Os dias foram passando e o trabalho correndo sobre rodas. No terceiro dia, Va não aguentou mais e foi ver o seu email.
Não foi nada como tinha pensado.
Nada como imaginou.
Só tinha um email de Katt e um de...Louis.
Foi a Katt que lhe deu o meu endereço de email, só pode!
Email de Katt: Va, os meninos chegaram e nos contamos a todos a tua decisão. Estão muito tristes por teres feito as coisas como fizeste e só podemos resumir o teu comportamento numa palavra: egoísmo. O Louis está louco e de rastos! Tomei a liberdade de lhe dar o teu email para que possa ter a oportunidade que não lhe deste de dizer aquilo que mereces ouvir e de te perguntar o que achar por bem e quem sabe...possas responder-lhe ou até mesmo...acabar com esta palhaçada. Ele não merecia...Mas...faz o que achares melhor. Lembra-te, sou tua amiga para tudo...conta comigo, embora esteja muito magoada, tenho saudades...e espero que faças o acertado. Um beijo, Katt.
Va tinha o rosto lavado em lágrimas. Como queria voltar atrás na decisão tomada e ser feliz com Louis, mas ás custas da sua felicidade? Não podia ser, amava-o demais para ser egoísta a esse ponto...embora todos a julguem e a achem egoísta... se eles soubessem...
A seguir, estava o email de Louis. Va não queria abrir, mas fechou os olhos e clicou no botão.
Email de Louis: Va, porquê? Eu amo-te...e odeio-te por aquilo que fizeste e por eu não conseguir deixar de amar mesmo assim...porquê Va?
Aquele email derrubou por completo Va.
Não conseguia chorar, não conseguia abrir os olhos, não conseguia respirar ou raciocinar.
Só conseguia visualizar a cara de Louis completamente desfeita pela tristeza, queria confortá-lo num abraço e ser reconfortada por ele.
Não é possivel, mas o amor que a alimentava e fazia a mulher mais feliz é aquele que está a derrubar o seu mundo.
Aquelas palavras tinham mágoa, raiva, mas principalmente...amor.
Ela nunca mais o poderia voltar a encarar, não podia.
Va entrou num estado de tristeza profunda, ía para a revista, fazia o que melhor sabia, escrever. Tentava distrair-se com o trabalho, tentava ter sempre a cabeça ocupada, inclusive, fazia horas extra, só para ter menos horas do dia para pensar nele...o seu marido...Lou.
Duda sempre a convidava para almoços, jantares, festas de fim de semana, mas Va sempre recusava.
Já tinha feito amizade entre os colegas e Dudinha sempre está lá, mas Va não tem vontade.
Duda anda desconfiada que alguma coisa se passa com a sua amiga, dá a sensação de que ela fugiu de alguma coisa ... ou de alguém.
Mas, não vai forçar, quando Va se sentir preparada, ela sabe que ela vai falar.
O tempo foi passando e assim, passa já um mês.
Duda estava animada nessa manhã, pois é sexta-feira e Dudinha ama sextas-feiras.
- Va! - gritava para a amiga - vem menina, vamos tomar o café na varanda, tá uma manhã gloriosa! - Duda falava enquanto espremia laranjas.
Va acordou, levantou-se, e ups... uma tontura.
- Já passa! - ela pensou.
Tomou um banho, vestiu-se e teve de colocar um corrector de olheiras pois acordou com um pouco de má cara.
Juntou-se a Duda na varanda, sentou-se e serviu-se de sumo. Quando o líquido chegou aos lábios... Va levantou-se com uma mão na boca e correu para a casa de banho e vomitou tudo o que comeu naquela semana.
Duda correu para a ajudar.
- Va, tá tudo bem? Você precisa de alguma coisa? Água gelada? Água com açúcar? Água de côco? - Duda estava preocupada.
Va não conseguia responder porque tinha a cara na sanita.
Depois de deitar tudo para fora, lavou os dentes e a cara, e saíu com uma cara que parecia ter sido atropelada por um avião.
Duda olhou-a e entregou-lhe uma água com sais, que pareceu ter acalmado o estômago de Va.
- Melhor? - Duda perguntava, mexendo no cabelo da amiga.
- Sim...um pouco - Va falava, novamente sentada na varanda com a cabeça para trás e olhos fechados a apanhar a brisa que aparecia levemente.
Teve de abrir os olhos, pois ficou tonta novamente.
- Estou tonta...creio que foi do esforço do vómito...Dudinha...não me leves a mal, mas acho que vou ficar a trabalhar por aqui, ok? - Va dizia de olhos meio cerrados.
- Com certeza! - Duda dizia - e vai descansar! Qualquer coisa que voce comeu que mexeu com o seu estomago, fica quieta e tranquila, o trabalho não foge! - Duda dizia e ria.
- Ma temos timings a cumprir, Dudinha! - Va ripostava.
- E vamos cumprir, se voce ficar quieta para ficar boa, tá? Agora, eu tenho de ir! Beijo! Qualquer coisa, me liga! - e começou a apanhar a sua bolsa - descansa e come, tá? - e saiu.
Va quando ouviu a palavra "coma" pensou em comida, obviamente, e correu outra vez para a casa de banho.
Quinze minutos depois saiu, desgastada.
- Que porra é que eu comi para estar neste estado miseravel? - Va falava consigo própria.
Deitou-se um pouco no sofá, pois estava estranhamente cansada. Vomitar cansa e abala, né?
Quando acordou, eram três horas da tarde. Sentiu fome e comeu uns morangos e fatias de pão de ló.
Soube-lhe como se fossem fatias de paraiso.
Foi para o seu quarto e terminou o seu trabalho da semana. Por volta das seis horas, enviou tudo por email para Duda.
Duda ligou-lhe para saber como ela estava e se queria sair. Va recusou alegando não querendo juntar alcool ao seu organismo naquele dia. Assim, Va ficaria sozinha.
Tomou um banho e jantou...gelado de noz!
- Eu hoje só quero comida da treta! - Va falava alto e sozinha.
Viu um pouco de televisão, mas o sono venceu-a e só acordou na manhã seguinte, quando Duda colocou as chaves na porta, ás oito da manhã.
- Duda da minha vida, só chegaste agora? O homem valia a pena? - disse piscando o olho e caindo na gargalhada com a amiga.
- Nem te digo, nem te conto amêga! - Dudinha fazia poses de diva - e voce, como está?
Va levantou-se nesse momento para ir buscar um café para elas, quando de repente...
- Tou...tonta... - uma tontura acontecia - e tou... - e foi a correr para a casa de banho.
Duda já estava a começar a estranhar tudo.
Esperou pela amiga e fe-la sentar-se consigo no sofá, olhando-a branca como a tinta da parede.
- Va - Duda começou - voce acha que comeu algo estragado? - carregou o sobrolho.
- Talvez...mas ontem depois de tudo só consegui comer morangos com pão de ló e jantei...sorvete! - Va disse, meio envergonhada pelo seu acto de gula.
- Claro... - Duda dizia, olhando para as suas próprias mãos - o cardápio confuso e espalhafatoso e...predilecto de...grávida! - Duda dizia e encarou a amiga.
Primeiro, Va arregalou os olhos e abriu a boca, depois, fechou a boca e levantou uma sobrancelha, depois roeu uma unha e olhou para o chão. Pensou.
Por fim, cobriu o rosto com as mãos e abriu um pranto.
Duda correu até ela e abraçou-a, deixando-a chorar o que ela precisasse.
Por fim, olhou-a nos olhos e disse:
- Vamos conversar, Va?
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What happens in Vegas...leaves Vegas? Terminada
Fanfiction- Chega! Só me tornarás a ver os dentes quando cresceres e provares que és um homem, e não um puto mimado, armado em engraçadinho! - Va gritava. - Sabes que estava a brincar, deixa-te de tretas, Va! - Louis não dava caso á fúria da 'pseudo namorada'...