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Acordei com dor nas pernas e na cabeça.
Me levanto mesmo mancando, ando até a cozinha, pego um pedaço de bolo que creio que foi feito por Petta.
Depois vou para o meu quarto e pego um vestido azul claro e uma sapatilha branca.
Ando até a banheira e encho ela, tiro minha roupa e entro nela.
Deito minha cabeça na borda e fecho os olhos.
Permito me lembrar de como era a vida antes dos jogos, sem pesadelos, sem pessoas sabendo da sua "existência". Sempre me lembro do grito de Prim na primeira colheita, quando nós duas descobrimos que teríamos experiências novas.
Ela por não acordar com a irmã ao lado e eu por não ter alguém que salve minha vida enquanto luto pela mesma!
Me levanto da banheira, me troco e saio, quando chego a calçada a única coisa que vejo é neblina.
Ando, ou pelo menos tento até a casa de Petta.
Não vale mais a pena me lembrar do passado, porque agora, eu mudei!
Eu melhorei, passei por experiências diferentes, perdi minha irmã, meu melhor amigo e a única pessoa que mais sinto falta e me arrependo de ter deixado.
Mas agora, eu vou mostrar a ela que me importo, e que a amo, e muito! E não vou sair do seu lado  porque não quero perde-lo como foi com Prim, Rue, Ema, Gale, meu pai, Finnick...
Chego até sua porta e bato duas vezes, mas ninguém abre, então abro a porta e entro.
Ando até a cozinha depois até a sala, mas não vejo Petta.
Subo as escadas e chego ao seu quarto, vejo ele deitado dormindo.
Ando até o outro lado da cama e me deito ao seu lado, ele logo me abraça pela cintura.
E sussurra ao meu ouvido:
-O que faz aqui?
-Eu nunca mais vou me afastar de você!
Ele dá uma risada fraca.
-Eu te amo -Sussurro perto de seus cabelos despenteados.
Mas ao invés de sussurrar de volta um "eu também te amo" a única coisa que ouço é ele roncar, e bem auto.

Para Aceitar a VidaOnde histórias criam vida. Descubra agora