Capítulo 3

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Acordei com alguém me cutucando, abri os olhos devagar e dei de cara com uma aeromoça com uma cara nada boa, ela nos disse que já aterrissamos, e pediu educadamente para sairmos do avião. Pedi desculpas a ela, e avisei que já sairíamos do avião.

Reparei que éramos as únicas no avião, acho que dormimos de mais, é o fuso horário - penso. Olho pra Lê ao meu lado e ela está dormindo tranquilamente, mas está babando, não penso duas vezes, pego o meu celular pauso a musica e tiro uma foto dela assim, e logo acordo ela.

- ... Ahh... Só mais 10 minutinhos- ela resmunga.

-Lê, chegamos vai, colabora nega...- Depois de uns 3 minutos ela se rendeu e acordou de vez.

Fomos buscar nossas malas, e logo encontrei Jorge, motorista da minha família, com uma placa com o meu nome, fui correndo até ele e o abracei, o mesmo pegou nossas malas e as levou para o carro. Jorge, tem 42 anos, tem cabelos pretos com alguns fios brancos, e tem olhos castanhos escuros.

-Evy andei pensando, e ...- disse ela já no carro e a caminho da casa de nossos pais, eles moram em um condomínio fechado em Ipanema perto da praia.

- Ihhh não sabia que você pensava. - disse ironicamente a ela, que ignorou totalmente o meu comentário e prosseguiu.

- Que tal comprarmos um apartamento para nós duas? Já que talvez fiquemos aqui por um tempo. – disse ela com um sorriso no rosto.

- Claro, vamos ver certinho semana que vem. Bom agora são 08h27min – disse a ela enquanto olhava o meu relógio de pulso – As 14:00 hrs, vê se aparece na minha casa, okay? – digo e ela assente a cabeça com um sim.

Tomara que ninguém esteja em casa, pois se deixar eu, minha irmã e minha mãe, em um ambiente de quatro paredes sozinhas, é quase possível de acontecer um 3° Guerra Mundial. Chegamos ao condomínio, me despedi da Lê, que a própria pegou suas malas e foi em direção à casa de seus pais, que era enfrente a minha.

Assim que abro a porta dou de cara com Mônica (Mô), nossa empregada, vou abraça-la e ela retribui de um jeito carinhoso, como senti falta dela. Mônica é morena, tem cabelos lisos e pretos até os ombros, seus olhos são verdes, e nunca aparenta ter a idade que tem, 39 anos.

- Menina, como você mudou, você cresceu quantos centímetros? E Meu Deus, que corpão hein. - ela disse e eu sorri meio sem graça- Venha, vamos tomar café da manhã juntas, estava te esperando- Mô diz indo direto para a sala de jantar e eu a sigo.

Conversamos muito, e logo depois do café fui ajuda-la na cozinha, ou tentar, mas ela não deixou de jeito nenhum. Então subi para o meu quarto, Jorge já tinha colocado minhas malas lá. Quando abri a porta, vi Marie, minha cachorra na caminha dela, corri e fiquei fazendo carinho nela. Observei o meu quarto todo azul, e continuava do jeito que deixei.

Meus pais estavam trabalhando, e minha irmã estava no seu ultimo dia de aula em julho. Então, comecei a organizar minhas coisas no quarto e no banheiro. Assim que acabei, fui ao banheiro tomar um banho. Quando cheguei ao meu closet para me trocar, fiquei me observando no espelho. Percebi que eu mudei muito nesses últimos sete meses, fiquei mais bronzeada, ganhei músculos e uma barriga definida, parecia o corpo da Gisele Bündchen.

Despertei-me dos meus pensamentos, e me troquei, coloquei uma lingerie azul claro e um vestidinho amarelo soltinho e uma alpargata azul celeste. Mesmo sendo inverno no Rio, o calor estava de matar. Desci as escadas, indo direto para a cozinha para ajudar Mônica no almoço.

Fizemos arroz grego, macarrão a alho e óleo, carne assada de panela, lasanha de quatro queijos, e claro, salada de tomate, alface, cebola refogada, repolho, beterraba, pepino, palmito e ovo de codorna, e para beber fizemos suco de maracujá e de laranja.

Estava terminado de arrumar a mesa, quando escuto a porta da entrada bater.

Tomara que seja o papai – pensei.








UM ROMANCE NADA PLANEJADO NO MORROOnde histórias criam vida. Descubra agora