- Já que eu não vou sair daqui, por que você não me conta? Já que você vai me matar, você não vai correr nenhum perigo caso eu conte à alguém, eu vou estar morta mesmo. - digo.
- É... você está certa... mortos não falam...
- E além de todas aquelas perguntas, eu quero que você me fala do que você é capaz e qual daqueles das salas do passado e do futuro estão certos e me explique essa história toda.
- Você está exigindo de mais, mas já que eu não tenho nada para fazer agora, sente-se. Vou falar.
Por enquanto está sendo mais fácil do que tirar doce de criança.
- Eu já estou sentada caso não percebeu.
- Ah, é mesmo. - Burro!
- Começa a contar!
- Tá, ta. Vou começar do menos importante.
- Tá.
- Quando eu era jovem eu não tive uma infância muito boa. Minha família não tinha boas condições financeiras e então tivemos que nos mudar para o meio da floresta e morar numa casa feita com matérias da floresta mesmo. Eu amava a floresta, as árvores, tudo. Mas um dia eu acordei com um barulho ensurdecedor vindo da floresta. Fui até lá ver e quando cheguei lá, eu vi meu pai embaixo de uma enorme árvore caída no chão e comecei a chorar, procurei minha mãe e logo a vi em baixo da mesma árvore que meu pai, só que na ponta. Comecei a chorar descontroladamente. Meus pais estavam mortos, eu não conhecia mais ninguém além deles e iria morar sozinho. Logo vi umas pessoas com espingardas, machados e motosserras. As lágrimas de tristeza se transformaram em ódio e eu queria matar todos eles. Eles eram caçadores e eles cortaram a árvore que caiu em cima dos meus pais, então depois disso eu iria viver apenas para me vingar. Obrigo todos aqueles lenhadores e caçadores que vocês viram, porque detesto eles, a profissão deles. Mato as pessoas sem dó, sem compaixão alguma, assim como eles não tiveram dos meus pais. Uns anos depois, eu ainda morando na mesma floresta, sozinho, eu fui sair para procurar comida. Então, do nada escuto um barulho alto, mas distante. Vou para o lado que o barulho veio e vejo uma árvore no chão. Eu ainda gostava delas, porque sei que não foram elas que mataram meus pais. Então me sentei no chão e fiquei pensando na crueldade das pessoas. Elas não se colocam no lugar de suas vítimas, elas apenas matam, destróem as coisas. Logo percebi que essa árvore estava estranha, ela tinha um dos seus galhos em forma de uma faca. Sim, também achei muito estranho. Fiquei observando aquilo por alguns minutos até que ela tenta me atacar, mas eu me desvio e corro para longe. Depois fui lá com o Machado e a cortei. Nasceu um ódio dentro de mim, eu me voltaria contra árvores e pessoas. A morte seria minha amiga. Quando isso aconteceu, eu tinha 15 anos. Andei muito tempo à procura de um esconderijo onde não tinha pessoas e nem árvores. Procurei durante anos. Quando eu encontrei esse lugar aqui, meus olhos brilharam, finalmente eu iria parar de vagar por aí sem destino. Sei que muitos viriam aqui para explorar essa casa, mas eu não me emportei com isso. Eu poderia Matar à todos que viessem aqui. Então gostei da idéia. Uns dias depois de eu me mudar para cá, como eu imaginei, vieram "curiosos" ou melhor dizendo "enxeridos". Primeiro veio um garoto com aparência de uns 15 anos e eu o matei e o transformei no homem das cavernas que você viu lá embaixo. Ele não gosta de mim nem um pouco. Para ele não fugir, prendo seu corpo naquela pedra em que ele estava, imagino que o tenha visto. - Assenti. - depois de um tempo veio um garoto que parecia ter uns 14 anos. Eu o matei e joguei seus ossos em cima do sofá da sala. - Que horror! Ele continuou. - Geralmente os meninos são mais corajosos que as meninas... - Fiz cara feia para ele. - Geralmente, não são todas as meninas! Então da próxima vez veio uma mulher bem magrinha, pensei até que era dessas modelos. Matei ela também e fiz um esqueleto dela para ser secretária. Logo depois veio uma mulher alta, bonita. Matei ela mas de um jeito diferente. Manti o corpo bonito dela do jeito que ela tinha chegado aqui e ela ficou como se estivesse viva. Você viu ela, é a minha secretária. - Assenti. Já vi que aí tem treta. - Depois de tudo, eu vi que eu já tinha um conjunto de pessoas que trabalham para mim, mas ainda faltava algo. Então criei o robô e a sala do futuro. A sala do passado e do futuro... já ia me esquecendo. Não sei se percebeu, mas elas são as últimas do corredor. No passado eu posso construir coisas terríveis com minhas próprias mãos, já no futuro posso pensar em o quê que eu vou construir e lá também desenho as plantas das coisas que irei construir. Lá eu uso todas as tecnologias que existem de primeira geração e as que ainda vão inventar. Você não perguntou o porquê daquela sujeira toda na entrada por achar nada importante certo? - Assenti. - Mas aquilo também é importante. Aquela sujeira toda me esconde um pouco. Pessoas "medrosas" não se atreveria ir além daquela sujeira toda. Aquela sujeira fui eu mesmo que fiz com ferro, poeira normal, prata e uma outra coisa que não vou falar. E nem se atreva a perguntar. Aquela garota lá na sala, ela foi a última a entrar aqui, antes de você. Eu matei ela porque ela estava me desafiando, dizendo que se eu não fizesse o que ela mandasse, ela iria chamar o papai dela. Uma dessas "filhinhas de papai". Eu deixei ela sofrer muito, passando horas e horas viva e presa com pescoço na corda. E depois você chegou. Não sei porque te contei tudo isso, mas você foi a mais educada que eu já vi. Mesmo assim, não vai escapar da morte.
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A Garota Misteriosa
Misterio / SuspensoExiste uma lenda que dizem que tem um espirito na floresta perto da cidade, e esse espirito é do mal. Os três amigos Henrique, Isabella e Guilherme amam aventuras e principalmente quando se trata de mistério. Assim que eles ficam sabendo da lenda qu...