Precipitado.

68 6 1
                                    

Paula ainda se encontrava paralisada de medo na frente daquela janela aberta. O suor escorria pela sua pele gélida, ela continuou parada por alguns segundos, até finalmente abrir a boca e repetir constantemente:"não, não, não".
Gabriel, no seu papel de namorado, foi ver o quê estava acontecendo com sua amada.

- Paula?! - Ele tocou em seu ombro - Tá tudo bem?

- Você não podia tá no banheiro - Ela batia o pé - NÃO PODIA!

- Paula, eu não sabia que isso ia te deixar tão irritada, me des....

- NÃO - Ela bateu com força no vidro da janela - VOCÊ NÃO ENTENDE!

- O quê aconteceu? - Ele andou com um passo para trás.

- Tinha mais alguém... aqui no quarto - Ela começou a chorar - Aqui na cama, eu sei, eu vi, eu...eu....

- Paula - A cabeça de Gabriel já começava a borbulhar - O quê você fez?

- Eu achei que fosse você, me desculpa - Ela se aproximou dele.

- O que você fez? - Ele se afastou mais dela.

- O quarto tava escuro, eu não vi você entrar no banheiro, eu...

- Você me traiu?! - Ele a interrompeu.

- Eu não vi quem era, me desculpa.

- Você não me conhece agora?! QUE MERDA DE DESCULPA É ESSA?! - Ele segurava sua cabeça enquanto gritava pelo quarto - VOCÊ SABIA QUE EU NÃO ESTAVA SEGURO NESSA MERDA DE RELAÇÃO...VOCÊ NÃO TINHA ESSE DIREITO.

- Eu transei com um psicopata que eu nem sei quem é - Paula olhava para ele com os olhos vermelhos - Isso não significa nada?!

- Sim - As lágrimas escorreram pelo seu rosto - Significa que você me traiu com um qualquer.

Gabriel apenas pegou um roupão, vestiu e tocou a maçaneta da porta. Paula segurava sua mão, implorando para ele ficar.
Ele a deixou sozinha, em prantos. Ela se encostou na porta e chorava confusa, olhando a cena do crime: sua cama.
.
.
.
No hospital, OJ estava sozinho no próprio leito, entediado, brincando com o controle de fazer a cama subir e descer. Ele pensava em como aquelas férias estavam indo e como ia voltar pra casa com aqueles machucados e uma costela quebrada: " Eu rolei umas escadas e atravessei a janela, nada demais", mas alguém já havia usado essa desculpa enquanto lutava com vampiros.

Quando já estava preste a chamar o enfermeiro para pedir mais soro, viu a porta do quarto se abrir. Nathaniel encontrou com a cabeça baixa e ficou parado por alguns segundos.

- Eae, cara - OJ dizia tentando faze-lo falar qualquer coisa.

- ... - Ele apenas deu um passo em sua direção.

- Já deve tá sabendo da Mandinha e do Igor, né? - OJ o encarava.

- ... - Nathaniel dava o segundo passo.

- Olha, tá tudo bem, não é o fim do mundo.

- ... - Nathaniel se aproximou um pouco mais deixando OJ ver apenas aquele sorriso enorme grudado em seu rosto.

- Cara, eu não cheguei nesse nível de carência, pode se afastando - OJ deu uma leve risada nervosa.

Naquele mesmo instante, Nathaniel levantou o rosto, revelando um sorriso enorme e perverso. Seus olhos eram negros, fundos e arregalados, sem nenhuma piscada sequer. OJ reconheceu aqueles olhos rapidamente começou a apertar o botão chamando a enfermeira.

- Nathaniel, o que aconteceu, cara?!

- ... - Ele apenas segurou o braço de OJ que apertava chamando a enfermeira.

- Eu sei quem é você - OJ respirava ofegante, buscando um pouco de coragem - A sua brincadeira vai acabar, Marybelle.

Marybelle, usando Nathaniel como marionete, apenas deu de ombros, antes de arrancar a garganta de OJ com "própria" boca.
.
.
.
De volta ao bar da pousada, Gabriel virava uma garrafa inteira de gim, enquanto quase todo o resto do grupo já estava indo para o quarto. Ele já estava tonto, sem pensar direito e ainda estava mexido com o quê havia acabado de acontecer no quarto. O choro estava engatado na sua garganta e quando todos ja haviam ido, deixando-o sozinho, ele finalmente se preparou para desabar.Mas foi nesse exato segundo que foi interrompido por uma mão na sua perna.

- Posso me juntar ? - Linnah puxou uma cadeira para perto dele.

- Achei que você não bebia.

- Com tudo que tá havendo, aceito qualquer coisa para relaxar - Linnah encheu seu copo - Além do mais, isso vai ficar só entre nós dois, certo?

- É... - Ele respondeu desanimado.

- Deixa eu adivinhar - Linnah nem precisou pensar, era o problema de sempre - Brigou com ela de novo?

- Agora é completamente diferente.

- Ela só te ferra, Gabriel - Linnah encarou seus olhos - Quando você vai entender que existem outras pessoas pra ficar, esquecer e seguir em frente?!

- Achei que seu amante oficial fosse o Gustavo.

- Vendo que você já sabe, ele obviamente não serve para amante.

- Claro que não - Ele riu - Então por que vocês não assumem logo e...

- Não estrague esse lance, eu tava tentando te dar um cantada.

- ...Que??

Gabriel foi interrompido por um longo beijo, Linnah o colocava contra o balcão, tentando tirar seu roupão. Gabriel já estava ficando excitado e as coisas ficaram mais quentes ainda quando Linnah o levou pra trás do balcão.

- Espera - Ele a afastou - Eu amo a Paula, não posso fazer isso com ela.

- Vai ser sempre assim?! Você faz merda e vai atrás dela para se desculpar?! E agora ?! Ela faz merda! - Linnah o encarou - Você vai atrás dela para dizer que não tem problema ?!

- ...

- Pensa em você, só dessa vez.

Gabriel se calou por alguns segundos, até pegar Linnah pela cintura e a deixá-la de perna aberta no balcão.

Férias InesquecíveisOnde histórias criam vida. Descubra agora