Michael tinha suas mãos enfiadas bem no fundo de seus bolsos, enquanto ele escutava o som vindo da cidade e o som suave da conversa de Clémence e Luke. Os estômagos de todos estavam preenchidos com pizza gordurosa, enquanto eles caminhavam as poucas quadras até o hotel.
A noite estava até quieta, e havia apenas o zumbido suave de pessoas caminhando até suas casas com as bochechas rosadas e jaquetas apertadas próximas a seus corpos. Luke estava com uma touca preta deixando seu cabelo para baixo e sua cabeça aquecida; suas mãos estavam no seu casaco feito de tricô enquanto ele discutia qual era o melhor álbum do Blink-182 com uma menina de quatorze anos de idade.
"Neighborhoods foi, de longe, o melhor. Não se atreva a dizer que você não ama Wishing Well," C balançou a cabeça enquanto eles desciam a rua, pela calçada, próximos um do outro. Até mesmo seus passos estavam em sincronia um com o outro.
"Chesire Cat é o começo de tudo. Álbuns de debut têm que ser o número um, não me envergonho disso," Luke a corrigiu.
"Você nem tinha nascido quando ele foi lançado!"
"Muito menos você!"
Michael revirou seus olhos enquanto ele escutava a conversa dos outros dois. Ele continuou a alguns passos atrás dos dois, não querendo lidar com os dois punk rocks discutindo. "Icon vai ser sempre o superior," ele concluiu, assim que abriu as portas de vidro do prédio de hotel, onde eles estavam ficando.
Clémence fez uma careta, também rolando seus olhos dramaticamente enquanto ela entrava no edifício aquecido do hotel. Ela prendeu seu cabelo em um rabo de cavalo e envolveu seus braços em torno de Luke, "eu não quero que você vá embora já."
Ele riu, olhando para baixo para ela, "eu tenho uma vida para viver."
"Você não pode tratá-lo como um filhote de cachorro," Michael finalmente falou.
"Papai, por favor, podemos ficar com ele?" A garota mais nova provocou, andando até o elevador e levando o rapaz de quase dois metros com ela.
"Quer dizer, se você quiser subir e só ficar conosco, você pode," Michael ofereceu, olhando para baixo, para suas botas sujas.
Luke deu um pequeno riso, "talvez eu fique um pouco então."
Michael caminhou à frente dos dois, clicando na flecha brilhante do elevador. Ele estava tentando se lembrar de o quão bagunçado estava o quarto onde estavam. Os dois Clifford's tinham a tendência de fazer uma bagunça completa e total em qualquer lugar que estivessem.
"Eu estive assistindo essa comédia nova na HBO chamada Girls e eu fiz o Papai assistir comigo ontem à noite," Clémence contou para Luke assim que eles entraram no elevador, "ele amou."
"Eu não! A cada minuto tem uma cena onde eles estão fodendo. Eu nunca mais vou assistir aquilo," Michael adicionou. Os olhos escuros dele ainda estavam grudados em seus sapatos, e suas mãos continuavam aquecidas em seu bolso. Ele estava irradiando uma energia desconfortável.
Luke riu, "eu topo fazer qualquer coisa, contanto que seja com vocês."
Michael olhou de volta para Luke; por muito tempo, o garoto magrelo havia sido a razão de viver de Michael. Ele era a fonte que puxava Michael de onde ele estava, da beirada; ele era a luz na escuridão da mente dele.
Luke sorriu para Mike, e ele sorriu em resposta.
Já no quarto do hotel, os três estavam sentados na cama, assistindo a HBO no MacBook da Clémence. Ela estava com seu pai no lado direito, e o pai honorário no lado esquerdo, enquanto ela passava pulando os primeiros seis minutos de cenas de sexo.
"É muito estranho assistir com vocês dois," ela disse, erguendo o volume.
"Você é quem está controlando o computador. Nós poderíamos estar assistindo Freaks & Geeks, mas não," Luke suspirou, apoiando seu corpo de uma maneira que ficasse de lado.
Michael reconheceu a cena que ele estivera sentindo falta por tantos anos. Da primeira viagem que eles fizeram para a Califórnia, e quando Luke ficou com dois joelhos machucados, depois de ter brincado de pega-pega bem cedo na manhã.
Em cada momento de sua vida ele desejou compartilhar esses momentos com alguém, e ele estava quase lá. Ele estava tão perto de encontrar a peça faltando de seu quebra-cabeça, e nem mesmo sabia disso.
Mike se encostou novamente no seu travesseiro, tentando não ser o primeiro a adormecer.
C era uma boa filha na maior parte do tempo, mas ela também era uma criança, assim como Michael (no coração). Se ele dormisse, ela possivelmente escreveria 'gay af' na sua testa com a caneta mais permanente que ela pudesse encontrar. Essa era simplesmente quem ela era, e Michael amava – e às vezes odiava – ela por isso.
Luke soltou pequenos risos nos momentos certos da série; ele não estava realmente prestando atenção ao que passava, mas sim prestando atenção ao momento.
Do barulho de hum vindo do radiador, do laptop, que se ligava e desligava, até a respiração da menina de quatorze anos a seu lado. Ele assistia a maneira como os olhos de Michael caíam fechados, mas rapidamente se abriam assustados, acordados, até porque ele estava determinado a não dormir primeiro.
Ele deixou seus olhos passearem pelo quarto de hotel muito bagunçado; havia alguns casacos no chão, e o celular de Michael vibrando com novas notificações. Luke sentia como se estivesse em seu lar estando ali naquele quarto de hotel mal iluminado, mais do que ele já havia sentido no edifício onde ficava seu apartamento espiritualmente vazio.
Mas, independentemente da série inapropriada, e dos pequenos roncos saindo da boca de Mike, os dois compartilharam uma cama pela primeira vez em muito tempo. E quando Luke acordou com um braço pálido envolvido sobre seu abdômen coberto, ele se sentiu nas nuvens.
;-;-;
desculpa de novo pela demora na att, eu acho que eu só vivo pra pedir desculpas por isso?! mas esse capítulo ♥ ♥ ♥
enfim, domingo/segunda tenho vestiba, mas depois acho que fica mais sossegado e posso voltar a postar tudo direitinho (até mesmo minhas fics, eu espero);
obrigado pela paciência e por lerem, vocês são demais aff
.xx
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friends (portuguese version) ↮ muke
Fanfictiontradução da sequência de "the boy with the white eyes." copyright © 2015 @fivesecondsofsheeran.