Capítulo 4

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Quando chego à sala, encontro minha família sentada no sofá. Meus pais não estavam com uma cara nada boa, já minha irmã mexia no celular.

- Nossa que tanta felicidade! – exclamo e todos me olham surpresos. Emy vem logo me abraçar, depois mamãe e por ultimo papai.

- Como você está linda! Você mudou muito desde o ano novo. – diz minha irmã, eu apenas sorrio como um agradecimento, por estranhar esse seu elogio.

- Verdade, você está magnifica Evy. – diz mamãe, e eu também estranho.

- Concordo, mas agora vamos comemorar porque a princesinha do Papai está de volta- diz papai todo alegre e me abraça novamente – Preciso falar com você e com a Leticia depois do almoço no meu escritório. – ele sussurra em meu ouvido e eu balanço a cabeça positivamente.

-Então o papo tá bom, mas agora vamos almoçar que eu estou com fome – diz Emy nos fazendo cair na gargalhada.

Fomos para a sala de jantar, e almoçamos. Não consegui almoçar direito, fiquei pensando no que papai queria falar comigo e com a Lê. Sou tirada dos meus pensamentos com o celular do papai tocando. Termino meu almoço e subo para o meu quarto. Decido ligar pra Lê.

- Pão de Queijo – diz ela assim que atende, ela me deu esse apelido quando éramos crianças, pois é minha "comida" predileta.

- Nutella – eu a apelidei assim, porque quando éramos crianças ela acabou entalado a mão dentro do pote da Nutella e também porque é um de seus doces prediletos. - Então estás ocupada? Papai queria falar conosco...

-Tô livre, já estou a caminho daí, mas o que o titio quer com nós? – ela pergunta

-Não sei, mas vem logo porque não me aguento de curiosidade- digo a ela, nos despedimos e resolvo esperar ela na sala, logo a campainha toca e vou atender, deixo a Lê entrar, e vamos juntas até o escritório do meu pai de mãos dadas. Assim que chegamos em frente, bato na porta e escuto um "entra" do meu pai e entramos.

- Boa tarde princesas – ele diz – Sentem-se – diz apontando as duas cadeiras frente dele, e assim fizemos. – Bom, vou direto ao assunto, está bem? – assentimos com a cabeça- Então, queria pedir a vocês para participarem de uma investigação. – pera aí, pro Sr. José pedir isso a coisa é séria.

- E como seria essa investigação Tio? - pergunta Lê um pouco animada, olho pra ela com uma cara feia e a mesma se assusta.

- Vocês terão que se infiltrar no morro do Alemão, pois temos algumas suspeitas que o dono desse morro esteja exportando e importando drogas através do porto, e precisamos de provas, e vocês são nossa ultimas esperanças e não conheço ninguém melhor que vocês para essa missão. E além do mais eles não as conhece. . Está tudo pronto só falta vocês aceitarem. – ele diz, com a preocupação visível em sua voz e em seu rosto.

- Eu aceito. – disse Lê, enquanto eu tento absorver cada palavra que ele disse.

- Eu vou pensar e amanhã no almoço te repondo papai – digo e saio correndo do escritório sem esperar as respostas deles, e vou direto pro meu quarto ao qual eu tranco assim que chego.

Fico pensando em cada palavra que ele disse, pra ele pedir a nós é urgência. Sento no banco do meu piano e começo a tocar, quando vejo estou tocando a música Vai Valer a Pena, a única música em que a vovó Lily me ensinou.

Vovó era mulher cheia de emoções e nunca te deixava triste. Morreu faz cinco anos, com 47 anos, atropelada, ao qual eu estava presente. Ela morava em uma cidade de Santa Catarina, mas em Dezembro ela veio passar uns dias conosco, eu tinha apenas 17, fomos ao mercado comprar algumas besteiras pra comer, quando estávamos atravessando a rua, um carro não conseguiu frear e nos pegou em cheio. Levantei assim que cai, eu só queria saber da minha vó, e tinha um aglomero de pessoas e elas não estavam fazendo nada. Assim que a encontrei, fui correndo em sua direção, chorando, ela estava quase morrendo, aí ela disse:

- Evy, vovó Te ama, e lá em cima estarei sendo seu anjo da guarda, e quero que você fique com a minha casa, vovó Te ama de montão – ela me beijou e se foi. Eu sofri muito, e por isso decidi ir cursar em Londres, pois era o nosso sonho.

Assim que me dou conta percebo que estou chorando, vou ao banheiro limpar o meu rosto, e saio de casa para dar uma volta.

Feliz 2016 *atrasado haha



UM ROMANCE NADA PLANEJADO NO MORROOnde histórias criam vida. Descubra agora