#6 Acabou?

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"Anjo, você está bem?"
"Me responda, princesa!"
"Ana, eu estou falando sério, você está me preocupando!"
Eu ignorava tudo, ligação, mensagem, o pedido de desculpas do meu irmão, por te sido rude, da Vanessa também, por ter contado uma coisa minha.
A única coisa que eu não ignorava era o Ethan, ele me deixava pra cima, pelo menos um pouco, e me incentivava a fazer o melhor em relação ao Felipe, e até me contou um segredo seu.
Ele era bissexual, eu fiquei chocada na hora.
A semana se resumiu em trabalho, chorar, se divertir com Ethan, ignorar Felipe, chorar e voltar ao primeiro item.
A última mensagem que Felipe mandou foi a seguinte:
"Vá até o meu apartamento, a chave reserva está dentro vaso de planta, quero conversar sério com você, aposto que já sabe sobre mim, quero que saiba de uma coisa, eu te amo, nunca te falei isso, faz um mês apenas que eu te conheço, mas me apaixonei de verdade, meu anjo, espero que me entenda."

Juntei tudo que ele me deu, coisas pequenas, não tenho planos de continuar com ele, ele traiu a esposa, e me enganou, isso não se faz.
Cheguei no apartamento dele e a Luciana estava lá, viramos grandes amigas, acho que ela havia visto que eu não sabia que Felipe era casado, e me tratou bem, ela viu minha cara de choro e veio em minha direção.
-O que houve, querida? O Lipo chegou?
-Não, Luci, ela está chegando... -Falei querendo chorar de novo.
-Você descobriu, não é? -Assenti e comecei a chorar, ela me abraçou forte e sussurrou que ia ficar tudo bem.
-Eu nunca vi Lipo tão feliz como ele ficou com você, querida, saiba que a noiva dele é algo totalmente oposto de amor, entenda Lipo, ele te ama.
-Vou tentar entende-lo. -Felipe passa pela porta e me encara.
-Luciana, pode ir pra casa.
-Pensa no que eu te falei, Aninha... -Assenti e ele foi embora.
Eu e Felipe ficamos nos encarando até que ele me chamou pra um abraço, praticamente corri até ele e o abracei forte.
-Eu te odeio. -Falei chorando de soluçar no peito dele.
-Desculpa, anjo... -De repente, meu ódio bateu forte, me fazendo me soltar dele e dar o tapa mais forte que eu já dei na minha vida na cara de alguém.
-Você é um cafageste! Idiota! Babaca! Eu quero te matar, Felipe! -Ele agarrou meu cabelo me olhando com fúria.
-Eu esperava qualquer coisa de você, anjo, menos me bater!
-Você está me machucando, de novo! -Ele me soltou e passou as mãos no cabelo. -Eu não vou precisar disso, Felipe. -Peguei a sacola com poucas coisas e entreguei pra ele.
-Não, Ana, você tem que me escutar, me perdoar! Eu te amo! -Assenti e fiquei olhando pra ele.
-Estou esperando.
-Minha vó vem de uma família muito rígida e rigidez veio o casamento forçado.
-Vai me dizer que foi obrigado a casar?
-Sim, fui...
-Me poupe, Felipe. -Comecei a pegar minha bolsa, mas ele me puxou, me beijando, soltei a bolsa, e agarrei os cabelos dele.
-Se você não tinha culpa de nada, por que não me contou? Porque não evitou desde o início isso tudo?
-Eu não sei, estava tão feliz contigo que nem pensei nisso, mas me perdoa, entende que eu não fiz isso na intenção de te magoar.
-E como vai ficar isso, Felipe? Vou continuar sendo a amante?
-Em breve você será minha namorada, noiva, esposa, tudo que você quiser, só espera o contato acabar.
-Quanto dura esse contrato?
-Sete anos, mas eu já completei cinco de namoro.
-E a sua noiva? Como fica nisso?
-Ela também pula a cerca. -Deu de ombros.
-Vocês, já...
-Desculpa, amor, mas já, ela é gostosa, sabe? -Bati nele e me soltei.
-Você é um cafageste mesmo!
-Oh meu sol que brilha toda manhã. -Ele gritou e eu gargalhei. -Que saudade do teu sorriso.

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