Sangue Alfa Livro II - Fervendo

Capitulo 26

Os pais da pequena loba sairam e como sempre ela não havia sido levada junto e pela primeira vez, ela já não se importava com aquilo, tinha outros planos! 

- Gillian, pode ir cancelando seu "encontro romântico"! Se é que posso chamar assim, aquele amor platônico que você sente pelo Jason e ele de forma doentia corresponde! 

- Do que está falando? Questionou a mesma, levando as louças a pia, tirando a mesa, como foram ensinadas desde pequenas. Apesar das empregadas, eram moças muito educadas. 

- De seu celular vibrando sem parar, ele deve estar na porta! Mas... eu não vou sair daqui e você não vai subir com ele. Afinal, você fez questão de estragar meu jantar, lembra? 

Helena lembrou-a rancorosa. 

- E você não pode ir se resolver com seu namorado? 

- Não! Disse de forma rispida, e dirigiu-se a sala, sentando-se com um livro nas mãos. 

- Você disse nada de quarto, vamos na varanda então, é público o suficiente? Questionou a irmã caçula com os braços cruzados! Farta de toda aquela história! 

Peter (...)

Lembrar-se de o quanto ele queria aquilo, era frustrante, mas também tirar o peso de que ele mal conseguia ser presente para Melissa e George. Saber que nunca este na vida de Gillian, só iria piorar o que ele sentia. Finalmente, ele tinha paz, de sua maneira torta. 

Foi para casa, desesperado por encontrar seus filhos, e assim que entrou encontrou George ainda debruçado sobre o piano e o olhar distante. Sempre esteve fora do alcance, desde que sua madrasta havia falecido, realmente não houve um dia de paz para eles. Tudo era guerras, dúvidas, amigos se transformando em inimigos e os inimigos antigos reaparecendo e trazendo com eles novas angústias. Perdeu tanto tempo como alfa, perdeu o crescimento deles, suas paixões, suas frustrações, seus caprichos de criança. A família que eles conheciam não era nos braços se quer de um parente, mas sim com sua matilha, com eles tiveram todas as suas vivências, eles eram sua força e Peter agradecia ter a lealdade daqueles lobos, pois sabia o valor de cada um deles. 

Música tema:   Lily Allen - Somewhere Only We Know

- Espero que não seja tarde, para cumprir meu papel te aconselhando! Peter podia não ter sido tão presente, mas nunca deixava os filhos sozinhos. George sorriu, enquanto agora ambos olhavam o nada, eles já tinha feito aquilo antes, já que ambos eram péssimos em usar as palavras para dizer o que sentiam. - Olhando a chuva, igual quando você era criança! O que está havendo? Achei que quando terminasse com a Isabella, tudo ficaria melhor, você já não suportava mais aquele casamento! 

As palavras do pai eram sinceras, mais o feriam da mesma forma, estava tão cansado para explicar a ele que não podia deixá-la simplesmente, que parte dele vivia com ela, nos anos que ela desperdiçou tentando fazê-lo amá-la! 

- Eu não sei, como posso recompensá-la! Confessou, ainda olhando as gotículas de água escorrer pelo vidro! E agora já também discretamente por seu rosto.

- Recompensá-la pelo tempo que ficou ao seu lado? 

Lembrança (...)

  Christina Perri - Human  

- Não, pare! Por favor, George, isso não é justo! Gritou quando o mesmo bem mais alto e mais forte a laçou pela cintura e pulou no lago da matilha. - AAAAAAH! Ambos explodiam em gargalhadas, era um riso cheio de significado, eles afundaram, o ar faltou e eles subiram simultaneamente a superficie. - Eu...

Antes que Isabella terminasse a frase, ele a beijou, foi um beijo abrasador, pelo qual ela ansiava tanto, há tanto tempo! Ela o retribuiu de imediato, o puxando para perto, ansiosa, sem ressalvas, estava entregue a ele. 

- Eu senti tanta vontade de fazer isso! Acariciava o rosto do lobo, guardando os detalhes de ter seu sentimento retribuido, guardando as imagens do sorriso dele, que trazia suas covinhas á tona. Aproveitando o que os tempos de paz traziam para ela e alegrando-se com a oportunidade de fazê-lo feliz, finalmente. 

- Não vamos falar! Repetiu ele trazendo de novo para o beijo, enchendo-a de esperanças, de que eles poderiam construir uma vida juntos, mesmo sem o Veigrht. 

Mas eles não puderam, aquela alegria jovem e inocente, durou tão pouco, escorreu por entre os dedos como areia, ainda mais depois de três abortos, uma traição de George e a aniquilação de toda e qualquer esperança de que pudessem viver em paz. As brigas os desgastavam mais do que qualquer coisa, ter uma conversa civilizada era uma missão impossível, praticamente estavam implorando para que alguém os obrigasse a terminar, coisa que eles não tinham coragem de fazer, pois tinham a vã esperança de recuperar aquelas lembranças perdidas, tão joviais e cheias de alegrias. 

Atualidade - Casa dos Larsen (...) 

- Olá Jason! Anunciou Helena impondo sua presença assim que o jovem lobo cruzou a porta. - Estou de olho em vocês, okay?! Você me entende, não é? Coisa de irmã mais velha! Em momento algum a loira tirou o livro de frente do seu rosto, apenas jogou as palavras ao vento, enquanto eles passavam por sua frente. 

- Helena, preocupe-se com seu romance água com açucar, e relaxe, estamos na varanda! Gillian já estava farta da irmã.  

Arrastou o homem pelas mãos até a varanda, e já não aguentando mais o beijou, assim sem aviso prévio, mais o mesmo retribuiu na mesma hora, com a mesma intensidade, eles já estavam próximos, seus rostos colados, os olhos ainda permaneciam fechados. - Ok, porque está me beijando mesmo?! 

- Porque eu quis beijar você! Explicou objetiva. - Porque você foi um verdadeiro cavalheiro comigo, quando eu estava preocupada com os meus pais e durante todos esses dias que treinamos, resolvi que era uma boa hora para retribuir! 

Os dedos dela deslizaram pelo pescoço dele, lhe alcançaram a nuca e trouxeram seus lábios de volta pra ela, ambos sorriam, fascinados com a entrega um do outro. 

- Sem o Veigrht? Tem certeza? Achei que sua mãe sendo a alfa, isso seria o primeiro requisito que deveria ser preenchido na lista pelos seus pretendentes! Arriscou. 

- Sim, mas talvez, nunca aconteça comigo, isso é bem provável! 

- Não diga isso! Talvez, você só esteja olhando... para o cara errado! 

- Talvez... quer ser o cara errado hoje? 

Ambos sorriram, entregues aquela nova sensação, se descobrindo mutuamente, sim ... ele podia ser o cara errado.