Capítulo I

229 10 3
                                    

-Sim, Oriana...cabedal ou malha?
-Uhmm...que tal os dois?
-Tu não deves ter percebido quando nos disseram MÁXIMO 20KG.
-Ah ok, sendo assim, cabedal e malha.

Como é que eu não adivinhei? Oriana e eu partilhamos de muitas características semelhantes e por isso, não é nada fácil de obter uma resposta concreta. Neste tipo de situações só me resta pedir a opinião ao meu compadre.

-Piglet, o que achas que deva levar? O casaco de cabedal ou de malha?- com a mão assente na anca, olho fixamente para o seu ar de porquinho inocente e ingénuo, até que este solta um grunhido.
-Bem me parecia que cabedal era a escolha mais acertada.

Desloco-me até à cama onde a minha mala de viagem se encontra estendida pronta a receber (provavelmente) a última peça de roupa que lhe espera: o meu casaco de eleição. Com isto, preparo-me para iniciar o processo de compactação da bagagem: fazendo uma curta contagem decrescente, impulsiouno-me de forma a sentar o meu traseiro sobre a pobre mala que logo se rende e assim, consigo sair vencedora de mais uma luta - deslizar o fecho sem o danificar. Rapidamente arrumo o casaco de malha no cabide, e estico-me ao pendurá-lo no varão já curvado do armário.

-Estou, Alina, estás aí???- rosna-me Oriana, furiosa por se sentir pendurada. Fogo, esqueci-me pela milésima vez que estávamos em chamada.
-Sim, sim, estou aqui!-apresso-me a responder-desculpa, não acredito que...
-...deixaste-me a dialogar para as paredes outra vez? Bem, nada que não esteja habituada...enfim, vou ter de desligar que o meu pai está a chamar-me! Au revoir, não te esqueças de nada!

Terminada a chamada, mergulho o telemóvel no bolso traseiro das minhas high waisted jeans de ganga clara e encaro o meu quarto, todo ele.
Fito o contraste que a cama branca de colcha rosa bebé asfixiada por uma série de pilhas de almofadas faz com a parede de cor cinza suave que se estende ao longo de todo o espaço. "Bom trabalho, Alina" - felicito-me. De seguida, volto à realidade, ao ser surpreendida por um toque de notificações incrivelmente enervante. Debruço-me sobre o computador onde me deparo com uma nova mensagem do tio António.
____

De: António Braga
Assunto: Bem vinda
Data: 13 de Julho de 2013 15:20
Para: Alina Braga

Olá sobrinha,
Em que dia e a que horas chegas a Nova Iorque?
Beijinhos
____

De: Alina Braga
Assunto:
Data: 13 de Julho de 2013 15:22
Para: António Braga

Olá tio,
Eu e a Oriana partimos de Lisboa dia 14 de Julho para Toronto e é lá que iremos passar a primeira semana com os tios da Oriana. Depois, no dia 21, iremos de comboio até Nova Iorque, onde chegaremos (já no dia seguinte- dia 22) pelas 8h da manhã. Qualquer coisa que possa surgir, o tio tem o meu número :)
Beijinhos e até para a semana!
____

Olho para as horas que facilmente se destacavam no canto superior direito do computador e logo me apercebo de que estava (mais uma vez) atrasada. Apresso-me a dar os últimos retoques e, colocando a mala sobre o chão da madeira clara, arrasto-a desajeitadamente em direcção à porta fechando-a de forma triunfante.

___________________________

Olá, eu e a Luana queríamos só dizer que é a primeira vez que publicamos uma fic, e que finalmente achámos ter conseguido escrever algo decente, mas mesmo assim agradecíamos algum feedback vosso, de forma a que consigamos melhorar. Espero que tenham gostado, e se for o caso, partilhem ao máximo e aguardamo-vos no próximo capítulo.
Beijinhos 😉🎈

You again?Onde histórias criam vida. Descubra agora