E l e v e n

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MARTINA

"Algumas pessoas apenas não nascem para ficar juntas, digo juntas-juntas, embora seus encontros físicos sejam bem românticos e inesquecíveis." GN.

Após perceber que Phillip era membro dos rebeldes da água tentei disfarçar, mas sem ventura ele me olhou estranho e então olhou para baixo fitando a tatuagem e arregalando levemente os olhos.

— Martina. – ele se aproxima, mas eu me afasto rapidamente levantando da cama.
— Por que você está aqui? Tudo aquilo que me contou... era mentira? – sinto uma leve dor no peito.
— Não! – exclama confiante — Nunca menti para você. Era realmente meu sonho me tornar um capitão da guarda, mas isso era evidentemente impossível. Então, tive que fugir.

  Eu olhava para ele incrédula pelo o que havia acabado de descobrir.

— Você está aqui para espionar a família real?
— Claro que não! Martina. Argh! Eu realmente morava com minha mãe e meu irmão – suspirou como se estivesse tomando fôlego e continuou — Meus parentes era membro dos rebeldes da água, eu e meu irmão consequentemente nos tornamos também.
— Eu não entendo. Se você não queria ser um rebelde, porque se tornou um? Por que fez a tatuagem? – tento formular a resposta em minha cabeça, mas nada se encaixa.
— Se eu não aceitasse me tornar um rebelde isso poderia haver consequências...
— Consequências? – repeti baixo.
— O conselho poderia me torturar ou matar minha família.

Tampo a boca surpresa.

— Não. – murmuro e vejo que Phillip abaixa a cabeça.
— Ninguém tem escolha, todos são influenciados e manipulados para seguirem seus princípios, seja pacífico ou não.

O rosto daquele homem veio involuntariamente em minha cabeça assim como seu olhar cruel.

— Meu pai era um dos poucos que percebia isso e ele me mostrou toda a verdade. Estávamos vivendo no meio de uma manipulação e ele sabia, mas pagou por sua sabedoria...

Lembro-me que Phillip não citou seu pai em nenhum momento até agora.

— O-o que aconteceu com seu pai? – perguntei com medo da resposta.

Ele fechou os olhos com força antes de responder.

— Torturado até a morte. – após abrir seus olhos percebo o quanto estava perdido. — Sua própria mulher o acusou...
— Pare! – peço um pouco alto.

Percebi que estava sendo dura com ele por tudo que ele passou. Phillip sofreu e não deve dizer seu passado para mim.

— Não. – percebo a tristeza e fúria em seus olhos. — Você vai me escutar.

Ele se aproximou de mim e dessa vez eu não me mexi.

— Minha mãe entregou meu pai por ele ter contato a verdade para mim. Depois de ele... pagar pelo seus atos. Eu passei meses planejando minha fuga. Como os rebeldes vivem viajando, eu já tinha marcado minha fuga. – Phillip parou, suspirou e continuou sua história. — Na época eu tinha 14 e meu irmão 12. Eu iria fugir com ele, mas por um erro meu, ele não conseguiu fugir e eu jurei que voltaria para buscá-lo. Escapei em uma noite chuvosa e obscura. Corri tanto que não sentia mais meus pés. Eu estava ensopado e a lama estava grudada em minha perna. Até que escorreguei em um penhasco e bati contra uma árvore. No dia seguinte acordei em uma cidade e então percebi que era a cidade real. Umas pessoas bondosas me deram roupas limpas e comida e então partir para o palácio. Com muito luto consegui entrar como aprendiz, mas pela grande sabedoria com espadas, armas e defesa pessoal logo me destaquei entre os outros alunos e em três anos me tornei o capitão da guarda.

Simplesmente princesa Onde histórias criam vida. Descubra agora