Capítulo 9

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IX
Do palco, no meio de toda aquela multidão, o simpático Dj
a olhou. Ele sentiu uma leve brisa tocar em seu rosto ao olhar
para Marry e, como que se uma voz lhe falasse para ir até ela, ele
não hesitou e foi movido por um impulso maior do que poderia
controlar, descendo do palco e se dirigindo até as meninas com
um pequeno livro e um cartão com uma sequência de números,
traços e vírgulas nas mãos.
Quando ele se aproximou delas, os olhos de muitos se voltaram
a eles. Até que a Débora o reconheceu e deu-lhe um forte abraço
fazendo um alarde e dizendo ser sua fã. O desespero que ela lhe
deu o abraço fez com que o pequeno livrinho que ele segurava
na mão caísse e se perdesse no chão escuro, em meio a multidão.
Mas o cartão que ele segurava na outra mão deu para salvar e,
sem ser indelicado e dando atenção para o carinho que a Débora
estava dando para ele, seu foco era a Marry, que o olhando pensou
por um momento se o rapaz seria um anjo. O refletor iluminou
seu rosto e dele exalava um brilho, uma luz, um amor diferente
de outros tantos que ela já viu. Até que ele lhe ofereceu a sua
mão para tocar na mão dela. A Débora o largou e ela e a Amanda
ficaram estáticas, apesar de o som ainda estar rolando, elas, finalmente,
pararam de dançar. Foi então que Marry lhe deu a mão e
ele, segurando por alguma fração de segundos, se aproximou um
pouco mais do lado direito do seu rosto e sussurrou algo em seu
ouvido. Em seguida lhe deu o cartão que segurava em mãos lhe
dizendo: decifre a sequência, a resposta que você procura está aí.
E então ele saiu, caminhando sem olhar pra trás e voltou ao
trabalho. E as meninas logo lhe intimaram perguntando a ela
desesperadamente o que foi que ele disse. Mas Marry ainda estava
perplexa, pois não esperava ouvir algo tão profundo naquele
momento.
- Ele disse que Jesus me ama.
- Ahh só isso? Perguntou a Amanda.
- Sim, e me deu esse cartão. Foi aí que ela mostrou o cartão
para as meninas que não entenderam nada sobre o que significava,
uma sequência de números.
- Ele disse que Jesus me ama.
Aquela mensagem ecoou na mente da Débora.
- Por que ele disse isso? Ela pensou...
- Vamos até o bar? Disse Débora,
- Vamos sim! Respondeu à Amanda.
Mas a Marry, não respondeu nada... Ela ainda estava flutuando
um pouco com aquele momento, e apenas as seguiu.
- Jesus me ama? Por que ele disse isso? E o que significam
esses números? Como isso tudo foi estranho.
A Marry ficou se questionando um pouco sobre o que havia
acontecido nos minutos atrás, mas decidiu não ficar bolada com
tudo aquilo, pois ela era estudante de psicologia e já aprendera a
manter o equilíbrio em variadas situações.
No bar, a Débora logo pediu três garrafinhas de cerveja. Mas
a Marry logo contestou.
- Eu vou beber uma água com gás. Ela não estava em clima de
vontade de beber cerveja. A Amanda também deu sua opinião.
– Você acha que devemos misturar? Já que tomamos tequila
mais cedo?
- Ah, vocês viraram freiras agora foi? A Débora falou gritando
e rindo devida a música alta. Ela conseguiu convencer
a Amanda, mas não a Marry, que agia pela razão e não por impulso
ou emoção.


O Manual da vida - O fim da solidãoOnde histórias criam vida. Descubra agora