Abandonada

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Quando abrir os olhos tudo que via era um borrão e nada mais, fui ajustando minha visão até ver que eu ainda estava no quarto do Eitan, mas agora estava só, ele não estava mas lá e pelo visto não ia voltar. Me levantei e descir as escadas, a moto dele não estava mas parada no mesmo lugar, ele tinha ido em bora e me deichado sozinha chorando em seu quarto.

Não sei exatamente o que pensar além de imaginar o fim de tudo que vivemos e acreditamos que um dia viveria, sei que temos ou melhor tínhamos uma relação conturbada, mas era boa mesmo assim, o nosso único problema era o segredo que tínhamos que guardar para ficarmos juntos e sinceramente se esse fosse o preço eu pagaria.

Mas infelizmente não posso pagar sozinha e pelo visto vai ser assim daqui pra frente. Eu me despedir daquela casa que tão pouco visitei e quando cheguei no último degrau da escada me perguntei se era justo sair sem dizer tchau pra tia dele que foi sempre formidável comigo e concerteza eu sentiria falta de todos aqui, bom pelo menos o Matt eu ia ver bastante já que ele e a Estefany estão cada vez mais juntos.

Me virei sem olhar pra traz deixando de lado toda as lembranças que eu tinha daquelas pessoas e do lugar tão acolhedor que quase se tornou a minha segunda casa, não vou falar que foi fácil desistir de ir embora sem falar com a tia dele mas só de pensar nas perguntas que ela ia fazer a coragem apareceu.

Comecei a minha caminhada de volta a faculdade e ao caminhar vieram meus pensamentos e várias perguntas surgiram em minha cabeça, a primeira delas era se eu ia conseguir superar toda essa dor que eu estou sentido em meu peito, é como se fosse milhares de agulhas enfiadas em mim sem poder fazer nada, meus olhos ardiam e minha garganta queimava, não sei se vou conseguir.

Quando terminei com o Noah achei que ia morrer, mas agora já me considero mil vezes pior é pelo visto a morte não me espera, pois o que me aguarda é uma vida sem o Eitan e o pior de tudo é que além de ver ele todos os dias vai ser conviver com suas lembranças.

Lembranças estas espalhadas em todos os lugares que já tivemos juntos inclusive nessa estrada, na primeira vez que andamos de moto eu o abraçava tanto com medo de cair, a lembrança era tão viva dentro de mim que podia ouvir o som da sua moto e por encrivel que pareça podia vê-la também, se aproximando cada vez mais de onde eu estava até me dá conta que não era uma lembrança e sim a mas pura realidade que já se confrontava comigo, era ele passou por mim tão rápido que fez o vento frio chicotiar a minha pele.

Eu me arrepiei toda com o vento e também com à esperança de vê-lo parar, mas infelizmente nada aconteceu continuei andando e chorando até o céu resolver chorar comigo escondendo minhas próprias lágrimas, quase congelada eu tremia muito, a estrada estava vazia só uns poucos carros passavam por mim, achuva agora chicotiava à minha pele com pingos grossos e doloridos,mas nada além da minha própria dor podia piorar meu estado, além do frio e da roupa molhada colada no meu corpo e a possibilidades de ficar doente.

Mas já estava quase chegando nos dormitórios, só me restava mas uns vinte minutos e estaria em meu quarto quentinha por fora e congelada por dentro com a minha dor, derepente uma picape preta parou poucos metros de distancia de mim mas continuei a andar, ouvir o barrulho da porta do carro bater e alguém correr atraz de mim.

- Ana espera.

Eu simplismente parei e deichei a pessoa que chamava meu nome me alcançar, o frio já me dominava estava congelada com aquela roupa e me amaldiçoado por não ter o costume de uzar um casaco pra essas situações, derepente só tinha frio e alguém gritando meu nome o resto ficou escuro.

Acordei meio atordoada mas em uma cama quentinha e com ropas ou melhor com uma camisa do time da escola, puta merda, eu olhei envolta do quarto onde estava e reconheci muito bem a parede azul clara, os contornos de gesso branco que emolduravam o quarto, olhei pro closets a direita e a TV a minha frente, ao lado da cama de casal de lençóis impecavelmente cheirosos com um cheiro característico de loção pós barba, foi quando vi à foto do dia do baile na mesinha de cabeceira tive a certeza de onde eu estava e não era um sonho.

Amor a flor da peleOnde histórias criam vida. Descubra agora