6- Bolhas de sabão

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No outro dia acordei cedo.

E com cedo eu quero dizer uma da tarde.

Como eu acordei antes de Malu continuei deitada, porém a minha cabeça funcionava a mil.

Basicamente meus pensamentos voavam em torno de uma pesso... Cof, cof, digo, uma pergunta: "Será que eu deveria perdoá-lo?"... Eu pesava os pós e contras. Mas nunca chegava a uma conclusão!

Que droga!

Acabei suspirando de frustração.

Me sentei na cama e chamei Malu de uma forma muuuuito incrível, como por exemplo sacudindo-a até ela acordar! MAS É CLAAAARO QUE EU NÃO FIZ ISSO! NÃÃÃÃÃÃÃO! NEVER!

E com o meu ato maravilhoso Malu acordou com um pequeeeeno susto!

Mas então eu comentei que precisava andar um pouco pra clarear a mente. Ela disse que tudo bem e perguntou se eu precisava de companhia, respondi que não. Eu precisava ir sozinha. Ela disse que tudo bem, mas que era pra eu tomar cuidado.

Então me despedi dela e simplesmente fui.

Fui até uma pracinha ali perto, aonde eu sempre ia quando queria parar pra pensar. Era um lugar calmo, com muita ventania, muitas árvores e (AINDA BEM) muita sombra! O que o tornava perfeito pra parar pra pensar!

Então eu sentei num banquinho e ali fiquei, olhando pro nada, porém pensando em tudo... Não lembro muito bem o que se passou pela minha cabeça exatamente naquele dia, tudo o que lembro é que lembrei de coisas... Coisas que me fizeram chorar e coisas que me fizeram sorrir, mas o que mais me chamou atenção naquele dia foi a minha volta pra casa.

Estava passando pelo sinal e vi um menino de rua. Como sempre sinto quando vejo as pessoas de rua, eu me senti muito triste. Queria ajudar...

Suspirei pesadamente e comecei a observar o que ele estava fazendo... Ele estava vendendo alguma coisa... Ah! Astes para fazer bolhinhas de sabão! Ri comigo mesma, querendo ou não, eu gostava das bolhinhas de sabão... Sempre senti um tipo de atração por elas...Observei as bolhinhas subindo e voando, e estendi um pouco a mão pra estourar uma bolhinha que vinha em minha direção... Mas segundos antes de tocá-la, eu não estava mais lá... aconteceu tão rápido que não deu tempo de pensar!

Então eu me vi num lugar sem cor como... Como no meu sonho! Olhei pra baixo e eu estava com a mesma roupa! COMO ASSIM????? Olhei em volta e percebi varias bolhas flutuando no meio do nada! Mas... Elas tinham algo de diferente... Hm...Observei uma bolha flutuante ao meu lado direito e percebi que dentro dela tinha... Uma... Criança!!! Um bebê chorando!

Fiquei totalmente surpresa e baixei o olhar... Então eu ouvi uma voz, doce e calma, porém forjada pela tristeza dizendo:

— Olá Milena!

Me assustei e olhei pra frente deparando com uma mulher que aparentava ter uns vinte anos. Ela tinha olhos negros em que se podia ver gentileza e esperança, mas também tristeza e amargura. Seus lábios eram finos e seus cabelos totalmente negros e muito cacheados. Sua pele era totalmente branca como a neve, estava vestindo um vestido branco e seus pés estavam descalços. E em sua cabeça havia uma coroa de flores brancas e negras.

Ela sorriu tristemente pra mim e disse:

— Prepare-se para o que está por vir!

Levei um susto e quando me dei por mim aquele lugar tinha sumido e eu estava no mesmo lugar de antes! Na rua!

Parei em choque, mas eu precisava contar isso pra alguém! Pelo amor, eu não to ficando louca, né?? Espero que não! Respirei fundo algumas vezes e segui caminho.

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