Melanie estava pintando. Ela tinha um grande prazer em fazê-lo. A tela estava sendo preenchida pela figura de um campo de centeio sendo sobrevoado por um bando de melros pretos enquanto chove. Ao fundo há um casebre e um espantalho. No canto inferior direito tem um canteiro de girassóis. Entre eles havia uma criatura humanoide, parecia um demônio. No canteiro, nenhum pássaro sobrevoava. A criatura tinha um borrão negro em suas garras e sua boca e garras estavam ensanguentadas.
Dr. Zamenis se aproxima para analisar a tela e nota a criatura.
- Que cor é essa?- ele se refere ao tom que escorre da boca do ser.
- Linda, não concorda? É intensa... tão viva! É a minha predileta!-ela parou de pintar e se virou para ele falando animadamente.
- Concordo, mas...
- É uma pena que não me deixam coletar mais... Da última vez, eu levei uma bronca.- ela o interrompeu bruscamente.
- Verdade? Por quê?
- Mas você poderia me ajudar, não é?- o ignorou novamente.
- Melanie, porque eles não te permitem coletar? E que tinta é essa?
Ela suspirou.
- Nhá....hunf. A última vez que eu coletei foi quando matei o imbecil do Dr. Goldof. Ele era simplesmente dispensável, fiz um favor para os outros pacientes dele. É sangue. Eu adiciono um pouco do meu suco de laranja do café da manhã de vez em quando para impedir que fique amarronzado.-ela disse isso sorrindo para o pincel com o sangue- Então, o que acha de me ajudar?
-Desculpe Melanie, vou recusar.-ele ficou incomodado.
Ela apenas sorriu e voltou a pintar.
- Ah, e quem é esse?- ele indicou com o dedo o ser.
- Ele? Esse é o Ed.
- Quem é ele?
Ela voltou seus olhos para o urso de pelúcia em cima da cama por um breve instante, mas logo estava concentrada na tela outra vez.
- Um amigo.

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O caso de Stuttgard
HorrorEla era uma pequena artista, cuja arte era a morte. E estava prestes a fazer sua obra prima.