N i n e

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MARTINA

"Aprenda a ouvir e compreender o silêncio, pois ele grita verdades que jamais serão ditas." FB.

O restante do baile foi agradável, conheci mais Phillip e descobri que ele toca um pouco de gaita e violão. Nossa conversa fluía como se nos conhecêssemos há tempos e isso me deixou animada. Me fez esquecer um pouco de Lorenzo, que estava literalmente me ignorando.

— Eu morava com minha mãe e meu irmão mais novo e com 15 anos me classifiquei para a guarda real e desde esse ano trabalho no palácio. – Phillip diz e eu arregalo um pouco os olhos, surpreendida.
— Você se tornou guarda real com 15 anos?! – pergunto sem acreditar.
— Sim. – diz rindo da minha expressão surpresa. — Me tornei capitão com 17.
— Meu. Deus. – falei pausadamente. — E você tem quantos agora?
— Eu tenho 21 anos.
— Você é surreal. – digo rindo e ele me acompanha. Cutuco seu braço fazendo-o rir mais.

  Phillip pergunta da minha família e eu digo que morava com meus avós e meu irmão.

— Sinto muito pelo seus pais. – diz e percebo que o clima ficou tenso.
— Está tudo bem, já faz muito tempo.
— Você se acostumou com o palácio?
— Totalmente não, mas aqui é maravilhoso. — Sente saudades de sua casa, certo? – perguntou sorrindo fraco como se a fala também servisse para ele.
— Muita saudade. – confesso sorrindo.
— Eu também s...– sua fala de foi cortada com o som de uma explosão.

  Phillip rapidamente se pôs na minha frente e pegou algo nas suas costas presa na calça, noto ser uma pistola, e ficou em modo de ataque. Sinto meu coração disparar quando ouvi sons de tiros. Guardas entraram no salão arrastando todos os convidados e a família real provavelmente para um abrigo.

— Vamos! – Phillip exclama me puxando, mas na mesma hora um guarda cai no chão com um ferimento no braço.

  Phillip me olha apreensivo e eu entendo dizendo rápido:
— Está tudo bem, eu vou sozinha.

   Engulo seco após dizer. Não poso mentir que estava com medo, mas eu não podia vacilar.

  Sigo os guardas que levavam as pessoas para fora do salão e noto uma criança chorando. Lembro que ela era um dos irmãos de Isabelli. Vou até ela e seguro em sua mãozinha. A mesma se assusta, mas ao me ver relaxa, creio que me reconheceu da apresentação e por conversar com sua irmã.

Subitamente uma janela se quebra ao meu lado fazendo cacos de vidros caírem e tampo a cabeça da menininha e abaixo meu rosto à tempo.

Depois de um tempo levanto o rosto vendo um guarda no chão, morto. Viro a irmã de Isabelli de costa para o corpo e tampo minha boca prendendo o grito. Olho para os lados vendo que me perdi das outras pessoas.

Que merda!

  Sinto vontade de vomitar, porém não me permito. Eu não posso ser fraca agora. Ouço o som de tiros e começo a tremer. Espero que Phillip esteja bem. Provavelmente Lorenzo, Clarissa e todos os outros já estão seguros.

  Eu preciso encontrar um abrigo!

  Fecho os olhos da garotinha até passarmos pelo corpo, logo seguro sua mão e começamos a correr em busca de abrigo.

— Qual o seu nome pequena? – pergunto durante uma pausa ao perceber que ela estava bem cansada.

Olho para os lados por receio de vir alguém inimigo.

—  Elizabeth. – ela responde e noto que sua voz estava apavorada, mesmo assim ela se mantinha forte.
— Você pode me chamar de Tina. Liza, eu preciso que você venha comigo, tudo bem? Logo encontrará seus irmãos.

Simplesmente princesa Onde histórias criam vida. Descubra agora