CAP.: 02 - TUDO TEM UM PREÇO

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"Uma vez me disseram que o preço pelo pecado é a morte... Qual o preço que devemos pagar, para que nossos familiares sejam felizes? Para alguns o compromisso é como a fé... Uma devoção escolhida, para com outra pessoa ou um ideal inatingível . Mas para mim, o compromisso tem um lado sombrio, algo constante que nos faz se perguntar... Até onde estou disposto a ir? Quanto estou disposto a pagar?"


(Rafael Duarte)


EM MEMÓRIA DE MINHA SOBRINHA:

FRANCIANE NASCIMENTO DE OLIVEIRA

*12 De Outubro De 2008

†28 De Novembro De 2015

Que deus te receba de braços aberto e que minha prima, resista a dor de perder a filha caçula...

A morte é poderosa e vive levando as pessoas que a gente mais ama... eu não sei descrever o tamanho da dor e da angustia que assola meu peito, era só uma criança, só uma criança, que já nasceu sofrendo, mas não é justo...

Que deus não nos deixe padecer sobre as sombras do vale da morte, que ele nos sustente e nos dê forças nesse momento de dor, pois esses são dias de trevas, dias de uma dor dilacerante, que invade a nossa mente, a nossa alma e os nossos corações... eu fico a pensar... poderia ser um de meus filhos... poderia...





*Por "K"


Finalmente o dia a amanhece e com ele vem uma esperança a muito tempo perdida, a esperança de um dia ser finalmente adotado... pois é, por incrível que pareça surgiu alguém que estivesse afim de me adotar como filho, eu finalmente teria uma família para chamar de minha, eu teria um pai e uma mãe, e o que é melhor só meu e de mais ninguém. Naquela manhã eu acordara eufórico, pois naquele mesmo dia eu provavelmente seria adotado... eu teria uma família...

Tomo meu banho, troco de roupas, coloco a melhor roupa que eu tinha, pois queria muito impressionar os meus prováveis futuros pais. Desço para tomar meu café, junto com as outras crianças e fico aguardando impaciente a chegada de dona Vivian e seu esposo, meu futuro pai.

Eram quase dez da manhã daquele dia, eu estava sentado junto ao portão de acesso do orfanato, quando um carro luxuoso para na frente e dele desce dona Vivian e um outro homem, bastante jovem, aparentava ter uns vinte oitos, vinte nove anos, ele segura a mão da mulher, olha para mim e fala alguma coisa no ouvido dela, ela olha para mim, retira os óculos de sol, dar um sorriso um tanto enigmático e fala no ouvido do homem, enquanto apontava para mim.

O casal se aproxima de mim e a mulher, fala:

- Bom dia Karlos! Esse aqui é o meu marido, conde Henrique de Brideshead! O homem, que também usava óculos escuros, e que se vestia muito bem, fala:

- Nice to meet you Mr. Karlos! Ele falava inglês, e diferente de sua mulher parecia não saber uma palavra em espanhol.

- Nice to meet you, too! Respondo em inglês com as poucas palavras que eu conhecia daquele idioma naquela época. O homem muito elegante, olha para a esposa, dar um sorriso de canto de boca e fala alguma coisa em inglês, que eu não consegui entender... eles sorriam para mim, a mulher se aproxima de mim e segurando o meu braço, me puxa para dentro e fala:

- Vamos meu rapaz de olhos cor de ouro... Você hoje sai desse orfanato, ainda como nosso filho... e sabe de uma coisa meu querido Karlos... sua vida irá mudar para sempre depois do dia de hoje...

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