Capítulo 8

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VIII
O rapaz de estatura mediana, usa calça jeans, camiseta e um
tênis da Nike. Ele tem um cavanhaque engraçado, usa argolas
de prata na orelha e seu braço esquerdo é fechado com mais
ou menos umas treze tatuagens. Quando não está mergulhado
em seus livros, ele está com os fones do seu celular no ouvido,
escutando músicas aleatórias de suas bandas preferidas que são:
Hilsong United, Jesus Culture, Skilet, Jason Mraz e um rapper
chamado Thiagão. Ele não curte tecno eletrônica. O rapaz é
estudante do curso de agronomia na faculdade federal da cidade
que vive. Uma das suas colegas de classe é uma menina
extrovertida, que leva uma extrema alegria por onde passa, por
não dar importância ao que os outros pensam e não ter freio
na língua. Uma garota que transborda autoestima e fala o que
quer. Apesar de eles não terem muitas coisas em comum, até
que se deram bem no ciclo de amizade da classe. O rapaz queria
falar de Jesus para a moça, mas ele não sabia como começar. Foi
quando percebeu que sua colega gostava muito de ouvir músicas
eletrônicas, que mesmo não sendo seu estilo, foi a melhor
maneira que ele encontrou de falar de Deus para ela.
Certo dia pesquisando na internet ele conheceu um Dj cristão
que tocava em baladas pela região do seu estado. Era um Dj
muito conhecido, eclético no som que remixava. Ele tocava músicas
secular e de artistas gospel americanos nas festas que era
contratado para embalar. Era essa a sua maneira de levar Jesus
para o mundo. O rapaz decidiu então comprar um cd desse Dj e
presentear a sua colega de curso.
- Oi Débora tudo bem? Eu tenho um presente para você. Ele
lhe disse.
- Um presente para mim? Ela ficou surpresa, de ele ter comprado
um presente para ela. Por que razão lhe dar um presente
assim? Eles não eram tão íntimos e ela nunca havia lhe dado
nada.
- Será que está interessado em mim? Ela pensou.
- Comprei esse CD de um Dj muito bom, quando vi na vitrine
de imediato lembrei de você. O porquê de eu ter comprado eu
não sei. Ele sorriu um pouco enquanto fazia drama. Quando ela
viu o presente adorou, pois já havia ouvido falar do Dj e escutado
algumas músicas dele pelo Youtube.
- Que legal cara, eu agradeço muito.
Quando Débora chegou em casa logo transferiu as músicas
do CD para seu notebook e, em seguida, para o celular. Desde
então, sempre que saía para caminhar ou ir de ônibus para faculdade,
seus fones tremiam ao som do Dj que fazia um som
diferente dos que ela já tinha ouvido, apesar de parecer igual aos
outros, ele não era.
Desde então ela ansiava por aquela noite onde enfim iria dançar
feito louca, no batuque da batida feita pelo seu Dj favorito.
Finalmente elas estavam na pista. O local já muito lotado
parecia não ser mais tão grande como quando elas chegaram.
A Débora, Amanda e Marry pareciam estar muito felizes. Elas
dançavam sorrindo umas para as outras, movimentando o
corpo de um lado para o outro em sincronia com o ritmo da
música. A Marry é umas das meninas que mais chama atenção
em toda a festa. Dançando de olhos fechados com as mãos para
cima, ela permite que seus cabelos vermelhos sejam guiados de
um lado para o outro conforme se movimenta. As luzes que piscam
em sequência aleatória, transmitem uma energia linda que
reflete nos seus cabelos, deixando muitos olhares fixados em sua
direção.
De vez em quando, um ou outro cara tenta se entrosar em
meio a rodinha delas, com intuito de roubar um beijo da Marry,
Débora ou Amanda. Mas as meninas conseguem tirar de tempo,
educadamente. Apesar delas terem comentado que aquela
noite iam dar altos beijos e amassos, o momento, ainda, não era
propício, pois aqueles minutos que estavam acontecendo pareciam
ser mágicos. Elas estavam se sentidos livres. Livres dos
problemas da segunda-feira, livres das responsabilidades, livres
do amanhã. Elas só queriam curtir o momento, aquele momento
era o momento delas. Era como se o tempo tivesse parado e
permitisse que todo o universo se voltasse a elas. A música que
estava tocando falava sobre o amor ao mundo, era um remix de
um artista norte americano chamado Dominic Balli. E a letra da
música que se chamava Louder fez a Marry refletir e chorar. Porém,
ninguém percebeu, pois o suor que escorria em seu rosto
escondeu essa parte do momento que ela estava vivendo.


O Manual da vida - O fim da solidãoOnde histórias criam vida. Descubra agora