OJ novamente subia todos aqueles lances de escadaria. A curiosidade era maior que qualquer outra coisa, era maior até que seu próprio medo. Ele sentia o espaço reduzir e sentia o teto abaixar. Quando já estava sentido-se sufocado, ele finamente chegou a "portilha" para o sótão. O caminho parecia ter se encurtado, a casa parecia tá atraindo-o para uma armadilha.
- O fundador ficou tão transtornado com a morte de sua única filha que decidiu traze-la de volta a vida - Júnior começou a contar sua história com um tom bem sombrio, calmo, mas intrigante - Então ele foi pedir ajuda a uma mulher com fama de feiticeira, para que ela transferi-se a alma da criança para o corpo da boneca, mas a boneca havia sido construída pelo demônio, as roupas eram fiadas pelas trevas e os detalhes do rosto eram esculpidos por anjos caídos.
- Era tão ruim assim? - Gabriel perguntou , meio descrente na história.
- Algo deu errado na transfusão - Júnior disse - O espírito de Marybelle estava transtornado, perturbado - Júnior olhou nos olhos de cada um presente na mesa - Talvez até possuído pelo próprio Lúcifer.
OJ abriu a escotilha com cuidado, descendo a escada que levava ao sótão, sem fazer movimentos bruscos. Ele subiu aquela pequena escada, como Gerson havia feito segundos antes de desaparecer, degrau por degrau. Chegou em um ponto de só deixar sua cabeça dentro do sótão, para poder olhar melhor, antes de tomar qualquer decisão errada. Foi quando um arrepio subiu suas espinhas, o fazendo gelar.
- A cidade precisou chamar aquela feiticeira novamente, dessa vez, para prender a boneca na casa do fundador, antes que a situação toda ficasse pior - Júnior fechou os olhos e respirou fundo - Mas a Boneca Marybelle sempre tenta sair da prisão que antes foi sua casa.
- Mas ela nunca sai. - Igor disse de uma forma também sombria.
- Não conseguiria, tem magia negra pesada naquela casa - Júnior relaxou na cadeira - A menos, é claro, que se alguém entrasse na casa e deixasse a casa escancarada, dando assim, a liberdade que a Boneca Marybelle tanto precisava para andar entre os mortais.
- A gente trancou a casa, não foi? - Cris rapidamente perguntou olhando pro Gus.
- Vocês entraram na casa ? - Júnior perguntou com a esperança de que eles estivessem brincando.
- Trancamos?! - Gus olhou de volta pro Cris - Trancamos, ne?
- VOCÊS ENTRARAM NAQUELA CASA?! - Júnior se levantou da mesa desesperado.
- Ei, cara, relaxa - Gabriel se levantou e tentou acalma-lo - Só fomos lá uma vez.
- É - Gus disse - Entramos, fechamos a porta, saímos, fechamos a porta.
- E não voltamos mais - Cris finalizou para tentar deixa-lo relaxado.
- Vocês tem certeza disso? - Júnior olhou Cris nos olhos.
- Mas é lógico que temos certeza - Cris se apoiou em Júnior - Até por que diabos alguém em sã consciência voltaria para aquela casa?
O sótão estava em um verdadeiro breu, OJ não conseguia ver nada direito, apenas as coisas que estavam no caminho da luz da lua cheia que atravessava uma pequena janela no local, iluminando uma parte do piso. Ele pegou seu celular e ligou a lanterna, para poder tentar analisar o local com cuidado. No sótão havia algumas estantes de livros que pareciam ser bem antigos, um tapete marrom com um desenho de um pentagrama dourado estava no centro do lugar. Em cima do tapete havia uma poltrona vermelha e sobre essa poltrona, havia a boneca de Marybelle. Ao ver a boneca pela 1° vez, de tão perto, OJ ameaçou entrar de uma vez no sótão, para poder ver a boneca mais perto ainda. Ele colocou o 1° pé no local, sem tirar os olhos da boneca, mas ao tentar entrar por completo, a Boneca Marybelle virou seu pescoço de forma brusca, direcionando seu olhar pra ele.

VOCÊ ESTÁ LENDO
Férias Inesquecíveis
Mystery / ThrillerEra para ser mais um mês de férias normal, mas o quê aconteceria naquele mês de Julho mudaria tudo. Se pudessemos voltar atrás, escolheriamos outro lugar, mas não passariamos nem perto de Santo Peter, pois aquelas férias seriam difíceis de esquecer.