Na noite daquele mesmo dia de volta a casa (...)
- Lena, é minha última noite de liberdade! Por favor, por favor! Gily fez os olhos grandes e lacrimejantes que convenciam a irmã a qualquer coisa! Principalmente em deixar seu noivo de lado, coisa que ela já fazia sem perceber.
A vida era complicada na casa dos Larsen, e aquele era outro dia rotineiro. - Não achei ela, onde ela está?
Mikael estava deitado no sofá e apenas observava seu irmão e Meisy. - Ela está bem! Disse por fim. - Ela sempre faz isso, vocês deviam estar acostumados.
- Não, não estou acostumada a deixar minha filha jogada por ai Mikael, me ajude! Meisy parou na frente do mesmo e ele levantou. - Okay, eu vou buscá-la!
Os dois se entreolharam curiosos. - Sabia onde ela estava este tempo todo? Perguntaram em unissono. - Porque isso não me surpreende. Meisy disse já não ligando mais. - Eu desisto! Era bem mais fácil quando ela tinha sete anos, onde está Helena?
Mikael fez aquele olhar. - Com ela, claro! Sabe que Gily não sai sem ela! Suspirou e puxou Meisy para um abraço. - Ela é jovem, rebelde, isso passa!
- Me sinto uma péssima mãe! Acrescentou e se aconchegou no peito do marido. - Acha que isso tudo é culpa minha?
- Claro que não! Acrescentou Marcos sentando-se no sofá. - É minha! Eu tenho que ser mais firme com ela!
- Como? Meisy se perguntou e o pensamento foi em voz alta. - Não vamos bater nela, e já tiramos tudo, ela consegue fugir, ela sempre dá um jeito! Você sabe.
- Ela tem quinze anos, suas notas na escola são ótimas, é a melhor no treinamento da matilha, está em ótima forma fisica e consegue se defender muito bem! Vamos relaxar um pouco mais, deterinar onde ela pode e onde não pode ir! E não proibir tudo como estamos fazendo, acho que está é a única solução! Acrescentou Mikael.
A fera dentro da Bela - Gilian Hebsley Larsen.
Em algum lugar próximo dali (...)
A música estava alta, mal conseguia se ouvir, logo olhando a frente estava sua irmã com a cara de tédio de sempre. - LENA! Gritou e a irmã a olhou irritada.
- NÃO SOU SURDA! Pegou no braço de Gillian e chegou perto de seu ouvido. - A gente podia ir agora?
- Não antes de você conhecer aquele ali! Apontou para um homem no fim da pista que olhava para sua irmã!
A mesma balançou a cabeça em negativo. - EU NÃO QUERO CONHECER NINGUÉM, EU SOU NOIVA! Voltou pra pista de dança e pegou uma bebida da bandeja que passava por elas.
- Eu também quero!
- Você é de menor!
- E você não é meu pai, nenhum deles! Pegou o copo da irmã e começou a bebê-lo e por fim sorriu devolvendo-lhe o copo vazio.
Enquanto dançavam ela bebia mais e mais, sem aparente controle, Gilly tinha alta resistência a álcool, o que a fazia não perder o controle e na maioria das vezes era Helena que saia tonta da festa. Depois de horas ali, resolveram voltar pra casa, ou melhor Gilly resolveu que era hora de voltar. - Lena, está tudo bem? Perguntou enquanto a mesma a olhava tentando focar seu rosto.
- Não consigo ver nada e acho que fiquei meio surda também!
Gillian riu e as duas continuaram andando, era madrugada, por volta das duas e meia da manhã. Estavam sozinhas na rua quando um grupo de rapazes começou a segui-las, Gillian deu sinal para vários táxis, mas nenhum parava. Foi quando ela se virou. - Agradeceria se vocês parassem de nos seguir!
Um dos jovens riu, ele era alto, bonito. Porque faziam aquilo? Não importa, não vai sobrar muito deles. - Gatinha! Anunciou um deles que vinha por trás da mesma. - Não quer nos dar uns beijinhos e uns carinhos? Ai vamos embora, prometo! Riu e continuou aproximando-se, como era nítida a falta de senso deles ao fazer aquela aproximação brusca, aproveitavam-se da falta de iluminação da porcaria daquelas ruas, da falta de vigilância e movimentos de pessoas aquele horário, mas Gillian também se aproveitava disto.
- Não estou afim, desculpe! Não curto garotos! Riu e alongou o sorriso sarcástico. - Podem ir embora agora, que já nos resolvemos! Começou a andar novamente, foi quando um deles a barrou. - Não tão rápido delicia!
- Certo, vamos lá! Quem eu vou matar primeiro! Dizia colocando Helena sentada no chão enquanto os observava aproximando-se.
- Matar não. Dizia Helena. - Papai disse sem corpos, você sabe!
- AH que inferno! O que eu faço?
- Quebre o braços e as pernas!
- Está bem, que saco! Olhou para os garotos que riam das mesmas. - Vocês estão com sorte, hoje só vou quebrar vocês! Puxou de dentro da blusa um pequeno bastão de defesa pessoal que levava por dentro da camisa. - Quem vai ser o primeiro?
Um garoto veio na direção dela e tentou agarrá-la, seus olhos brilharam dourados como nunca, ela adorava aquilo, a adrenalina, enquanto golpeou o garoto tão rápido no pescoço e no cotovelo ouvindo o estalo do osso, uma cabeça foi dada no homem que se posicionou atrás dela, enquanto ele se afastava com a mão no nariz recebeu um golpe na perna, em seguida o outro e então alguns correram. - Acabou? Gritava! Sério? Aff. Abaixou-se pegando a Helena. - Ultimamente não consigo nem aquecer, quando eu matava, era melhor! Podia ouvir eles pedindo para que eu parasse!
- Gily, sério? Você sabe que o papai já está cansado disto! Você não deveria ser quem nos ensina a viver em harmonia com eles? Hm? Tenho um noivo humano, não podia odiá-los tanto assim!
- Seu noivo eu odeio, até mais que isso!
- Cala boca e me leva pra casa! Apoiou o braço no pescoço da irmã e seguiram pra casa. - Se eu vomitar, a culpa vai ser sua!
- Não mandei você beber, bebeu porque quis!
Helena bufou e se preparou para o sermão que viria antes de ela desmaiar na cama de cansaço e embriaguez.
A luz da sala foi acesa e a mãe estava sentada em uma cadeira. - Boa noite, ou melhor... olhou o relógio. - Bom dia! Os dedos tamborilavam pelo braço da cadeira e a frente dela as duas garotas se olhavam, sem reação. - Não tem nada a dizer, Helena? Você é a irmã mais velha! Não sabe quando é a hora de pegar a Gilly pelo braço e a trazer para casa?
- Desculpe, mãe! De cabeça baixa se dirigiu as escadas e subiu para o seu quarto.
- Quanto a você Gillian! Espero que saiba que seu castigo apenas começou, viu? Além de ser proibida de ir as festas como estava antes, vai treinar mais horas, vai dedicar todo o seu tempo e energia a isso! Me entendeu bem?
- Sim, mamãe! Gillian respondeu indo também em direção as escadas. Logo a mãe veio atrás dela, seguiu no corredor e entrou no quarto de Marcos.
- Está tudo bem? Levantou-se vendo ela se aninhar em seu peito. - Ela está machucada? Mas Meisy não dizia nada, foi quando ele percebeu as lágrimas em seus olhos. Lágrimas que vinham ao perceber que Gillian não estaria preparada para cuidar dos humanos e uni-los aos lobisomens, para assim enfim unificar as matilhas, tirando-lhes o único motivo para se isolarem, os humanos. Mas ao contrário, pode perceber que ela só fortaleceria o ódio entre ambos.
- Ela não vê o perigo a qual está expondo todos nós! Ele vai achá-la, eu sei que vai! E não só ele, todos eles. Soluçava sem consolo, e ficou ali a noite toda, enquanto Marcos com os dedos entre seus cabelos a consolava, acariciando-a, abraçando, protegendo a esposa.
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Sangue Alfa Livro II - Fervendo
WerewolfGillian foi criada junto a Helena sua irmã adotiva, porém, a jovem ruiva sempre teve o temperamento tempestuoso e exagerado, tão diferente de sua irmã doce e ingênua, mas juntas elas deixam todos de cabelos brancos. A filha biológica dos Larsen não...