O experimento

Sete

SETE

- Tom? Acorda, vc está atrasado. Não quer que eu vá até aí te acordar né?
Acordo com minha mãe me chamando, olho pra baixo sentindo algo molhado "ah droga, tava bom demais pra ser verdade, só mais um sonho molhado... mas, com ela?"

- Já acordou Thomas?

- Hã? - sou arrancado dos meus pensamentos - Sim,  já acordei mamãe vou me arrumar...

- Desce logo pra tomar banho, não vou chamar de novo.

- Tá bom, já vou...

- Já vou não, desce logo.

- Tá... - digo enquanto levanto da cama, indo pro guarda roupas, pego minhas coisas e junto tudo.

- Ainda não vi você chegar aqui na escada.

Reviro os olhos e respiro fundo.

- Tô pegando minhas coisas.

- Ah bom.

Coloco tudo debaixo do braço e desço ainda sonolento e incomodado com a claridade entrando na parte de baixo da casa, pelas janelas e porta, que em relação ao meu quarto parece que ligaram um refletor de 220v na sua cara. Minha mãe volta pro quarto, termino de descer, com os olhos acostumando com a claridade, entro no banheiro, tomo um banho rápido e saio. Espio pra ver se minha mãe está acordada. Quero saber como cheguei ontem, o que aconteceu comigo, mas ela já está toda enrolada e como tenho amor a minha vida não entro pra tentar descobrir, minha mãe vira uma fera quando alguém tenta acordar ela. Tomo café e saio sem comer mais nada, vou pro ponto de ônibus, ainda pensando no que aconteceu, ou melhor, tentando lembrar algo além da menina do capuz. "E se aquilo também foi um sonho? Muito possível, ela parecia querer invadir minha mente, e gritou dentro dela antes de eu supostamente apagar" perco o primeiro ônibus, na verdade quase qualquer um serve pra mim, mas eu gosto de pegar apenas dois deles e o primeiro acabou de passar. "Droga, não vou esperar o outro" pego o primeiro ônibus que aparece indo ao meu destino, a escola, o ônibus está lotado, e o motorista, cara exemplar quando não é conveniente, resolve parar em todos os pontos pelo caminho para quê? Isso, entrar mais gente "por isso só pego aqueles dois, mas meus pensamentos não me deixaram ver ele chagando. Isso que é dormir no ponto" após alguns minutos, de muito calor e balanços diga - se de passagem, além daquela sensação interminável de que estava sendo observado tanto quanto estava sendo amassado, chego ao ponto da escola.

Ainda cheguei cedo, então fui para o meu lugar de costume, prestando atenção onde, no dia anterior, tinha alguém observando, não apareceu mais nada mas eu continuava a tentar ver algo.

- Não tem nada lá. - me sobresalto com a Izabelly falando atrás de mim.

- Hã?  O que?

- O que você está olhando.

- Não tô olhando nada.

- Tá sim, tentando ver se ela aparece.

- Ela? O que você sabe?

- É ... eu não sei nada.

- Então como sabe que é ela?

- Eu quis dizer... ela me referindo a pessoa e não ao sexo. Você sabe algo?

- Hum... Não, não sei nada.

- Eu também estava esperando, a figura, aparecer - ela senta do meu lado e olha na mesma direção - mas nada até agora... ninguém apareceu. Deve ter sido coisa da nossa cabeça.