Capítulo 12- A fuga

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Talvez a vida nos pregue grandes sustos para aprendermos como lidar com a vida que escolheram para nós. E para mim foi algo bastante assombroso e demasiado doloroso mas sempre ouvi dizer que só dão grandes batalhas quem é um grande guerreiro, será que é isso que eu sou? Uma guerreira, mas se for eu não me sinto como uma. Sinto-me mais como se fosse uma formiga pequena e indefesa dos pés gigantescos a minha volta e tento sempre escapar a que me esmaguem, no entanto aqui estou eu, desfeita e indefesa. Cabelo desgrenhado, marcas na cara, pulsos em sangue e os meus olhos além de arderem ainda tem de ver Gabriel ali imóvel e inconsciente. Estas pessoas não tem vida não tem família, não tem ninguém que os espere depois de uma dia de trabalho, mas eu tenho, tenho um pai que precisa de mim, mais do que eu preciso dele.

-Por favor façam alguma coisa, não podem deixar ele morrer. Ele não, faço tudo mas por favor não deixem ele morrer- entre soluços e choro

O meu peito doía, doía e muito nunca algum momento da minha vida senti tamanha dor. Nem sequer imaginava que poderia existir dor assim tão agoniante. Sinto-me tão indefesa, e não posso acreditar que ele esta ali, assim indefeso do que eles possam fazer, não eles não podem deixar morrer, afinal se for dinheiro que querem tem de nos entregar vivos não. Mesmo sabendo que ele posso ter alguma coisa haver com tudo isto, se ele morrer nunca saberei o que realmente é, sinto como se o conhecesse a imenso tempo.

O homem que ainda a pouco me ameaçou andava de um lado para o outro completamente nervoso e desorientado, estava a ver tudo a fugir-lhe das mãos. O medo e o horror de ter feito algo de errado transpareciam nos seu olhos, na sua testa podia ver-se o suor.

-Merda, merda, merda. Laaaake que foste fazer man.- dizia andando para a frente e para traz enquanto o outro das tatuagens estava ao lado do Gabriel a pressionar a ferida.

-Tem calma , vamos resolver isto.

Este parecia menus nervosos, mas ainda assim não deixava de estar. Momentos depois os das tatuagens foi lá fora, deixando os homens de dentes amarelos a cargo de pressionar a ferida do Gabriel, dizendo que iria ligar ao chefe. Assim se passou mais alguns minutos até o homem das tatuagens estar de volta, com uma cara de preocupado.

Chegou perto novamente do Gabriel para dar a noticia ao homem de dentes amarelos e pelas suas expressões as coisas complicaram-se ainda mais do que era esperado.

Não consegui perceber o que eles estavam a falar, pois eles falavam baixo .

Os de dentes amarelos chegou-se mas perto de mim, e deu volta a cadeira onde estava já havia um dia, começou a desapertar as amarras que estavam a magoar-me muito, mas ele nem parecia minimamente preocupado com isso.

-Anda vamos, tu agora vens comigo.

Pegou em mim e levou-me dali para fora. Deixando o Gabriel a mercê daquele tatuado maluco e sem escrúpulos. Passei por um corredor que parecia não ter fim, mas já era de manhã dava para perceber o que era uma casa abandonada, com vários quartos, as janelas partidas. Tinha de arranjar maneira de sair daquele lugar, e pedir ajuda. De repente fez-se luz, se as janelas estão todas partidas aqui provavelmente as da casa de banho também estarão.

-Posso ir a casa de banho, antes de ir para onde quer que me esta a levar? - Pedi com a voz mais convincente possível e clara

-Deves pensar que sou parvo não? Anda e cala-te- disse abanando-me para a frente

Por acaso ate acho que és bastante parvo.

-Por favor, estou muito aflita, desde ontem que nao vou por favor- cruzei as pernas de como se realmente estivesse muito aflita.

-Pronto, vai lá. Também não quero que faças ai.

Levou-me por outro corredor a esquerda e a segunda porta ficava a casa de banho. Abriu-me a porta, mas com as mãos atadas estava complicado.

-com as mãos atadas não consigo.

Ele desatou as mãos e eu entrei na casa de banho. A porta ficou fechada, a casa de banho era minúscula, e estava bastante danificada e cheirava mal, muito mal , tinha somente a sanita e uma janela por cima e como eu previa a janela estava meio partida. Boa. Tenho de arranjar alguma coisa para poder partir a janela mais um pouco e passar por ela, e pedir ajuda.

-Então princesa estas a demorar- Gritou

-Só mais um bocadinho esta quase.- gritei de volta

Pensa, pensa, pensa. Procura alguma coisa caída no chão que possa partir mais a janela. Encontrei uma pedra que estava por detrás da sanita e era um pouco grande e bicuda. Parti a janela e puxei o autoclismo para abafar o som e sai dali a correr.


OLÁ. Este é o primeiro capitulo de 2016 YEEEEY.
Como foi o vosso ano novo? O meu foi óptimo. Quero desejar a todos um bom ano e que este ano seja o espelho de novos sonhos realizados. Até ao
próximo capitulo.

Com Amor Angels <3









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