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Pela manhã, eu dormia tranquilamente encolhida dentre o edredom que impedia que o vento frio do exterior atingisse a minha pessoa. Depois de muitos meses me sentindo incrivelmente cansada mesmo tendo dormido por uma noção desconhecida de horas, pela primeira vez em quase dois anos eu pude acordar não por conta própria, e sim pela luz do sol, me sentindo completamente descansada e até mesmo feliz. A felicidade parecia voltar a crescer dentro de mim à cada segundo que se passava, a cada dia que eu continuava ao lado de Luke era como se estivesse recuperando tudo o que perdi nesses dois anos de total depressão; e daquele momento para frente eu estava otimista com o pensamento de que, no final das contas, tudo terminaria bem, e possivelmente sem mortes prematuras. 


Não deixei de sorrir em pensar que ainda teríamos vários dias juntos, e logo lembrei que ele ainda estava ao meu lado naquela manhã. Me encolhi ainda mais no edredom sentindo um frio fora do normal, como se estivesse faltando algo ao meu redor para me aquecer; então, de imediato, eu pensei em me juntar ainda mais a Luke, com a intensão de receber ainda mais parte do amor dele por mim e ainda sim me sentir mais aquecida deitada no chão frio daquele planetário. Mudei a posição do meu corpo e estiquei meu braço, tateando o espaço ao meu lado em busca do corpo de Luke. Porém, estranhei ao perceber, depois de algum tempo, de que não havia nada ao meu lado. Preocupada, semi abri meus olhos devido à claridade e me deparei com o lugar ao meu lado totalmente vazio.


Quase imediatamente eu me levantei em um pulo, olhando em volta e notando que eu estava sozinha. As roupas de Luke haviam desaparecido, visto que só as minhas estava, impressionantemente, bem dobradas ao canto. Eu estava praticamente nua e sozinha dentro daquele planetário, correndo riscos de alguém me encontrar dormindo nua e até mesmo de alguém tentar fazer algo contra a minha pessoa. Fiquei preocupada e certamente desesperada em pensar os motivos pelos quais Luke me deixou aqui enquanto eu dormia, sem avisar ou sem ao menos me acordar. Não tinha ideia de onde ele poderia ter ido ou porquê, o que me apavorava mais a cada segundo. 


Logo tratei de me levantar, ainda enrolada nas cobertas, acelerando meu passos para chegar nas minhas roupas e vestir as mesmas. Assim que estava me sentindo mais confortável, agora vestida, eu pude finalmente tratar de sair do planetário e buscar por Luke. Eu me sentia ainda com frio e só queria poder tomar um banho e comer alguma coisa logo, mas minha principal preocupação no momento era encontrar o rapaz de olhos azuis. O céu estava nublado com poucos raios de sol passando através das nuvens, e foi a última coisa em que consegui prestar atenção antes de sair às pressas do plantário, tentando lembrar o caminho certo para voltar para o albergue onde estávamos hospedados, imaginando que ele estivesse lá ou talvez que alguém tenha o visto pela manhã.


A rua de Terras Ruins estava cheia de gente ocupando as calçadas, em frente à lugares discretos e movimentando os albergues, o que por algum motivo estava me deixando assustada e apavorada com as chances de me perder dentre tantos adolescentes perdidos no mundo e tentando se encontrar nesse lugar no meio de uma cidade grande. Eu sentia os olhares sobre minha pessoa e não sabia como evitar aquela grande agonia de estar sozinha e perdida em um lugar que nem sequer conheço, perdendo a esperança toda vez que me deparava com um garoto parecido com Luke sem jamais encontrar o mesmo, com milhares de pensamentos e teorias negativas em minha mente sobre o que pode ter acontecido com ele e os seus motivos para fazer tal coisa. 


Só pude me sentir um pouco aliviada ao reconhecer o albergue onde estava hospedada com Luke, correndo para dentro do lugar que, impressionantemente, era o mais vazio de todo esse lugar. Assim que entrei, movi meus olhos para cada canto da recepção e do bar ao fundo em busca de Luke, mas não havia sinal algum do loiro por nenhum lugar. Logo encontrei Sam e Patrick conversando ao canto, perto das escadas, e ambos pareciam bem calmos e despreocupados. Aproveitei a situação e tomei coragem de me aproximar deles, só então percebendo o quanto eu estava desesperada para encontrar Luke, visto que nem sequer sabia como começar com minhas palavras. 


"Faith? Você está bem?" Sam percebeu o meu nervosismo e se moveu na minha direção, tentando me acalmar enquanto acariciava meus braços. "Aconteceu alguma coisa?" Perguntou preocupada.


"Por acaso vocês viram o Luke passar por aqui?" Questionei tentando não gaguejar e acabei falando de forma rápida e desesperada, o que, por algum motivo, fez Sam e Patrick sorrirem um para o outro. 


"Luke passou por aqui hoje, Faith, pode ficar tranquila." Patrick confirmou, e suas palavras foram capazes de acalmar uma parte de mim, no entanto despertaram outras preocupações em minha mente. 


"Ele está aqui? Disse alguma coisa sobre mim ou para mim? Ele saiu, foi para algum outro lugar?" Carreguei os dois ali presentes com muitas perguntas que surgiam nos meus pensamentos em todos os momentos, ansiosa por uma resposta que pudesse me levar facilmente até o rapaz de olhos azuis novamente.


"Luke chegou há umas duas horas e disse que tinha algo importante para fazer e que não tinha tempo para conversar, subiu para o quarto e eu não o vi mais. Você o viu, Patrick?" Sam perguntou ao rapaz ao seu lado, que negou a pergunta com a cabeça. "Se acalma, Faith, ele deve estar lá no quarto ou em algum lugar dos andares de cima, conversando com algum amigo que não vê há algum tempo ou arrumando as coisas dele. Suba e vá para o quarto, é bem capaz de encontrar o Luke por lá." A garota sorriu na minha direção e, de certa forma, fez com que eu me sentisse mais calma. 


Eu concordei com a ideia de Sam e respirei fundo antes de sair do lado dela e de Patrick, indo em direção às escadas ao canto. Subi cada degrau com o máximo de cuidado e calma possível, voltando a  imaginar uma possível morte prematura causada pela minha queda das escadas, e para evitar isso ou qualquer outro acidente, optei por andar mais devagar e mais cautelosamente, chegando ao andar de cima em total segurança, sem estar acidentada e, principalmente, ainda com vida. 


Porém, eu pude me sentir totalmente arrependida por ter demorado tanto para subir às escadas ao me deparar com uma cena que nem fez repensar não só os últimos dias da minha vida, mas sim os últimos meses. Tudo em mim, por dentro, se partiu da mesma forma como no dia em que acordei naquele maldito hospital e descobri que estava sozinha, sem uma família para me dar apoio. Uma sensação nem tão devastadora mas tão destruidora quanto me preencheu por completo, e mais uma vez eu só queria poder chorar ou, até mesmo, poder acolher a morte naquele exato momento. 


Tudo em mim parou no exato momento em que vi Luke saindo do quarto de outra garota.



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nOBODY IS PERFECT LADIES!! assustei vocês agora, ein??? não se preocupem e acalmem as preciosas, vou explicar tudinho no próximo capítulo. p.s:: faltam só 5 capítulos pra acabar a fic :( o que vocês esperam pro final?? comentem, quero saber se alguém adivinha o que eu to planejando hehe


ily all - Mari xx






If I Die Young + lrhOnde histórias criam vida. Descubra agora