F o u r t h e e n

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MARTINA

"Eu posso ser amável. E ao mesmo tempo doentio". GN

— O que estava pensando? – sinto meus adoráveis tímpanos estourarem.

Eu estava em meu quarto confortável com Clarisse, que me dava um longo sermão.

— O que seria de mim sem você? – noto que seus olhos marejam. — Não me passe um susto desses novamente.

Todos haviam retornado e eu trouxe Michael comigo, chegando aqui pedindo autorização para o rei. Ele não ficou nada contente com minha fuga e minha volta com mais uma pessoa, porém aceitou já que o palácio era grande e minhas aulas de piano continuariam.

Não falei com Lorenzo muito menos com Phillip. Não queria ver a cara dos dois. Eu e Michael ainda estávamos de luto, porém ele esquecia com a nova moradia. O palácio era realmente grande e tinha muita coisa para fazer, o ruim é que não há ninguém da sua idade, porém o mesmo não aparece aborrecer com isso e esta bem, de certo modo.

— Eu já pedi desculpas, Clarisse. – digo a abraçando. — Eu estou bem, está vendo? Nunca irei fazer isso de novo. Prometo.
— Espero mesmo! – se afasta de mim raivosa, porém logo retorna a me abraçar. — Ah! Já ia me esquecendo.

Ela sai do quarto e logo volta com um envelope na mão e me estende. Fico confusa e abro o mesmo depois de seu pedido.

  O Colorado comandado pelo Rei Robert Arnaldo Castanellie e pela Rainha Kimberley Esmerald Castanelli para convidar Martina Dolasco para o casamento de sua alteza real, o Príncipe Christopher Theus Castanelli com a senhorita Clarisse Middleton, no Westminster do Colorado na sexta-feira seguinte, 16 do ano 2042.

Que lindo! Clarisse, parabéns! – retorno a abraçá-la.

Estava muito feliz por minha amiga, pelo menos ela havia conseguido o coração do príncipe. E eles se merecem, Christopher é um príncipe único.

— Tina, eu estou ansiosa. – confessa. — Sexta-feira já está chegando e se...
— E se nada, você vai estar maravilhosa e vai dar tudo certo!

Clarisse abre um sorriso animada e eu a acompanho.

Eu estava andando pelo jardim do castelo com um livro na mão. O sol estava se pondo no imenso céu. Tive a leve vontade de ir ao terraço para ter o privilégio de admirar aquela incrível vista, porém sentia um aperto, pois me lembrava de Lorenzo e tudo o que passamos.

Por fim, decidi ir, porém rapidamente.

Vou à porta secreta e com a chave consigo entrar. Subo a escada em espiral e logo me vejo no terraço de frente para a magnífica vista de todo o reino de Colorado. Ao longe havia morros que faziam meus olhos marejarem, pois eu sabia de um pouco mais ao longe estava o Valle Molise, o local em que eu chamei de casa e agora estava em pedaços assim como meu coração. Não sei quanto tempo passou, porém já era tarde.

— Martina? – paraliso em ouvir aquela voz.

Seu cheiro invade minhas narinas e um calafrio sobe em meu corpo. Me viro para trás e encaro uma estatura que me assusta. Lorenzo estava com roupas amarrotadas, cabelo despenteado e os olhos vermelho. Aquele não era o príncipe herdeiro que carrega poder e riqueza dentro de si. Aquele era Lorenzo, um simples homem com um coração batendo por debaixo de seu peito. E estava ferido, dolorido, perdido internamente.

— Lorenzo?! – chamo por ele, mas seu olhar parecia distante. — O que houve?

Antes de responder ele um puxa para um abraço. Seus braços rodam minha cintura e seu rosto é escondido em meu ombro. Sinto-o puxar o ar pelo nariz causando arrepio em meu pescoço. Pego seu rosto pela mão e o faço me olhar.

— O que aconteceu? – repito e ele parece se concentrar em meu rosto.
— Eu... – ele abaixa o olhar.
— Lorenzo. Me diz o que está acontecendo!
— Você Martina! Isso é tudo culpa sua!

Ele se solta de mim e afasta como se eu fosse tóxica.

— O que? – pergunto esperando que ele me explique suas palavras, por que eu não estava entendendo.
— Olha o que você causa em mim, Martina. Eu estou destruído, eu não podia estar assim. Eu sou o futuro rei! – repito suas palavras na minha cabeça e deduzo onde ele quer chegar com elas. — Você é minha fraqueza.
— Não sei do que você está falando...
— Sabe sim.

Ele se aproxima e pega minha mão me assustando.

— Lá no fundo você sabe. – repete e coloca minha mão em cima do seu peito.

Sinto seu coração bater rapidamente em minha palma e a cada batida sinto que o meu queria acompanhar-lo.

— Quando você mandou a carta eu surtei. Só de imaginar perder você, eu... – ele fechou os olhos como se quisesse espantar os pensamentos ruins. — Eu fui atrás de você na hora.
— Lorenzo... Você me ignorou depois do ataque dos rebeldes. Agora vem aqui me dizer que surtaria se eu morresse. Que diferença faz?

Tiro minha mão de perto dele e noto seu olhar de sofrimento.

— Eu não podia fazer isso com você. Fazer parte da família real não é possuir apenas luxos e riquezas, é também correr o risco de morte todos os dias. De ver as pessoas com ódio de você e se caso você não for como as expectativas da população, será massacrado. Eu não quero isso pra você. Eu quero você segura e o melhor para isso é longe de mim.
— Você não pode decidir o que é melhor para mim. – recruto e ele nega com a cabeça.
— Eu sei que eu te perdi, mas você ainda estava aqui. Viva. Eu podia sentir seu cheiro e podia ver seu sorriso, mesmo de longe isso para mim, está perfeito. Mesmo te vendo com outro. – ele abaixa a cabeça, mas logo volta a me olhar. — Você estava salva, Martina. Porém, comigo, você nunca estará.

Lorenzo me olhava intensamente e eu não imaginava que esse era o motivo para tudo isso.

— Me desculpa por não ter chegado a tempo de salvar seus avós, porém sinto que eles estão em um lugar melhor. Eu não queria dar aquela ordem, não queria me esconder atrás dos guardas como um fraco, porém eu ainda não sou o rei e meu pai tem mais poder do que eu. Eu não podia fazer nada, apenas ir até você o mais rápido possível. – ele suspira. — Eu te amo e sinto que amarei por toda minha vida, mas eu te amo tanto que prefiro que esteja com outro homem, porém segura.
— Você é um idiota, Lorenzo. – digo e começo a rir, ele me olha sem entender.

Tive que colocar a mão na barriga de tanto rir. Não acredito que por todo esse tempo eu achei que Lorenzo havia me esquecido, mas ele só queria me proteger. Do jeito dele. Apenas me proteger. Contenho mais risos e fito ele, o mesmo estava me olhando como se eu fosse uma louca.

Talvez eu seja, mas uma louca completamente apaixonada por Lorenzo.

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