos, antes escuros, estavam loiros e presos. Ela usava também, saltos gigantes, fazendo-a parecer uma adolescente de 17 anos, mimada.
"Pelo jeito, até a Morte pinta o cabelo." pensei, o que me fez sorrir.
- Ah, é claro que sim.- respondeu Zara, quase como se ouvisse meus pensamentos.- Até um ser tão poderoso como eu precisa renovar a cor.
Levantei-me do chão e a encarei.
- Queria que fosse mais fácil, querida. Que fôssemos apenas mãe e filha comuns. Mas, era ou você ou o poder. E, sabe, preferi o poder. Afinal, oque você poderia me oferecer? Apenas choro e decepção.
Aquele comentário despertou a fúria em meu interior.
- Vamos acabar logo com isso.- falei entre os dentes.
- Não, não, não. Antes, eu quero fazer uma coisa.- ela disse e Simon saiu do local onde estava escondido.
Suas mãos estavam em torno de seu pescoço, como se uma força invisível o sufocasse.
Uma força invisível não. Zara.
- Larga ele sua bruxa!- gritei e ela apenas fez um gesto e o rosto de Simon ficou mais e mais vermelho.
- Vejo que escolheu o caminho difícil, querida.
A raiva e o ódio transbordavam em meu interior. A única coisa que eu queria era que aquela vadia louca sumisse de uma vez e nunca mais atormentasse ninguém.
- Solta ele, sua puta!- berrei mais alto.
Ela fez um gesto e o corpo de Simon foi lançado na árvore mais próxima. Larguei minha espada e cheguei perto de seu corpo, para ver se ele estava bem.
- Simon...- sussurrei. Ele estava respirando, mas ainda estava extremamente vermelho.
- E-eu vou ficar bem...enfrente-a.- disse olhando em meus olhos.
- Vou voltar.- sussurrei em seu ouvido e beijei seus lábios.
Puxei seu corpo para atrás de uma árvore próxima e o larguei lá, sobre os cuidados de Dalila.
- Você vai pagar.- ameacei.
- Eu? Acho que não.- ela respondeu e riu maliciosamente.- Você parece muito confiante hoje.
- Oque há de errado em ser confiante?- respondi, rude.
Meu sangue fervia. Senti uma dor em meu estômago e a terra ao nosso redor começou a se mover. Corpos que aparentavam estar enterrados ali há anos se levantaram, como zumbis.
- Oque é isso?- perguntou minha inimiga, surpresa.
- Meus súditos.- respondi. Mas a verdade, era que eu não fazia ideia.- Agora, "querida", vais sofrer por tudo que me fez e a todas as outras pessoas. Ataquem!
Assim que ordenei, os vários corpos começaram a andar em direção a Zara. Ela, porém, não ficou parada esperando a morte chegar (irônico não?), levantou sua mão e espíritos negros saíram de sua boca. Acredite, não foi algo bonito.
Nossos soldados jogaram-se um contra o outro. E eu não esperei. Empunhei minha adaga e parti pra cima da vadia que me fez infeliz.
...
- Nunca irá me derrotar, Kyra! Eu não tenho medo de você.- ela disse e desapareceu, reaparecendo atrás de mim.
Meus reflexos, agora, estavam 10 vezes mais aguçados. Algo que era ótimo, pois se ainda fossem os antigos, ela teria cravado a espada em minha coluna.
Por sorte, me virei e lhe dei um chute em seu joelho. Não houve dano, mais foi o suficiente para que eu conseguisse enfiar minha adaga em seu braço, que começou a fumegar imediatamente.
- AHHHH!- Zara berrou de dor.
- Não é pra ter medo. Respeito já bastava.- falei e lembrei de algo que havia lido em livros.
"Para que a Dona de todas as Almas e submundo morra, é necessário outra alma."
Minha única chance era enquanto ela estivesse tentando apagar o fogo que agora saía de onde estava minha adaga.
- Que todos que sofreram por sua causa, sejam felizes!- gritei e enfiei minha espada em seu coração ao mesmo tempo que enfiava em meu abdômen.
O tempo pareceu desacelerar, assim como toda guerra que ocorria a nossa volta. Todos pararam, como estátuas. Pude ver Sebastian ajudando Simon e Dalila lutando contra um espírito da Morte.
Minha mãe estava em minha frente, se desfazendo em cinzas.
- Você irá me pagar, Kyra! Eu voltarei, e você será destruída pela sua irmã...- disse Zara, enquanto desaparecia.
- Como assim? Que irmã?- perguntei, mais ela já havia se dissolvido em névoa.
"E agora?" pensei antes de ser envolvida com uma massa preta e ser transportada para um lugar desconhecido.
Nota da autora: Oi gente! Tudo bem? Espero que sim. Bom, fiquei impressionada com esse capítulo. Oque vocês acharam?
Comentem. Adoro o comentário de todos vocês.
E não se esqueçam da estrelinha, ela é muito bem vinda.
Bye Bye e até o próximo capítulo. :)))))
Próximo capítulo: 21/03/2016.
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Caçadora: "A Verdadeira História Da Chapeuzinho"
Manusia SerigalaQual é a imagem que temos da Chapeuzinho Vermelho? Uma garota meiga e gentil, que foi abordada pelo lobo- mau enquanto levava doces para sua avó. Mas, será que essa é a verdadeira realidade? Ao longo dos anos, a história foi distorcida e adaptada p...