A Aliança Revolucionária Nasce

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---dia 22 do mês Karahrs

- Eu acho que agora eu entendi melhor o que aconteceu-. Afirmou Johane ainda com suas duvidas.-Mas como sabe que ele vai realmente nos ajudar? Talvez ele só esteja esperando uma oportunidade de nos roubar, ou pior.
- Ele é diferente Johane-. Disse Karl. - Você só conheceu o lado ruim dos Karees, mas eles não são maus. Não todos, mas eu vou tentar descobrir mais sobre Dip.
Já estava de tarde, Dippel estava em uma das camas com os ferimentos tratados.
Quando Dip acordou ele e Karl saíram em busca de comida. Johane não podia sair pois estava muito fraca.
Eles encontraram um restaurante simples não muito longe dali.
Os dois entraram, pediram uma marmita pra viagem e algumas coisas para eles comerem ali mesmo. Eles se sentaram em uma mesa afastada, no canto do restaurante.
- Dip, você não me falou nada sobre você sabe. De onde você veio?
- Você também não me falou nada Karl. Que tal assim: cada um faz uma pergunta. Quem começa?
- Tudo bem eu começo. De onde você veio?
- Isso é meio difícil de responder. Eu passei os últimos anos morando em um antigo templo Karee em uma floresta a alguns quilômetros daqui.
- Como você sobreviveu na floresta sozinho?
- É a minha vez de perguntar Karl.
- Ah, foi mal.
- Como você conheceu a Johane? Vocês são amigos a um tempo não?
- Eu a conheci a uns vinte ciclos. Em uma vila aqui por perto, alguns Karees mais velhos estavam batendo nela. Ou melhor estavam tentando bater nela mas estavam apanhando também. Eu a ajudei com eles. Depois eu olhei pra ela e perguntei: Você está bem? Se machucou?
Ela me abraçou chorando depois disso. Na época eu não entendia o porque, na verdade ninguém nunca perguntou se ela estava bem. Como você já deve ter percebido ela é uma Lamahk, eles são mais fortes e por isso ninguém nunca se preocupou com ela, porque "ela pode se cuidar sozinha".
Desde então eu e ela somos amigos. Agora é a minha vez, a mesma pergunta que eu tinha feito.
- Eu não estava sozinho, na verdade eu passei dois ciclos sozinho na floresta, mas quando eu tinha dezessete ciclos eu encontrei Zeta, o meu mestre, nesse templo e desde então eu vivi lá.
- E onde está seu mestre agora?
- Karl...
- O que foi?
- É a minha vez de perguntar.
- Ah, foi mal de novo.
- Onde você vivia antes de encontrar Johane?
- É complicado. Você sabe que eu não sou nem um Karee nem um Lamahk.

Dip consentiu acenando com a cabeça.
- Eu na verdade sou de outra raça. Uma que não pertence a este mundo.
- O que como assim?
- Há, agora é a minha vez de perguntar Dip.
- Ah você me pegou hahaha.
- Você já falou desse seu mestre antes, explique melhor quem ele é e onde está agora.
- Ele era um ancião meio solitário, era um hibrido de Lamahk e Karee. Eu diria que é impossível se não tivesse conhecido ele pessoalmente. Ele me treinou a partir dos meus dezessete ciclos para aprender a manipular a aura. A duas semanas eu sai do templo pois o meu mestre faleceu.
- Eu sinto muito Dip.
- Tudo bem, ele manipulava a aura dele para se manter vivo a séculos. Mas ele sentiu que havia chegado a hora de partir. Ele pelo menos me ensinou o básico e foi uma boa companhia durante esses ciclos.
- Sua vez de perguntar.
- Explique melhor essa de ser de outro mundo.
- Minha espécie veio de um mundo distante do seu. Nossa tecnologia era muito mais avançada, nossa nave caiu no mar. Eu tinha apenas sete ciclos. Os seus "ciclos" representam um terço do ano no meu planeta.
No entanto quando chegamos em terra firme fomos encontrados por pessoas não muito amigáveis, minha familia e todos os exploradores que estavam na nave e sobreviveram a queda foram capturados e vendidos. Eu passei muito tempo como escravo até conseguir fugir.

Eles conversaram por muito tempo. Dippel acabou contando sobre suas origens e ficou muito curioso sobre o planeta de Karl, os Karees ainda não haviam descoberto vida alienígena. Mas Karl não se lembrava de quase nada, ele tinha sete ciclos quando saíram de lá, o que corresponde a mais ou menos de três anos da Terra. De repente Karl disse:
- Acho que agora somos amigos e podemos confiar um no outro.
- Sim, eu concordo. Agora sim eu posso te chamar de amigo.
-Dip, o que eu vou te dizer agora eu nunca falei para ninguém além de Johane.
- Pode confiar em mim Karl.
- Eu sei que posso. Eu e você não somos os únicos descontentes com o governo que comanda Antrax, eu...- Karl se inclinou e começou a cochichar.- Eu pretendo unir essas pessoas e iniciar uma revolta. Você seria meu aliado nessa luta?
- Isso é loucura, nem todos irão aceitar as mudanças que um novo governo pode trazer. Teremos que lutar não apenas contra o governo, mas também contra a população que apóia o regime atual.
-Caramba, então você está fora?
- Eu não disse isso. Não é você que me chama de louco? Sou seu aliado até o fim, só acho que esse fim está próximo.
- Hahahaha. Você é hilário Dip. Como fala uma coisa dessas tão calmamente?
-Karl.
- Que?
-É minha vez de perguntar, de novo.
- Foi mal, não achei que ainda estávamos nessa de cada um fazer uma pergunta.
- Só tenho mais uma. Tanto você quanto eu fomos passados para o nível trinta e cinco...
- Na verdade eles me passaram para o trinta e dois. Acho que perdi pontos pela desistência.
- Tá, nós ainda precisamos de (G$ corresponde a Gibels)
G$ 1.450.500,00 para começar o tratamento de sua amiga. A pergunta é: você acha que conseguiremos o dinheiro necessário com a próxima luta?
- Espera, quando você calculou isso? E como assim começar o tratamento? Era o tratamento todo.
- Eu somei os meus G$3.549.500,00 aos seus G$50.000,00 e subtrai dos cinco milhões. O velho me ensinou matemática. O tratamento pode ter ficado mais caro desde a última vez que você conferiu. E ela vai ter que ficar internada. Cinco milhões são só a cirurgia. Mas e então? Acha que podemos ganhar o dinheiro com apenas mais uma luta?
- São dois níveis acima do meu antigo, então acho que sim. Ainda mais com os dez por cento das apostas.
- Errado Karl. Nós vamos morrer na próxima luta, com certeza.
- De novo como você diz uma coisa dessas tão calmamente?
- Pense bem, você era o mais forte do nível trinta certo?
- Sim.
- Então o mais fraco do nível trinta e um é mais forte que você. Além disso, nós passamos porque nossa luta foi impressionante para os juízes. Mas podemos estar longe de merecer estar nesse nível.

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Nota do escritor: Pessoal obrigado por estarem lendo. Desisti de pedir estrelas, eu estava sendo um chato. O que importa mesmo são os leitores. O próximo capítulo promete uma desavença amorosa.

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