Capitulo V

9 0 0
                                    

Acordo com os raios do sol entrando pela janela. Estou meio zonza, não sei se foi um pesadelo ou se foi real. Real. O garoto mal-educado, quer dizer Dean, está sentando na cama de Lily. Como ele consegue entrar aqui?
-Há quanto tempo você está aqui ? -Estou curiosa.
-Desde 6horas da manhã. Lily não voltará. -Até que ele está me tratando melhor.
  -Não é errado garoto em um quarto de garota??- Sempre quis fazer essa pergunta para ele. Pelas regras no contrato que minha mãe assinou, garotos não são permitidos nos quartos de garotas e vice-versa. Assim como nós, garotas, temos um dormitório, acontece o mesmo com os meninos. Se bem que Dean, vive em uma república, então não sei como são as regras por lá. Ele dá risada e responde:
  -Patético. Quem liga para regras?
  -Eu ligo. Afinal, existem as regras para a gente seguir.- Fico imaginando que ele não deve nem saber o que são regras, e quais existem aqui na Princeton. Ele deve ser aqueles mauricinhos que não ligam se forem expulsos, porque o pai pode bancar outra faculdade cara para ele. Mas como minha mãe só pode bancar essa aqui, tenho que seguir cegamente as regras.
    - A gente? Só pessoas caretas como você seguem regras. Por exemplo, Lily, não segue regras, nenhum dos meus amigos seguem. Se você fosse nas festas que Lily te convida, você ia ficar horrorizada com as coisas que acontecem por lá justamente porque as pessoas de lá não seguem as malditas regras.
   -Ei, eu imagino as coisas que acontecem por lá, exatamente por isso não vou.-Eu me defendo. Ele me chama tanto de careta que estou me acostumando.
-Tanto faz. Mas em vez de se preocupar com as festas que acontecem na minha república,você deveria se preocupar com seu namorado. -Dean tem o dom de tocar na ferida das pessoas e ficar remexendo.
   -Para com isso. Ele não é assim. Alguma coisa aconteceu para ele fazer isso.
   -Ah claro, deve ter sido a testosterona. Sabe como é que é né? Os hormônios dos homens estão em alta nessa época da vida. -Já vi que Dean adora fazer piadinhas. Mas acabo adorando esse jeito dele. -Quer dizer os meus estão em alta desde que me entendo por gente.
   -Não quero saber. Afinal, porque você me defendeu? Pensei que não gostasse de mim. -Fiquei muito curiosa para saber o que levou Dean a dar socos em uma pessoa que ele nem conhece.
-Eu nunca disse que não gostava de você. Na verdade não gosto de ninguém, mas não quer dizer que não tenho meus princípios, por exemplo, não vou deixar que um homem estupre uma garota.
-Ele não estava me estuprando!!- Afirmo não muito convicta. Porque diabos eu tento defender o Alex mesmo sabendo que ele estava tentando fazer mesmo isso? Sou muito tonta mesmo.
-Você é ingênua demais. -Dean diz meio irônico.
-Eu acredito na bondade das pessoas. -Afinal, todos merecem uma oportunidade não é mesmo? Ele só continua me olhando sem me dar uma resposta. Só da de ombros. Então por isso acrescento:
-Não precisa se preocupar com ele.
-Tanto faz. -Ele diz se levantando da cama de Lily indo em direção à porta. E depois a fecha.
Ele me deixa sozinha com meus pensamentos. Era para eu ligar para minha mãe hoje, mas não tenho coragem de dizer a ela que Alex me forçou a fazer alguma coisa, mamãe nunca acreditaria em mim. Decido ligar para Thomas e marcar para almoçar com ele. Preciso disso.

    O resto do dia passei com Thomas em um shopping comprando roupas novas para mim e algumas bobeiras. Adorei como me senti não tendo que pensar no que aconteceu na noite passada. Merecia esse momento de lazer. Se minha mãe soubesse que eu estou saindo com uma pessoa que conheci a uma semana certamente surtaria. Mas ela não está aqui para decidir o que eu faço ou deixo de fazer. E isso não tem muita lógica porque passei a minha vida inteira com um garoto que conheço desde pequena sem de fato conhecê-lo de verdade. 
   Volto andando para o dormitório depois de ouvir os avisos de Thomas para tomar cuidado e andar com atenção.
   No caminho para o dormitório tem uma rua que fica entre dois prédio da universidade e odeio passar por ali porque é meio deserto. Quando vejo uma sombra fico mais desesperada ainda por isso pego meu celular e começo a discar o número de Thomas.
   -Vadia. -É o que eu escuto de uma pessoa com a voz muito familiar. Alex. Merda. Thomas não atende. -Não adianta ligar para ninguém. Não vai ter nenhuma pessoa para me impedir a terminar o que vim fazer ontem.
Correr. É a única coisa besta que eu faço. Ele vai me alcançar, eu sei disso, ele é bem mais alto que eu e pesa muito mais do que o meu corpo frágil. Ele finalmente me alcança e me segura firme pelo braço deixando uma marca dos seus dedos. Ele me da um tapa na cara e eu fico tão zonza que caio no chão. Eu não acredito que isso está acontecendo. Isso não é real. Isso é um pesadelo.
-Fica quieta, Rosie. Se você gritar, juro por Deus que eu faço sexo com você agora!!!- Ele diz com um tom autoritário. Vejo um farol de carro entrando no estacionamento e grito. Pego todas as forças que eu tenho para gritar e tentar me levantar para correr em direção ao carro. Alex vem correndo atrás de mim. À medida que eu vou chegando perto do carro grito mais forte e escuto uma voz familiar.
-Ta de sacanagem, Rosie. -Essa voz familiar me diz.

The windsOnde histórias criam vida. Descubra agora