Capítulo 7 - Tragédias

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Julyett on

Há muitos anos atrás, morávamos em nossa casa aqui nessa cidade mesmo, eu, minha mãe, meu pai e minha irmã. Em um certo dia, haviam chamado meu pai para uma reunião na empresa. Ele trabalhava na Fashion England, a empresa de roupas daqui (a única). Alguns segundos antes dele ter saído pela porta da sala de estar da minha casa, ele havia dito para a minha mãe: "Querida, cuide bem das crianças e se cuide. Nunca esqueça que mesmo parecendo estar longe de vocês, estarei aqui do seu lado para cuidar de nossa família! Eu te amo! Não sei porque estou dizendo isso, mas... pensei e falei, acho que é algum sinal."

E então disse a mim e a minha irmã que estava ao meu lado "Meus amores, papai ama vocês e nunca deixarei vocês na mão. Eu amo vocês! E você também querida!" E depois disso, ele saiu pela porta e depois de uns 10 minutos chegou a noticia: Meu pai estava morto.

Ele teve um acidente, bateu de carro e morreu na hora. Disseram que ele estava dirigindo corretamente com cinto de segurança, atenção na estrada, não estava correndo, enfim, essas outras coisas mais... Meu pai sempre foi calmo em tudo, principalmente no volante.

Disseram que o carro perdeu o controle, e bem na hora em que ele estava no alto de um morro, e estava chovendo lá, então o carro perdeu o controle enquanto escorregava pela estrada e foi parar muito abaixo da estrada. Eu tinha 4 anos de idade e minha irmã 6. Sim, ela é dois anos mais velha que eu.

Quatro anos depois, foi a vez de minha mãe. Estávamos todas em casa, não muito recuperadas ainda do luto, mas ja tínhamos nos acalmado um pouco. Chegou uma carta no correio, mamãe foi ler em voz alta:
" 20 de Setembro de 1870
Prezada Sra. Nicolle Collins, venho por meio dessa carta avisar-lhe que precisamos ajeitar uns papéis da Fashion England e estão atrasadas umas contas também. Precisamos nos certificar de que não há mais nada fora de ordem. Depois que o Sr. Michael Collins morreu, eu sei que está difícil para a senhora e suas filhas. Tentamos deixar tudo organizado por aqui neste período, mas agora não dá mais. Somente a senhora, dona daqui, que pode ajeitar o resto das coisas. Desculpe incomodar, mas se não fosse urgente, não mandaria esse comunicado. Tenha um bom dia!

Empresa Fashion Enlgand."

Após uns minutos de silêncio, minha mãe correu para o quarto se arrumou, pegou sua bolsa e disse "Cuidem-se crianças, não fazem nada de perigoso. Caso tenham fome, aqui tem bastante dinheiro para vocês pedirem um lanche ou o que vocês quiserem. E aqui está o número de um restaurante. Não gastem tudo de uma vez só, ok? Mamãe vai ter que ir trabalhar agora e não sei se vai dar tempo de voltar hoje, então se cuidem" e minha irma ficou encarregada de cuidar de mim.

Ela disse "Mãe, cuide-se também. Nós amamos você!" E minha mãe, com lágrimas nos olhos e a gente também, saiu pela mesma porta que papai havia saído uns minutos antes de morrer.

Minha irmã foi ver o correio e eu fiquei assistindo TV.

De tanto eu mexer no mesmo botão do controle remoto, ele travou. E parou em algum jornal qualquer. E enquanto eu tento arrumar o controle, mostra umas imagens de morte no jornal. Olhei para a TV e voltei para o controle. Rapidamente virei o rosto para a TV novamente e dessa vez fixei meus olhos lá.

Estavam informando de um assassinato na cidade e o nome da vítima era... - MÃE!!!!! - gritei. Minha irmã veio correndo ver o que havia acontecido. - O que aconteceu para você gritar tanto? - eu apontei com a cabeça para a TV e ela leu o enunciado: VÍTIMA É ASSASSINADA PERTO DA EMPRESA DE MODA FASHION ENGLAND E NÃO HÁ SINAL DO ASSASSINO. VÍTIMA: NICOLLE COLLINS.

O desespero tomou conta de nós duas.

Primeiro meu pai, agora minha mãe. Estão acabando com minha família! Mundo injusto, mundo cruel!

Assim que acordamos a vizinha veio ver como estávamos. E claro estávamos em desespero ainda.

Estávamos sozinhas, sem ninguém no mundo, além de eu ter minha irmã e ela me ter. Não tínhamos mais parentes. Fomos as únicas que sobrevivemos da família. A vizinha veio tentar consolar a gente, mas não deu certo.

Pedimos à ela que não contasse a ninguém que estávamos sozinhas no mundo, se não eles mandariam nós duas para o orfanato.

Odeio essas coisas. Prefiro trabalhar. E como não podíamos trabalhar e a empresa era nossa, deixamos ela para o braço direito do meu pai.

Depois de cinco anos, estávamos, eu com 13 anos e minha irmã com 15. Estávamos morando agora, numa casa perto de uma floresta. Mas nunca íamos lá, pois tínhamos medo.

Em um dia nada importante como sempre, estávamos organizando a casa. Assim que acabamos minha irmã disse: "Juh, vou dar um passeio aqui perto. Quer vir junto?" e eu fui com ela.

Estávamos andando perto de casa, e então ela disse: "Todos esse tempo morando aqui, nunca aconteceu nada nessa floresta, então podemos explora-la um pouco."

Eu não gostei nada da idéia "melhor não!"

Ela:" Para de ser medrosa Juh! Nunca aconteceu nada aqui, não é hoje que vai acontecer né?! " e ela foi. Eu fui logo atrás dela, mesmo com medo. Não podia deixa-la sozinha e se acontecesse algo?

Fomos andando. Do nada, percebo que ela sumiu, corro para ver se encontrava ela. Nada. Sentei-me no chão e comecei a chorar e chorar. Muito.

Depois de uns minutos, senti uma mão tocar em meus ombros. Virei-me para trás e vi que era ela. Mas não estava com a mesma roupa.

Antes ela estava com uma calça jeans, uma blusa leve, de tecido fino preto. Agora ela estava com uma roupa branca, que ia da cabeça aos pés, encostando no chão. Essa roupa tinha um capuz também.

Ela estava com lágrimas nos olhos e disse "Meu anjo, eu... morri. Cai de um precipício. Sem querer, me desviei da estrada e fui direto para lá. Desculpe-me. Mas, saiba que a força que você tem dentro de si, ajudará você a viver, te dará forças para se dar bem na vida. Você foi a única de nossa família que sobreviveu. Você tem que representar a nossa família aqui na terra, e mostrar a todos que você é uma campeã. Fuja da morte! Não deixe que ela te alcance antes da idade em que todos morrem. Você é forte. Confio em você. Acabei de ver nossos pais. Eles estão bem. E querem que você não morra. Para você ser feliz. Estamos todos bem. Mas estaríamos muito felizes ao seu lado. Porém, aqui nesse mundo dos mortos existem leis. E quem não cumpri-las, continuará vivendo aqui na terra, mas como espíritos e assombrando os outros. Não terão a paz. Então não podemos desrespeita-las. De tanto tentar falar com eles, abriram uma exceção e me deixaram vir aqui lhe entregar essa mensagem, representando toda a família. Se cuide minha pequena Juh." Ela deu um beijo em minha testa e se foi. Comecei a chorar muito. Chorar por tudo.

Passaram-se três anos. Eu estava trabalhando em uma lanchonete. Todos os dias, até a noite, e não me importava com isso, estava sendo bom, porque o serviço estava me fazendo esquecer um pouco do passado-recente. Nesse ano, a gripe estava pegando todo mundo, e eu não escapei. Depois que fui ao médico, descobri que estava com uma doença lá, com um nome muito esquisito que eu não sei falar. Já ia fazer três semanas que eu estava naquele hospital e nada de melhoras, só pelo contrário, cada dia pior. Até que chegou um dia que eu não resisti. E a única representa de da família Collins, estava morta.

Eu fui a que mais sofreu ao morrer. Pois todos que morreram, sua morte foi na hora e agora que tinha chegado minha vez, ela deixou eu sofrer, para depois encarar a realidade. E aqui estou eu. E a partir desse dia, passei a usar esse vestido preto, que nunca vou tirar. Significa luto eterno.

***

Gente, eu peço desculpas à vcs por não ter publicado o capítulo ontem. Aconteceu umas coisas aqui, mas já está resolvido.

A Garota MisteriosaOnde histórias criam vida. Descubra agora