Terça-feira de tarde, durante meu almoço com Thomas, ficamos conversando sobre várias coisas; ele me contou que sua namorada estava a viagem de trabalho, ela é modelo, e que ele iria semana que vem se encontrar com ela na Flórida. Fiquei triste ao saber que eu ficaria uma semana sem ver meu único amigo daqui, mas ao mesmo tempo feliz ao ver o brilho nos olhos dele ao falar sobre a garota amada. Jogamos conversa fora e quando eu vi já era hora de ir para o meu trabalho. Apesar de ser cansativo às vezes, eu amo muito fazer isso: ajudar as pessoas, cuidar delas e dar a devida atenção que merecem. Seres humanos necessitam de cuidados e nada melhor do que ver a felicidade da mãe quando você faz uma cirurgia necessária na filha dela. É uma das profissões mais bonitas, na minha visão, e desde que eu comecei a ver uma série sobre cirurgias e coisas do tipo, eu me apaixonei por esse ramo.
Me despeço de Thomas e pego um ônibus para o hospital, me lembrando mais uma vez de que preciso comprar um carro, nem que ele seja usado ou seminovo.
Chegando ao local, logo coloco minhas coisas no armário dos funcionários e me troco, colocando meu jaleco branco, meus sapatos confortáveis e prendendo meus cabelos castanhos. Pego os formulários que estão em cima do balcão no hall de emergência e começo a atender os pacientes. Um por um. Pego casos totalmente adversos. Um deles era de um garoto com um simples resfriado e a mãe achava que ele iria morrer, o outro era uma menina com alergia a camarão, outro uma mulher com o braço quebrado e ela cismava que estava bem e não aceitava de jeito nenhum a colocar o gesso, só o marido dela, depois de muita conversa, conseguiu convencer. Foi um dia cheio mas ao final me encontro com Kate como de costume.
-Estou morta. -Admito fazenda careta.
-Nem me fale, como sou uma mera assistente de enfermagem fico só dando remédios e passando equipamentos para os doutores nas cirurgias. Mas está bom, um dia ainda vamos ser grandes médicas, Rosy!! -Ela diz entusiasmada. Eu, por incrível que pareça, peguei um estágio melhor do que Kate - acho que por causa das minhas notas e pela boa recomendação dos meus professores - atendendo alguns casos mais simples na sala de emergência, enquanto Kate atende pessoa internadas, dando os medicamentos ou as vezes na sala de cirurgia, separando os instrumentos, o que é mais simples do que o meu cargo.
-Tomara!! Estou estudando muito para isso.
-Você estuda demais. Até quando não precisa, Rosie. -Ela diz em um tom de advertência, como se fosse minha mãe, mas ela é só um ano mais velha. -Enfim, você gostou da noite das garotas? -Ela pergunta.
-Amei. Me diverti muito, suas amigas são engraçadas. -Digo rindo ao me lembrar das besteiras que as amigas dela falaram e dos passos horríveis de dança que inventaram.
-Elas são sim. Então, queria te convidar para mais uma noite das garotas. Você poderia dormir no meu apartamento que divido com a Gigi. Você topa?
-Não sei. Estou preocupada com a matéria que vou ter que estudar e não sei vai dar tempo.
-Rosie!! -Ela fala em um tom de reprovação. -Para com isso. Você estuda de dia, ainda trabalha de tarde e depois estuda mais a noite, você merece um descanso. Você precisa descansar um pouco. -Ela me repreende. Fico feliz ao ver como ela se importa comigo. Ela está certa, estudo demais.
-Mas é que.... -Tento arrumar alguma desculpa, mas acabo desistindo. -Ok! Vou pensar no caso.
Kate fica toda animada e me passa o número do telefone dela.
Voltando para minha casa, fico imaginando que eu não devo aceitar esse convite. Primeiro porque eu conheço ela somente há uma semana, segundo que eu nunca dormi na casa de ninguém, então não sei como funciona e terceiro que não sei se vou me dar bem com a Gigi e quarto porque eu realmente tenho muita matéria para estudar e gravar, medicina não é fácil!
Chegando no meu quarto vejo que Lily está com um caderno nas mãos.
-Está estudando? -Pergunto. Eu devo ter ficado com uma cara tão surpresa que ela começa a rir.
-Claro. Não sou vagabunda, quer dizer, pelo menos não tanto assim. -Ela ri com o próprio comentário.
-Posso te fazer uma pergunta?
-Óbvio Rosie.
-Já dormiu na casa de uma amiga?
-Hã, claro né! Toda garota já. -Ela diz enrugando a testa, em um sinal de que não entendeu o porque da pergunta . Fico constrangida, porque eu nunca dormi na casa das minhas amigas porque minha mãe não deixava, ela dizia que era muito perigoso e que não fazia bem para a saúde ir dormir muito tarde. -Espera. Você nunca?? -Ela pergunta assustada.
-Não. -Respondo tímida.
-Então porque a pergunta?
-Porque uma amiga minha do trabalho, me convidou para ir para casa dela para uma noite das garotas, e eu não sei se aceito.
- Acho que você deveria ir. É bem legal, mas achava que só crianças faziam isso. -Lily responde rindo.
-Eu pensava o mesmo sobre verdade e conseqüência, mas vocês jogam mesmo assim. -Falo dando de ombros. Era ri e concorda comigo.
-Você está certa. Então acho que você deveria aceitar, é sempre bom fazer novas amizades. -Ela aconselha.
-Tudo bem.
Ficamos conversando até de noite quando eu decidi que deveria dormir, amanhã seria um longo dia, teria que ir para o campus bem cedo para estudar mais para um prova e depois de tarde teria que ir para o hospital onde ficaria até tarde da noite.
VOCÊ ESTÁ LENDO
The winds
RandomRosie, a menina certinha, planeja as coisas com antecedência, sempre sonhou em entrar para universidade de Princeton, não imaginaria que um garoto iria mudar sua vida para sempre