Capítulo 3

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III
Quando ele vestiu sua camisa de manga de punho cor de azul
da marca Dudalina e se encharcou do seu perfume Ferrari Black
(a marca que mais gosta), se olhando no espelho ajeitando a sua
gola e se admirando de estar com o cinto combinando com os
sapatos ele sentiu orgulho de si mesmo por estar bonito. O rapaz
é meio narcisista, apesar de não ser muito bonito ele, até, que
tem um charme bem atraente, as mulheres que o veem gostam.
É um carinha inteligente, que tem uma boa conversa e se veste
bem. Há anos não tem um compromisso sério com alguém,
desde que seu coração foi esmagado por uma namoradinha do
ensino médio, ele se fechou para o amor. No entanto, sua cama
vive ocupada com mulheres diferentes quase todas as noites que
volta das baladas. Hoje será mais uma noite como tantas outras.
O rapaz é solitário e vazio. E ele tenta preencher esse algo que
falta dentro de si, massageando seu ego no trabalho, mostrando
as fotos aos colegas, que fez da última menina que dormiu em
sua casa. É uma empresa que trabalha com sistema de computadores
para outras empresas. Ele é um tipo de nerd formado na
área da informática.
Hoje ele vai deixar o seu carro em casa e vai de carona com
um amigo para uma balada que toca músicas eletrônicas.
Seu amigo está lá fora, já buzinou três vezes mesmo ele já tendo
avisado que estava indo. Seu amigo não respeita os vizinhos
que estão tentando descansar, depois de um dia turbulento, e é
por isso, que ele buzina pela quarta vez. O rapaz decide, enfim,
sair de frente do espelho e colocar a carteira no bolso, pegar o
celular na mão e ir logo até o amigo chato e impaciente.
- "Nem vai dar tempo de fazer uma self e postar no facebook!".
Pensou ele!
- Ah, que mala você é heim? Não sabe esperar não é? Ele resmungou
gargalhando ao amigo, enquanto entrava no carro.
-Você parece uma mocinha se arrumando, seu amigo respondeu
debochando com risadas enquanto jogava a bituca do
cigarro no chão do asfalto.
- Vamos nessa que hoje a noite promete. Ele concluiu, enquanto
engatava a marcha ré para manobrar o veículo e ir ao
encontro da noite irá lhes surpreender.
Aparentemente, eles parecem ser muito felizes. São jovens independentes
e trabalhadores. Fazem lista da quantidade de mulheres
que pegam nos finais de semana e gostam de se exibir, contando
uns aos outros como tudo aconteceu. Isso até que não parece
ser algo anormal a julgar que um terço dos jovens (incluindo
homens e mulheres) gostam de contar como foram bem sucedidos
na paquera da balada. Arrotar a sua desenvoltura massageia
o ego e faz com que muitos se sintam um ser especial e, também,
que as pessoas do seu ciclo os vejam como seres especiais.


O Manual da vida - O fim da solidãoOnde histórias criam vida. Descubra agora