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Em toda a minha vida eu beijei poucos garotos, e os beijos foram meramente significativos. Não são coisas que eu me lembre todos os dias, afinal, tenho mais o que pensar. Porém, depois de me encontrar com os lábios colados aos de Luke, eu pude perceber que existem coisas que vão muito além de duas pessoas se beijando. Como se todas as mágoas e as tristezas dentro de mim desaparecessem ao fechar os meus olhos para aproveitar aquele momento, e como se tudo pelo o que passei nos últimos dois anos não importasse no momento. Pela primeira vez em muito tempo, eu pude sentir o verdadeiro gosto da felicidade.

O gosto mais saboroso e maravilhoso que alguém poderia sentir; e o cheiro e a textura só melhoravam todo o resto. Cheiro de flores do campo e textura macia, que acompanhava perfeitamente com a sensação do piercing gelado raspando nos meus lábios. O verdadeiro sabor da felicidade não está em simples prazeres da vida como comer ou beber algo magnífico. O verdadeiro sabor da felicidade se resume nos lábios de Luke Hemmings. Macios, prazerosos e calmos, tal como nossas respirações, que se encaixavam de uma forma perfeita uma com a outra, e deixam tudo ainda melhor.

Ficamos somente com nossos lábios colados por um bom tempo que não pude exatamente saber quanto, mas depois de um tempo estando daquele jeito, eu comecei a ficar sem ar. Foi necessário que eu abrisse um pouco a minha boca para que o ar entrasse, e junto com ele, a língua de Luke acabou por vir junto, dominando a minha boca em poucos segundos, até que a minha pudesse entrar em sincronia e harmonia com a dele. Minhas mãos subiram até os ombros de Luke, enquanto as mãos dele distribuíram-se na minha cintura, e Luke aproveitou no momento para deixar-me mais colado a si.

Ele subiu uma de suas mãos e colocou no meu pescoço, acariciando o mesmo com seus polegares enquanto sua língua diminuía a intensidade do beijo em minha boca. Eu dei um passo para trás e me encostei-me à caminhonete, passos meus braços por baixo dos braços de Luke, movimentando minhas mãos em suas costas repentinamente em seguida. Logo o loiro começou a me dar beijos pausados em meus lábios, depositando selinhos molhados em meu pescoço e em meu maxilar. Encostei a minha cabeça no ombro dele enquanto sentia a textura macia de seus lábios no meu pescoço, desejando que aquilo não acabasse jamais.

Luke encerrou sua sessão de beijos com um último em meus lábios, em seguida me puxou para um abraço confortável e caloroso, levando suas mãos até as minhas costas e descendo-as calmamente, como se estivesse disposto a me dar todo o carinho que me faz falta durante os últimos dois anos. Encostei minha cabeça no peito dele, e agradeci a mim mesma a à genética por ser bem mais baixa que ele, pois após me encolher um pouco, pude ouvir o seu coração a bater rapidamente e diminuindo o ritmo aos poucos, tendo certeza que o meu batia na mesma intensidade.

"Faith.." Luke divagou o meu nome com calma, da mesma forma que eu levantei o meu rosto para encará-lo. Ele sorria discretamente e seus olhos estavam mais brilhantes do que nunca, como se aquilo tivesse feito bem para nós dois.

"Luke." Eu correspondi, recebendo um beijo carinhoso na testa antes que ele nos afastasse, colocando as mãos por trás das costas e encarando o chão cinzento do posto de gasolina, mordendo o piercing com timidez. "Isso muda alguma coisa entre nós?" Perguntei; sem pensar nos estragos – ou nos benefícios – que aquela pergunta causaria a nós dois.

"Muda." O loiro respondeu brevemente; e logo eu senti o meu corpo gelar. Tudo estava se arruinando mesmo antes de começar. Eu encarei a figura alta do rapaz à minha frente e o vi lançar um sorriso seguido de uma piscadela na minha direção, como se não estivesse falando sério anteriormente. "Muitas coisas vão mudar entre nós daqui em diante, Garota da Morte. Mas mudam para melhor." Concluiu, e suas palavras foram suficientes para que eu ficasse mais calma a respeito da situação, e pulasse nos braços de Luke para um último abraço antes de entrarmos no carro.

Esse abraço acabou nos aproximando e se transformou em mais um beijo, desta vez mais suave e não tão hesitante. Separamos-nos e fomos para dentro da caminhonete, desta vez com Luke voltando a dirigir, já que ele sabia o caminho até a tal Slumville Sunrise. Aconcheguei-me no banco do passageiro ao seu lado enquanto admirava o colar que havia ganhado, reparando nas pequenas diferenças entre o meu e o de Luke.

Este também possui o avião com as minhas inicias atrás; F.G.D; porém, no lugar do globo do mundo há um pingente simples com a palavra 'vida' gravada no mesmo, com o sol e lua nas extremidades da palavra. Envolvi o pingente entre os meus dedos enquanto pensava nos momentos anteriores, e quando me dei conta, estava a encarar o rapaz loiro que eu havia acabou de beijar, ele dirigia tranquilamente até a entrada de São Francisco, e ambos não deixamos de sorrir quando nossos olhares se encontraram.

"Você gostou do colar, Garota da Morte?" Perguntou-me, e eu apenas assenti com um enorme sorriso no rosto, sem saber ao certo como agradecer por aquele presente, sem saber como agradecer por tudo.

"É tão bonito quanto o seu." Disse eu, ainda passando os pingentes pelos meus dedos.

"Sabe Faith, eu andei reparando algumas coisas nas suas iniciais, no dia em que fui buscar seu colar." Começou ele, atraindo a minha curiosidade. "Suas iniciais são F, G e D, e se pensar bem, elas tem muito haver com você."

"Como assim, Luke?" Perguntei curiosa.

"F é de Faith; fé. G é de Grace, mas pode ser de garota; e o D é de Devon, mas pode ser de Death; morte. Faith, Garota da Morte." Concluiu ele, com um sorriso no rosto, como se estivesse orgulhoso de sua descoberta. E eu não podia deixar de admitir que era relativamente genial.

"Faz todo o sentindo. É perfeito." Elogiei, vendo Luke aumentar o seu sorriso, o que deixou as coisas entre nós muito melhores.

Depois da nossa rápida conversa sobre iniciais, passamos a conversar sobre coisas aleatórias, descobrindo mais um sobre o outro. Ele me contou que tem dois irmãos e mora com a mãe aqui nos Estados Unidos, mas que na realidade sua família é Australiana, e o pai e os irmãos ainda vivem na Austrália. Eu perguntei o por quê de estar sozinho com a mãe em um país tão distante, e ele respondeu que não conseguiria ver a mãe partir sozinha após um divorcio, e preferiu deixar sua vida na Oceania e iniciar uma nova somente para não deixar sua mãe se sentir sozinha.

"A mudança acabou sendo muito boa para nós dois. Minha mãe conseguiu um apartamento para nós enquanto estávamos vindo para cá em incontáveis horas de avião, e moramos por um tempo no conjunto de casas que os meus amigos costumavam morar. Aliás, é aquele lugar onde pegamos meu carro com o Michael." Explicou e eu assenti, impressionada com o tamanho do coração de Luke para ajudar os outros. "Eu já conhecia o Michael porque ele também é australiano e fizemos a pré-escola e o fundamental juntos, e tivemos sorte de encontrar mais dois garotos australianos no nosso bairro. Assim ninguém tinha motivos para se sentir sozinho."

"Sim, foi realmente muito sorte." Afirmei. Eu tinha muitas coisas para perguntar, muitas questões e dúvidas em minha mente e estava disposta a perguntar tudo, percebendo que Luke havia me dado tanta atenção que eu não tive tempo de dar atenção para ele, e era como se ele soubesse muito mais de mim do que eu sabia dele.

Eu poderia certamente perguntar tudo naquele momento, mas ao ver Luke apontando para a placa oculta escrita 'Bem Vindo(s) ao lugar das pessoas que não se importam com o que realmente parece importar', percebi que teria todo o tempo para fazer todas as perguntas que quisesse, sem que a morte ou quaisquer outras coisas pudesse me atrapalhar.

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atualização finalmeeeeenteeee!! desculpa pela demora, eu estive viajando e de mudança, então acessar a internet era impossível :( maaas espero que tenham gostando !! E VAI TER DOUBLE UPDATE MINHA GENTE!!

ily all - Mari xx


If I Die Young + lrhOnde histórias criam vida. Descubra agora