Desafio 3 - Os humanos.
Os humanos eram um problema com certeza, e agora eu podia ver isso claramente.
Durante a aula de química nós tivemos que nos separar em... sim, em grupo! Meu pior pesadelo, odeio ter que conviver com outros seres diferentes de mim, não só fisicamente, mas intelectualmente. São inferiores a mim e ainda pior, certas vezes se acham superiores, o que mais me irrita.
- Grupos formados? Perguntou o professor que já vestindo seu jaleco enfiava as mãos no bolso, pegava um gis e começava a rabiscar algumas formulas e medições que seriam realizadas. E eu? Bem, eu ainda estava ali no meio, totalmente perdida, não me encaixava em nenhum grupo, mas eu não me importava, se ele me desse a oportunidade me sairia muito bem sozinha, sem precisar deles.
- Vejo que você está novamente sem grupo Gillian, una-se a Mattew e Olavo!
O professor não se virava para ver que eu estava sozinha, isso ele já sabia. Mas se virou para ver se realmente eu iria obedecê-lo e ir ao grupo designado, e só se virou novamente, quando me viu pegar o meu caderno, descer da cadeira e arrastá-la até a bancada onde eles estavam.
- Hey, tudo bem? Perguntou Mattew!
- Sim! Respondi tentando por um ponto final no assunto e continuar o trabalho. O dia se seguiu e eu me via cada vez mais pressisonada a falar com eles, como meu corpo todo ficava rigido e cheio de tensão ao ver que os mesmos estavam fazendo algo errado.
- Eu preciso ir embora! Peguei a mochila assim que a aula acabou e sai correndo, pegando todas as minhas anotações e enfiando na mochila. Eu deveria ter agradecido pela companhia, mas estava mega atrasada para o treino, e eu ainda tinha que me trocar. Entrei no primeiro banheiro em frente a sala, cheio como sempre, aquilo já me fazia ofegar, odiava o vestiário, mas parecia que mais pessoa pensavam igual a mim. Vamos, droga! Deixou a mochila sobre o vaso, tirou o uniforme de lider de torcida de dentro da bolsa e começou a vestir-se, tirou a calça e a blusa, substituiu por sua saia azul com branco de pregas que mal cobria a popa de sua bunda, também colocou uma regata azul clara que faziam jus as cores da escola. Guardou suas roupas antigas e sau dali em disparada. Ao chegar no treino, todas já estavam aquecendo, algumas garotas faziam abertura zero, outras faziam poli chinelo, outras se alongavam de outras formas, jogou a mochila nos pés da irmã que carregava o apito de treinadora e a olhava com a feição de aborrecimento rotineira, a mesma olhou por seu relógio e em seguida apontou para as que faziam abertura zero. Prendi o cabelo em um coque e fui até lá. Meu cabelo comprido cismava em soltar-se e ficar em um rabo de cabelo, os cachos somente nas pontas o deixavam com o estilo selvagem que eu gostava, mas minha familia achava que aquilo era meigo.
- Eu não quis me atrasar! Dizia com as pernas estiradas ao meu lado, enquanto ela me olhava de cima, me fuzilando somente com os olhos. - Eu juro! Fizemos algumas experiências, por isso demorei!
- Silêncio! Apanhou o apito e o soprou fazendo todas ficarem em alerta. - Temos que treinar duro hoje, se caírem levantem-se de imediato, podem começar pela corrida de obstáculos no canto direito da quadra. Gillian apenas observou e balançou a cabeça negativamente, já não bastava o treinamento? Odiava exercitar-se daquele jeito, correr, ser livre como loba era outra coisa, mas as regras eram... um saco!
Desafio 4 - Dois pais e uma mãe.
Bem tenho certeza que estão se perguntando como minha mãe vive com dois homens e não é acusada de bigamia, não é mesmo? Todos me perguntavam a mesma coisa na escola. Mas a resposta é fácil, legalmente minha mãe só é casada com o meu pai Mikael, que ela diz ser o amor de sua vida. Desconfio que quando o verdadeiro e único amor foi embora meu pai... Marcos! Até hoje ele não se conforma, mas aceita, teve que aceitar! Minha casa e minha matilha, são totalmente matriarcais, minha mãe manda em tudo e em todos com mãos de ferro.
- Eu não disse pra você que os doces eram pra quarta? Ah eu disse sim! Não se faça de boba, Jemell'e! Essa voz é minha mãe gritando ao telefone provavelmente com a responsável por trazer os doces da minha festa de quinze anos, e ela não vai parar enquanto tudo não for do jeitinho que nela sonhou, nos mínimos detalhes.
- Olá mamãe! Adoro mimá-la, apesar de neurótica, eu a adoro de todo o coração. - Tudo bem?
- Meu amor! Me puxando para perto e eu cedi. - Você está toda suada Gillian, me diga que estava fazendo o treino das lideres de torcida?
- Sim! Foi tudo que respondi, vendo a empolgação dela morrer em seu rosto.
- Filha, você não vai poder sair por essa semana, okay? Existe alguns preparativos como ..... Enrolou para falar? Vai me afrontar. - Sono! Sono é uma coisa básica, não quero essas olheiras horriveis no rosto do meu bebê! Disse por fim me enchendo de beijos e apertando minhas bochechas.
- Não preciso dormir tanto, só preciso substituir o sono pelo ál... Travei, opa! Não posso dar este tipo de informação preciosa para Meisy Hebsley essa mulher era obcecada por mim, ri em meu próprio pensamento.
- Al? Do que está falando?
Adoro a cara de curiosa dela. - Nada mamãe, relaxe, vou dormir hoje a noite toda, prometo! Realmente eu iria, estava acabada e no outro dia, teria que visitar um amigo da familia, e não sabia porque meu pai Mikael estava muito aflito com esta visita a outra matilha, pra mim era sempre a mesma baboseira, não havia novidade.
- Obrigada, minha flor de lótus! Agora vá deitar.
Duas horas depois (...) - Narração Gillian.
Achava que era um sonho, pelo menos era o que parecia. Me revirei na cama, estava escuro, senti suor escorrendo por meu focinho eu corria em forma de loba, mas algo me atingia minhas costas. Minha sonolência me tomava de tal forma que eu não sabia se aquilo era real ou invenção da minha cabeça, precisava correr, mas meu corpo não me obedecia, meus pés estavam colados ao chão úmido daquele lugar, encoberto pelas árvores altas, eu rosnei e comei uma corrida para me salvar, me distanciando do meu perseguidor pensei que não conseguiria suportar a corrida até o fim. Foi quando ele apareceu, de imediato eu percebi eu nunca tinha visto este homem, mas ele sempre estava me espreitando, e vinha em minha direção com algo que tentava me prender, virei humana para me defender com mais facilidade de seus golpes, me esquivei e arfei, estava zonza e minha visão reduzida, onde eu estava? Não saia sozinha, onde estavam todos? Meu coração estava acelerado demais, mal sabia quão grande era o erro de ter me transformado perto dele, ele me atingiu com algo no abdomen, sangue, sangue, muito sangue, não consigo reagir, gritos, tiros, rosnados! Ele está na matilha? Não sei. Só consigo fechar os olhos e ouvir, quero gritar até meu pulmão rasgar, a dor está me consumindo!
- AAAAAAAAAAAH! Meu próprio grito me acorda, estou sentada na cama, a janela está aberta e batendo com força, o vento está chacoalhando-a, lembro-me de ter fechado, mas ultimamente, minha cabeça e eu somos estranhas. - O que está havendo comigo e quem é esse homem que me persegue? Porque tenho a nítida impressão de conhecê-lo? Falo em voz alta com meus próprios pensamentos, mesmo sabendo que não terei resposta coerente, olho o relógio, como sempre... três da manhã! Escuto os passos da mamãe no corredor, ela sempre tem pesadelos também, acordamos juntas, desconfio que seja ela que me transmita seus pensamentos, isso seria possível? Ou será que sou eu o alvo deste mistério? É a mim que ele quer?
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Sangue Alfa Livro II - Fervendo
LobisomemGillian foi criada junto a Helena sua irmã adotiva, porém, a jovem ruiva sempre teve o temperamento tempestuoso e exagerado, tão diferente de sua irmã doce e ingênua, mas juntas elas deixam todos de cabelos brancos. A filha biológica dos Larsen não...