4. A Viagem/Acampamento

4 0 0
                                    

              Quinta-feira de manhã, levantei cedo. Coner ainda dormia. Fui até a caixa de correio e tinha varias contas para pagar, mas em especial duas cartas, uma para mim e outra para Coner, lá do colégio. Eu abri a minha. A carta dizia que iríamos fazer um pequeno acampamento de 4 dias em uma ilha para um trabalho de ciências. Nossa escola era sempre muito produtiva. Sempre arranjando coisas para fazermos. Isso aconteceria amanhã de madrugada. Me arrumei e fui correr pelo bairro. Quando cheguei tomei banho e desci para tomar café. Minha alimentação era bem desregulada. Eu sempre estava cheia de coisas para fazer e me esquecia de comer. Recebi uma ligação de Mia. Ela havia recebido a carta também e perguntou se ela iria poder vir pra cá com Nicholas para irem conosco. Eu concordei, mas teria que avisar meus pais que eu iria "viajar". Fui comprar coisas para fazer o almoço. Fui até o mercado. Eu estava procurando um azeite sabor limão, era uma delícia na minha opinião, meu preferido. Tinha um último na prateleira. Antes que eu pudesse pegar uma pessoa havia pegado antes de mim.
-Desculpa querida! Você queria esse azeite? -disse Bianca com o azeite na mão. Bianca era tão...tão...insuportável.
-Não se preocupe! Tem vários azeites aqui, Bianca!
-Mas esse é o único sabor limão. -ele provocava.
-Que seja... -peguei qualquer azeite da prateleira acima e coloquei no carrinho de compras e sai. Ela veio atrás.
-Não sei se você recebeu a carta do colégio hoje de manhã. -ela dizia.
-Recebi sim...
-Bom...
-Só isso? To ocupada.
-Ah querida, queria te perguntar uma coisa.
-Então pergunta e vaza.
-Você não está pensando em se inscrever na disputa de vozes no recital do colégio, não é mesmo? -Bianca estava me deixando estressada. O recital acontecia no meio do ano, nos dividíamos  em grupos e ensaiávamos, até que apresentávamos em julho mais ou menos. Bianca sempre dava um jeito de ganhar, nem que para isso ela precisasse sabotar. Respirei fundo e com um sorriso forçado consegui dizer algo do tipo:
-Não sei, me deixa em paz!! -e nisso eu sai até o caixa. Cheguei em casa Coner estava assistindo filme no notebook.
-Oi, você tá aqui! -eu disse chegando com algumas sacolas na mão.
-Vai ter essa reação toda vez que me ver em casa?
-Desculpa! Tem como você me socorrer aqui? -levantei as sacolas.
-Claro. -ele levantou e foi me ajudar. Ele colocou as sacolas no balcão e as abriu.
-E o azeite sabor limão? -perguntou.
-Não tinha.
-Ah sim. O que você tem? Tá toda estranha, pensativa....
-Nada não! Vou começar a fazer o almoço, obrigada pela ajuda.
-Tudo bem! Papai ligou...eles voltam no domingo.
-Você abriu a carta que estava em cima da mesa?
-Que carta?
-A que está com o seu nome gigante nela. -ele foi até a mesinha ao lado do sofá e pegou a carta.
-Ah sim. -ele abriu e leu. -Vamos para uma ilha?
-É o que diz aí...
-Beleza! -ele sorriu. Fiquei feliz por ele estar estável. Assistindo algum filme de super herói que eu odiaria,  sendo educado e lerdo. Ele estava bem. Fiz para o almoço frango assado com arroz, feijão e salada. Fiz questão de encher o prato dele.
-Você quer me engordar. -ele disse.
-Nem vou! Você com essa sua barriga aí é impossível. -almoçamos e depois eu fui para o quarto. Fiquei mexendo no computador, baixando musicas. O dia passou e a noite recebi uma mensagem de Arthur. Ele me convidara para ir ao cinema. Eu recusei, mas ele insistiu. Então acabei aceitando.
-Que bom que veio! -ele sorriu, um sorriso que me fazia sorrir também. Chegamos no cinema e ele me deixou escolher o filme. No final, fomos jantar em algum lugar. Ele ficava me olhando e eu ficava sem graça.
-O que você achou do filme? -perguntei tentando escapar de qualquer clima que fosse.
-Legal! Você tem bom gosto.
-Obrigada. Eu preciso ir. -eu abri minha bolsa a procura da minha carteira.
-O que está fazendo?
-Pegando o dinheiro.
-Eu já deixei você pagar o cinema. Você é teimosa.
-Não vamos ter essa conversa. Estou com pressa. -levantei  e coloquei o dinheiro encima da mesa. Peguei um táxi antes que ele oferecesse carona. Cheguei em casa e me deu vontade de ler um livro. Nisso, dormir com o livro nas mãos.
              Na manhã seguinte, eu e meu irmão estávamos arrumando as coisas para o acampamento. A campainha tocou.
-Coner, atende por favor. -eu disse. Ele se levantou e abriu a porta para Mia e Nicholas.
-Estamos prontos. -disse Mia.
-Ainda são 9:00 e vocês já está prontos. Como assim?
-Por mim eu estaria jogando vídeo game, mas a Mia insistiu em arrumar tudo rápido. -reclamou Nicholas. Nós rimos.
-Ah dá um tempo Nick. -disse Mia. Eu e ela fomos até meu quarto e ela trancou a porta. Ela me olhou rapidamente.
-Que história é essa de Matheus e Coner?
-Pois é... Eu não quero meu irmão com essa cara. E se ele fizer mal para meu irmão? Tanto fisicamente quanto psicologicamente. Meu irmão é muito inteligente. Como isso foi acontecer?
-Acho que ele sabe o que faz! Você deveria confiar mais nele. -ela disse abrindo uma caixa ao lado da minha cama, cheia de chocolates.
-Você tem razão. -eu disse pegando outro chocolate. Descemos e os dois jogavam X-box. Saímos e fomos até a venda comprar coisas para comer. Na venda encontramos Matheus e seu amigos do terceiro ano com quem costumava andar.
-Não acredito nisso! -resmunguei.
-Ah, relaxa. Vamos! -ela disse me levando até os salgadinhos.
-Eu vou pegar os doces. -eu fui até os fini's e chicletes.
-Olha quem apareceu. -Matheus se aproximou.
-Eu vou te ignorar. -continuei pegando os doces.
-Não vai não. Estranhei Coner não aparecer mais para conversar comigo.
-Vai ver ele é esperto. -ele riu debochadamente.
-Até parece. -olhei para ele e parei de procurar doces.
-O que você quis dizer com isso? -ele chegou perto e cochichou em meu ouvido.
-Você não é a sabe-tudo? Descobre sozinha. -ele ia sair até eu puxar seu braço.
-Matheus, eu vou falar só uma vez...fica bem longe do meu irmão. -ele me encarou e passou a mão em meus cabelos.
-Te vejo na ilha. -ele saiu com seus amigos idiotas. Mia se aproximou.
-O que aconteceu?
-Não importa! Vamos?
-Espera, faltou o refri.
-Vai lá então. -Mia se dirigiu até o freezer e pegou um refrigerante. Voltamos para casa. Ao chegarmos lá guardamos a comida dentro da mochila e esperamos dar a hora, enquanto jogávamos jogos de tabuleiros, cartas, banco imobiliário e essas coisas.
-Nicholas você rouba muito. -reclamei rindo.
-Eu não! Vocês que não sabem jogar. -ele ria mais ainda.
-Sei, tá bom! -disse Coner. -Você é muito ladrão Nicholas. -Eles discutiam, Mia checava as mensagens no celular, concentrada.
-Falando com o Troy? -zoou seu irmão.
-Cala boca Nicholas. -ela disse tacando pipoca nele.
-Quantas horas? -perguntei.
-Ah já está quase na hora de irmos. Faltam 30 minutos. -respondeu Mia.
-Vou chamar o Erick. -avisei. Erick era o motorista. Ele tinha tirado uns dias de licença, pois sua esposa estava muito mal. Mas tive que ligar para ele para irmos para a tal ilha. Fui até o quarto que ele tinha lá em casa.
-Erick está na hora.
-Ah sim!
-ele disse pegando as chaves.
-Olha, você pode voltar para sua casa depois!
-Obrigada.
-Por nada. -eu sai do quarto e peguei minha mochila. Mia, Nick e meu irmão já estavam prontos. Tínhamos trancado toda a casa e avisei minha mãe que deixaria a chave num vaso de planta na frente de casa. Sempre fazíamos isso em casos como este. Entramos no carro e fomos para a escola, onde pegaríamos um ônibus de viagem.
-Obrigada Erick! Você é o cara. -disse Coner.
-Lembranças a sua esposa. -disse Mia. Entramos na escola onde encontramos algumas pessoas já. Matheus encarou Coner, que o encarou de volta.
-Coner vem! -eu disse pegando em seu braço. As horas passaram até que fizeram a chamada. Todos tinham chegado.
-Vamos pessoal?! -perguntou a coordenadora Thaís. O diretor Otávio já estava dentro do ônibus checando as coisas com o motorista. Nisso, todos entramos no ônibus para depois pegarmos uma espécie de navio e chegar até a tal ilha.

########################
NA FOTO BIANCA.

One Part Of MeOnde histórias criam vida. Descubra agora