Antrax

Espetinho de Barook

- Essa destruição é incrível-. Gritou o comentarista. - Será que um dos dois ainda está vivo no meio da fumaça?
A fumaça demorou um tempo para baixar. E o que se viu foi uma surpresa para todos. Tanto Dippel quanto Karl ainda estavam de pé, o sangue pingava dos braços de Karl.
A armadura negra de Dip se desfez, e as espadas também. Ele estava bufando. Os dois pareciam estar com falta de ar.
- Inacreditável ambos ainda estão de pé. Senhoras e senhores se segurem em seus assentos pois a luta continua.
- Arf arf arf-. Karl procurava ar. -Você até que é bem forte, arf arf... Dippel.
- Você... ah... Você também Karl. Hahaha.
- O que é tão engraçado?
- Não achei que fosse encontrar alguém forte assim tão cedo.
- É eu estive esperando um bom tempo por uma luta... Arf... dessas. Mas e agora? Eu não quero mais te matar, mas preciso do dinheiro.
- Você não me falou, porque precisa de tanto dinheiro Karl?
- Eu acho que não tem problema falar. Minha amiga está muito doente, eu já lutava antes. Mas ela ficou doente assim que eu comprei a armadura e por isso eu não tinha mais dinheiro.
- Que doença?
- Eu não sei o nome, é bem rara mas tem tratamento. O problema é que custa quase cinco milhões de gibels. Tudo nessa porcaria de mundo é movido pelo dinheiro.
- Porque você não me falou? Eu comprava um espetinho de Barook e te dava o troco.
- Um espetinho isso é sério? Hahaha.
- O quê é que têm?
Karl se virou para uma das câmeras que gravavam a luta e gritou:
- Eu me rendo! Fala sério, eu não posso matar esse cara mas também não quero morrer pra ele.
- O quê?!- gritou o comentarista. - Não acredito em meus ouvidos, o Menino Azul se rendeu.
- Ei tem certeza disso?-perguntou Dippel confuso.- Mas e a sua amiga?
- Você me ajuda a conseguir o dinheiro?
- Eu não tenho nada para fazer então acho que não tem problema.
Todos nas arquibancadas começaram a vaiar. Eles não aceitavam que uma luta tão incrível simplesmente acabasse assim.
Os juízes aceitaram a rendição de Karl e declararam Dip o vencedor da luta. O prêmio foi um milhão de gibels mais 10% do dinheiro ganho nas apostas em favor dele. Uma quantia total de três milhões e duzentos e cinqüenta mil gibels.
Acontece que haviam alguns mafiosos e ricaços assistindo a luta e bilhões de gibels foram apostados.
Depois de pegar o prêmio Dip e Karl saíram juntos do prédio da arena. Ele podia se inscrever para alguma outra luta em um período máximo de um mês, caso contrário ele perderia o nível dele e teria que começar do zero novamente.
Eles andaram até a barraquinha de espetinhos, já era noite mas a barraquinha ainda estava aberta.
- Caramba, eu achei que você tava zoando-. Disse Karl sorrindo.
- Ei tio dos espetinhos, quanto custa cada?
- Tio dos espetinhos? Custam ... Ah você!?
- Eu disse que ia voltar.
- Não eu quero dizer que você é o Lançador de Gigantes. Não acredito que você foi lá e fez tudo aquilo só pelos meus espetinhos.
- Como você sabe disso?
- Eu vi a luta pela TV, foi uma luta incrível. Mesmo assim nada de espetinho de graça.
- Certo me de todos os seus espetinhos!
- Espere Dip, você disse que ia me dar o dinheiro mas se você comprar tudo isso não vai sobrar nada.
- Dip? Porque todo mundo me chama assim? Relaxa Karl, são só alguns.
Algum tempo depois os dois estavam andando até onde Karl disse que estava hospedado com sua amiga doente. Dippel já estava terminando o último espetinho de Barook.
- Como você consegue comer tanto tão rápido?
- Não sei Karl. Ah agora que eu me lembrei eu tenho uma pergunta.
- Qual?
- Porque você confia em mim?
- Como assim?
- Você não tinha como saber se eu era confiável, e eu acho que você não é tolo de confiar em qualquer um. Então porque confiou em mim? Porque está me levando até onde sua amiga está, sabendo que eu posso ser uma pessoa ruim?
- Você não é uma pessoa ruim. É meio louco mas não é mau. Eu não sei, só sinto que posso confiar em você. Por algum motivo eu sei que você pode vir a ser um amigo.
- Que estranho. Eu tenho a mesma sensação sobre você, eu não acredito em coincidências. Talvez fosse o destino.
- Hahaha um Karee que acredita em destino. Você... é meu amigo?
- Bem... eu ainda não sei, mas acho que vou descobrir logo.
- Eu não posso confiar nele ainda.- pensou Dip. - Aquela aura, eu sinto que ele é uma boa pessoa. Mas aquela aura maligna não pode ter vindo da armadura. Será que isso tudo é uma armadilha? Não, se ele quisesse fazer algo ele teria feito na Arena.
Eles andaram por mais vinte minutos até chegarem no hotel. Era um hotel "três estrelas", pelo menos era o que dizia na entrada.
Eles estavam hospedados em um pequeno quarto com duas camas no segundo andar.
- Caramba vai ficar apertado para nós três-. Afirmou Dip.
- Nós três?- perguntou Karl. -Como assim?
- Eu não te falei? Eu não tenho onde ficar. Não tenho casa e não estou hospedado em lugar nenhum.
- ... E você... Me avisa só agora?...
- Tudo bem se você não me quiser aqui eu durmo na praça aqui perto.
- Não, não precisa. Pode ficar aqui. - Johane, cheguei!
De uma das camas veio a resposta, uma voz baixa e fraca:
- Karl que bom que voltou, quem é esse ai?
- O nome dele é Dippel. Ele me venceu na luta hoje.
- Você parece... Acabado Karl. Ele te bateu tanto assim? Não espere os dois estão muito machucados, porque não foram a um hospital?
- Ah é mesmo-. Disse Dippel com a mao direita na cabeça. - Fiquei tão empolgado com os espetinhos e o caminho até aqui que eu me esqueci de tratar os ferimentos.
Depois de dizer isso ele simplesmente caiu no chão dormindo.
- Karl porque você trouxe esse cara pra cá?
- Eu sei que ele parece meio louco, mas é gente boa. É meio complicado mas vou tentar explicar. Só que antes é melhor cuidar dele.

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Nota do escritor:
Espero que você tenha gostado deste capítulo, comente ai o que você achou.

PS: Galera tipo, sem querer ser chato mas 105 views e só uma estrela é meio incômodo.