Sounds like something that I used to feel

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Depois de deixarmos o estúdio, segui com Edward até meu carro ainda sem conceber o que realmente estava acontecendo. Por que ele me deixava tão nervoso? Eu não sabia como começar uma conversa e ele parecia não se importar com o estranho silêncio.

─ Uh? Você pode colocar tudo aqui no porta-malas. Muito obrigado pela ajuda, me poupou de fazer mais de uma viagem carregando minhas bugigangas ─ comecei a tagarelar.

─ Sem problemas, cara. Será que podemos ir?

─ Cla-claro! ─ assenti e caminhei para entrar no carro enquanto ele se dirigia ao lado do carona ─ Vou tentar passar por todos os lugares com coisas importantes e de primeira necessidade, depois os lugares que passaram por mudanças nos últimos tempos.

─ Seria ótimo, Louis.

Mais uma vez o tom da voz dele espalhou sensações divergentes por todo meu corpo. Jurei que ele estava sorrindo enquanto falava, mas espiando pelo canto dos olhos notei que ele continuava quase inexpressivo.

─ Já tem lugar para morar ou está em um daqueles kitnets que a agência administra?

─ Eles me ofereceram para ficar lá, não é de todo ruim. Com certeza passei por lugares piores ─ ele se interrompeu e entendi que havia uma história nem tão feliz por detrás disso ─ na verdade, pretendo economizar o que conseguir com essa campanha para arrumar um lugar só meu.

─ Sim, acho que entendo. Eu não aguentei o alojamento da faculdade, então pego todos os bicos que consigo e com um pouco que minha mãe ainda me dá, aluguei um pequeno apartamento não tão longe do centro. Posso ligar e ver se eles ainda têm algum vago, o preço é relativamente bom e o lugar é bem decente.

─ Seria ótimo, obrigado.

─ Não por isso! O prédio é novo, não deve ser do seu tempo. Podemos passar por lá e você dá uma olhada ─ ele apenas me dá um aceno positivo e um meio sorriso ─ aliás, tem quanto tempo que você não anda por aqui?

Edward pareceu debater internamente por alguns instantes antes de responder e eu me esforcei para não desviar o olhar da rua, mas cada vez ficava mais curioso sobre ele.

─ Quase uma década eu acho.

Guardo a informação para processar depois, empurrando para o mais distante possível o desconforto de que me trás lembrar de como a vida era boa dez anos atrás.

─ Se mudou para muito longe daqui? Por isso demorou tanto para voltar?

─ É - é isso também. Acabamos voltando para a cidade natal da minha mãe.

─ Entendo.

Claramente ele ficou desconfortável com o assunto, então resolvi adiar as perguntas mais pessoais para depois, se conseguisse ganhar mais um tempo com Edward e seus olhos vazios.

O que aconteceu para que ele ficasse assim?

Quanto tempo você pretende passar com ele, Tommo?









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