19 - A árvore

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- O que... O que é Iluzio? - Perguntei.
- É onde será realizada a próxima tarefa. - Respondeu ela. - E onde estão as bolhas doentes.
- O que exatamente teremos que fazer? - Perguntei, percebendo que ela tinha diminuído o ritmo da caminhada e diminuindo também.
- Curar uma bolha e trazê-la pra Reflection.
- E como é que se cura uma bolha?
- Isso você terá que descobrir.
Revirei os olhos e suspirei.
- Ta.
Continuamos andando até o momento que Amy parou e me puxou para detrás de uma árvore, consequentemente puxando Erick tbm já que estávamos de mãos dadas.
- O que houve? - Perguntei baixinho.
Ela ergueu os olhos, observou ao redor e disse:
- Está vendo aquela árvore ali?
Ergui os olhos também e soltei a mão de Erick, para me esgueirar para detrás de outra árvore e ter uma visão melhor. Não demorou nem um pouco para que eu avistasse a árvore.
A alguns metros de distância se encontrava uma... Okay, não sei nem se era MEEESMO uma árvore. Metade dela era frondosa e verde, com o caule saudável, a metade virada para Reflection pra ser mais exata. Mas a outra metade era seca, cinza, sem folhas nem frutos... Morta. Depois dessa árvore só se escontravam árvores mortas, sem cor. Deduzi que fosse uma fronteira. Uma fronteira para demarcar o território de Reflection e Iluzio.
Olhei para Amy e fiz um sinal afimartivo com a cabeça.
- Dessa árvore pra lá é Iluzio. Vá, cumpra sua tarefa. - Amy sussurou.
A encarei atordoada.
- Espera... Já?
- Quando você tomar o meu lugar, perceberá que as vezes não temos tempo. Temos que estar sempre preparadas. Às vezes é preciso fazer sacrifícios. Sacrifícios que não vão ser fáceis. Mas serão necessários. Há uma guardiã que fez o maior dos sacrifícios. Um dia você entenderá. Agora vá e cumpra a tarefa.
Assenti lentamente, ainda meio receosa. Ir para Iluzio (que não tinha dado uma boa primeira impressão, não é mesmo) sem nenhuma estratégia. Fazer algo que eu nem sabia como. Incerteza. Algo com que nunca convivi bem.
Me senti uma garotinha novamente. Uma garotinha que tinha uma irmã para proteger, mas vivia com a insegurança. Era insegura. Ela não sabia o que ia comer, ou mesmo se ia. Não sabia se poderia cuidar de sua irmã e nem como. E não sabia o que aconteceria quando aquele policial chegou em sua casa e a levou, junto com a sua irmã. Não sabia como seria o orfanato. E não sabia se encontraria alguém pra chamar de mãe. Mas ela venceu tudo isso. Infelizmente, resquícios dessa garotinha nunca foram embora e continuavam a me atormentar com o mostro que era a insegurança.
Olhei para Erick e me dei conta de que ele não poderia ir comigo. Não, eu já o tinha metido em muita confusão. E em hipótese alguma eu poderia perdê-lo. Ele era a minha família. Ele olhava nos meus olhos e seu olhar me dizia que poderíamos fazer aquilo. Mas não. Ele não podia ir.
Suspirei.
- Okay, eu vou. Mas vou sozinha. - Mandei um olhar de advertência para Erick.
- Sem chance. - Ele disse - Não importa se você não quer me meter nisso, eu vou.
Revirei os olhos.
- Você não vai e pronto. Está decidido.
- Você não pode me impedir de ir. Eu vou.
Abri a boca pra rebater, mas ele me cortou na hora.
- Eu conheço você. Eu sei o que você está pensando. Eu sei que está com medo. Eu sei que não quer me meter nisso. Mas nós vamos encarar isso juntos. Eu vou com você. Eu não vou correr o risco de te perder, okay? Você é a única família que eu tenho!
Fechei os olhos e suspirei.
- Você não entende, não é? Eu te meti nisso. Se algo acontecer com você... Eu nunca vou me perdoar.
Abri os olhos. Eles estavam marejados e eu pisquei ao perceber, para afastar as lágrimas.
- Você não vai me perder, okay?
- Você não pode garantir.
- Não importa. Você sabe que mesmo que você não queira eu vou.
Abri a boca pra rebater, mas não tinha argumentos. Suspirei irritada.
- Eu te odeio, sabia?
- To sabendo. - Ele falou sorrindo, feliz por ter ganhado a discussão.
- Amy... - Parei ao perceber que ela não estava mais ali - Eu não acredito que ela foi embora!
Erick pareceu finalmente perceber que ela furtivamente tinha ido embora.
- Eu vou matar ela. - Resmunguei.
Revirei os olhos, irritada e Erick riu, confirmando a minha sentença logo em seguida.
- Parece que você vai ter que me aguentar nessa tarefa.
- Só não me atrapalhe.
Revirei os olhos e saí andando, mentindo pra Erick e pra mim mesma, fingindo não estar extremamente preocupada com ele.
**********
Oi meu povo! Sem tocar fogo no meu quintal, okay? Okay.
Tá, eu sei que eu demorei, mas eu tenho um motivo! Duas palavras: bloqueio total. Não importava quantas músicas eu ouvisse, quantos filmes eu assistisse ou quantos livros eu lesse. A inspiração nunca vinha! Mas okay, passou. Bom, me desculpem de qualquer forma. Ah, e digam o que acharam do Cap! Vou gostar de saber a opinião de vcs! Vou tentar voltar o mais rápido que puder! Tchauzinho!

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