Melanie passou a fazer parte da Alcateia. Apesar disso, Richard me orientou a continuar a vigiá-la sem que ela tivesse consciência. Quando agíamos, usávamos máscaras de lobos cinzas, enquanto Richard possuía uma de lobo negra. Para Melanie foi providenciada uma de raposa vermelha. Ela facilitava roubos e chacinas, servindo de isca e distração.
Completou um ano que a raposa se uniu aos lobos, ela havia mudado de novo. Ela parecia ter se reinventado combinando suas imagens anteriores. Junto dos nossos companheiros, era alegre e espontânea, realmente acreditava no antigo ideal da Alcateia, de que, assim como lobos, defenderíamos uns aos outros lealmente, tendo amistosidade mútua e estaríamos juntos contra um inimigo. Porém, atacando, ela liberava sua agressividade e manifestava infantilidade teatralmente.
Uma noite, enquanto efetuávamos um furto a uma casa de um inimigo, até que ouvimos um choro no andar de cima. Melanie imediatamente subiu, e os outros continuaram a saquear. Ela foi descomunalmente silenciosa ao subir as escadas e avançar pelo corredor. Até então, ela, que parecia estar se esforçando para conter uma gargalhada, assumiu uma expressão inocente.
- Olá? - ela inclinou a cabeça para dentro da porta.
- Shhh! Fale baixinho, okay? Calma, vai ficar tudo bem. Venha para a tia. O que você está fazendo aqui?- uma mulher rapidamente lhe sussurrou.
- Eu.. Eu... - ela parecia impaciente em demasia para elaborar alguma mentira plausível - Fu-fu... "A raposa vem ao encontro da lebre ao ouvir seu grito, mas não para ajudar"... hahahahaha fu-fu.
Ela se aproximou do armário, onde a mulher e uma criança que especulei ter 4 anos se escondiam.
- Whoa! O que temos aqui? Então são duas lebres. Sabe, você deveria tê-lo matado, talvez dessa maneira conseguisse sobreviver. Haha.- a mãe parecia assustada, abraçou o menino encolhido que tinha lágrimas rolando pelo rosto- Hã? O que é isso? Está com medo? -passou a se dirigir ao menino- Bem, deixe-me lhe contar uma coisa: você fez sua mãe morrer. Como se sente? Não me fale, não estou com vontade de ouvir a sua voz chorosa. -abriu o sorriso aterrador- Mas posso estar disposta a ouvir gritos!
Seu rosto adquiriu uma expressão confusa.
- Hm... Me pergunto que seria mais divertido: dar a oportunidade ao pequeno chorão de decidir quem morre ou fazer a mãe matar a cria, a frágil criatura daqual a vida depende, que foi permitida vir ao mundo aos seus cuidados. - suas últimas palavras foram pronunciadas com dramatização excessiva.
- D-do que você está falando, querida? - minha impressão era que a mãe estava tentando parecer calma na frente do filho, reprimindo seu próprio medo.
- Você é entediante. -Melanie disse isso como se estivesse reclamando do jantar- Vamos ver seu filho. Ele irá mostrar um dos lados nojentos do ser humano ou se revelará um patético? E então chorão? O que vai ser?
- Não...- o pequeno olhava para a mãe procurando a resposta.
- Não me diga que realmente é como dizem, que "filho de peixe, peixinho é". Vamos lá chorão, não me desaponte! -Melanie carregou espectativa em sua última frase.
- Por favor... não nos faça..- a mãe começou.
- Sua ridícula! Por que não reage? Afinal, não sou apenas uma garotinha? Você já é adulta. Argh, então o que me diz disso? - ela levantou o braço esquerdo, fazendo a manga do capuz descesse e revelasse a faca e a desceu na face do infante- Eu poderia ter aberto sua garganta. O que me dizem disso? Ou você tenta lutar contra mim por seu filho ou você, chorão medroso, se decide logo. O que mais preciso fazer para ter um pouco de diver...
- Mate-a. - o pequeno a interrompeu de cabeça baixa.
- Filho!- ela olhou para ele com desespero, e com o mesmo desespero ela se virou para Melanie- Por favor! POR FAVOR, NÃO! Tenha piedade!
- Haha fu-fu... "piedade"... Gosto dessa palavra... mesmo ela sendo vazia. - e cortou a artéria carótida comum dela.
Ela recolheu a faca e a limpou com a manga do capuz que trajava.
- Pegue - ela estendeu a faca para o menino, que obedeceu- Me escute, a sua querida mamãe vai sangrar até a morte desse jeito, e ela não vai gostar disso. Por que você não corta essa parte aqui? Se chama Círculo de Willis - ela indicava com o dedo- Isso, muito bom.
- Nate... - a mãe tentou falar algo, mas se engasgou em sangue.
- Bom, gostei de você, então decida como quer morrer.- Melanie ignorou a mulher que agora jazia desajeitada no interior do armário.
- Vai doer?
- Hm, isso depende.
- Não quero sentir dor.
- Hm. Levante-se. - ela começou a asfixiar o pequeno com os braços- Shh... Não resista. Você vai apenas dormir. Posso te contar a história da Chapeuzinho Vermelho, se quiser. Você quer?.... Droga. Você já adormeceu, não é mesmo? Sonhe com os anjos.
Quando acabou, ela soltou o corpo que caiu com tudo no chão. Ela puxou a manga manchada e ficou a fitando.
- O sangue nojento do inimigo.
O som e a luz de sirenes entraram pela janela. Um "Que porra!" Veio do andar de baixo. Ela se esgueirou pelas escadas. Lá embaixo os policiais já haviam rendido muitos de seus companheiros. Ela viu que perdíamos e subiu, se livrando da máscara e do capuz e se escondendo embaixo da cama. Eu me escondi no armário do escritório, cômodo da frente. Assisti os policiais chegarem e encontrarem ela. Ela fingiu que era sobrinha da mulher que acabara de matar e disse que sua tia tinha a mandado se esconder ali. Eles a desceram para baixo e eu pulei a janela para o quintal, rápida e furtivamente fui à uma árvore e a escalei. Sem ser percebido, vi que meu líder e apenas poucos homens estavam rendidos. Melanie estava sendo aconchegada pelos policiais quando um casal se aproximou da garota. Os policiais explicaram que eles a haviam salvado, pois ligaram a polícia quando perceberam uma movimentação estranha na casa. Ela arregalou os olhos e sorriu. Roubou a arma e atirou no policial descuidado e em outro que a acompanhava.
- Malditos... - sussurrou de forma quase inaudível para mim, acertando no meio dos olhos do casal.
Ela só foi detida quando petrificou. A causa foi o disparo na nuca de seu pai, não identificável se foi feito por um policial ou por Melanie. Transtornada, ela foi deixada em um manicômio.
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O caso de Stuttgard
HorrorEla era uma pequena artista, cuja arte era a morte. E estava prestes a fazer sua obra prima.