Ele estava me intimidando, meu celular já escorregou da minha mão umas três vezes, mas eu tentava disfarçar.
Passou um garçom com bife de fígado, se alguém me perguntar quem é o amor da minha vida, eu falo na lata, bife de fígado.
É muito bom!
Estava lambendo meus dedos quando eu vi pela minha visão periférica que alguém estava se movimentando, olhei para o lado e...
Ai. Meu. Deus!
Ele está vindo!Cruzei minhas pernas e arrumei o cabelo, desengonçada.
Ele se sentou ao meu lado e perguntou:
-Como vai?
-Vou bem e você? -Falei olhando nos olhos dele.
-Muito bem, prazer, Felipe Ferraz. -Estendeu a mão e eu a peguei, balançando ambas.
-Ana Monteiro.
-Lindo nome...
-Lindos olhos... -Coloquei a mão na boca, como se tivesse dito palavrão perto dos pais.Ele soltou uma risada curta e eu sorri de lado.
-Hm, podemos ir para um lugar mais... Reservado? -Perguntou e eu assenti, levantamos e ele pôs a mão na minha cintura, me conduzindo até a cobertura.
-Qual sua idade? -Ele perguntou quando chegamos à cobertura, revirei os olhos.
-Isso importa? -Ele me olhou confuso e eu me aproximei dele. -Eu acho que você não quis me trazer até aqui pra saber minha idade, sim? -Então ele sorriu e agarrou minha cintura, colando nossos corpos.
-Claro que não... -E então me beijou.#
Eu e Felipe trocamos telefone e Vanessa me achou dizendo que íamos embora, fui no caminho para casa pensando na nossa conversa até o fim da festa.
"-Um sonho? -Perguntou enquanto estavámos na espreguiçadeira e eu estava no meio das suas pernas, ela fazia carinho no meu couro cabeludo.
-Pular de paraquedas. -Falei começando a fazer carinho em sua coxa.
-Jura? Não tem medo?
-Não! -Ri. -E o seu sonho?
-Ter trigémeas.
-Coitada de quem for ficar do teu lado. -Falei gargalhando.
-Ei! Eu sou um cara de família.
-Ok! Sua vez...
-Hmm, um estilo musical?
-MPB, com certeza.
-Agora você me desapontou...
-Por que? -Olhei pra ele.
-Preferia que você gostasse de forró. -Gargalhei tanto que até fiquei com lágrimas nos olhos.
-O máximo que eu escuto é sertanejo, forró nem rola.
-Tudo bem, me diz agora, uma meta?
-Ter uma família... -Falei baixo, lembrando dos meus pais.
Acho que ele percebeu que eu fiquei pra baixo e me fez virar pra ele, me dando um beijo.
-Você é perfeita... -Sorri e voltei a beija-lo. "#
Levantei e me arrumei para começar o trabalho, Luca me deu uma carona até a creche, e eu agradeci dando um beijo na bochecha dele.
Entrei na creche e todas as crianças estavam dormindo, pois eram cinco horas da manhã, deixei minha bolsa na sala dos funcionários e ouvi um choro, Cauã, um bebezinho de três meses.
-Oi meu amor!(···)
Na hora do meu almoço celular tocou, estava na tela, "Trigémeas", atendi e coloquei no ouvido.
-Oi, anjo...
-Oi, Felipe, tudo bem?
-Claro e com você?
-Também...
-Você quer almoçar comigo?
-Poxa, eu gostaria muito, mas meu serviço não deixa, tenho 20 minutos pra comer...
-Que pena... Então podemos sair pra jantar?
-Claro, que horas?
-Te busco oito horas, me manda teu endereço.
-Tudo bem, já já te mando.
-Tchau, anjo.
-Tchau...
Desliguei o telefone e comi rápido e fui ajudar as outras funcionárias a alimentar os bebes.
Seis horas eu saí do serviço e fui pra casa, fiz uma limpeza, preparei a janta pro Lu e fui escolher uma roupa pra sair com o Felipe.
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A Amante.
RomanceEla era tudo, tudo o que eu precisava, mas eu estava enganando-a. Se meu anjo descobrisse o que eu estou fazendo com ela, jamais me perdoaria, eu não quero perde-la. Ela era meu refúgio, minha salvação, meu anjo, a minha amante.