Sangue Alfa Livro II - Fervendo

Capitulo 6

O julgamento (...)

1° parte narração Marcos.

Tema: AMY LEE - "With or Without You" by U2

Escureceu rápido demais, foi como se o tempo não quisesse colaborar comigo, e quisesse acelerar ainda mais minha punição e eu sei que merecia ser punido, realmente eu tinha ido longe demais. Escutei passos, eu ainda estava sentado do lado de fora da cabana, só entrei por algumas horas para comer e ver o olhar congelante e enfurecedor que minha mulher me lançava e sair novamente, ficando ali. Os passos se aproximavam mais e mais, até que vi de deslumbre os cabelos loiros que apareciam entre as folhas.

- O bom dos lobos, é que eles nunca envelhecem, sabia?! Toda essa sabedoria acumulada de séculos, e você ainda não sabe o que fazer? Por favor! Resmungava Megan indo em direção a ele.

- Pois é! Foi tudo que ele disse, enquanto olhava para o nada em sua frente e a via se aproximando mais e mais.

- Se você tivesse me beijado, se a gente tivesse fugido, você não precisaria voltar e ser expulso, guardaria sua dignidade! Acrescentou levando a mão a gola da camisa dele, e o empurrando em seguida.

- Eu prefiro ser expulso, mas vê-la uma última vez, não tenho medo do que me aguarda, tenho plena confiança no que sentimos um pelo outro! Era mentira, claro. Não sabia mais quem era aquela loba, não era a mulher frágil que eu conheci, e demonstrava estar em guerra consigo, comigo e com o mundo a sua volta, podia esperar qualquer coisa dela.

- Espero que tenha razão, porque se for expulso, você não vai ver a Gillian, e isso iria doer bastante, não é? Sorriu enquanto se afastava, indo a cabana onde sua família agora se hospedava graças a generosidade de Meisy ao descobrir que eles estavam sendo caçados.

- Meisy... droga! Ainda podia ouvir os gemidos dela ecoando em sua mente, mas porque aquilo não o confortava como antes? Ele sabia que ela queria muito mais que prazer, e ainda tinha uma cópia perfeita dele e mais descomplicada, Mikael. Suas mãos se fecharam e ele socou a árvore a sua frente.

- Marcos? Chamou o irmão aproximando-se. Colocou a mão sobre o ombro dele. - Está na hora! Lamentava pelo irmão, mas ele mesmo procurou aquilo, duas vezes.

A caminho do conselho (...)

Marcos tirou toda a sua roupa, e colocou um manto negro com capuz, levava em sua mão uma adaga com um rubi encrustado em seu pomo. Descalço, humilhado, lembrou-se de como se sentiu quando chegou a esta matilha, e conquistou com muitas dificuldades o respeito que agora estava oferecendo em troca do perdão dela, e só esperava que ela pudesse ver isso. Ver o quanto ele estava disposto a oferecer por ela.

- Iremos começar meus irmãos! Todos rosnaram, olhos dourados iluminavam o caminho dele até a clareira, sozinho, humilhado, caminhava entre eles, ouvindo o que cochichavam enquanto ele passava. - Quem o apresenta? Perguntou uma das anciãs do conselho.

- Eu! Meisy aparecia com um manto cinza, que simbolizava a justiça que seria feita, e um vestido vermelho por baixo, o vermelho significava que havia amor implicado na solicitação de punição, o vestido de algodão desenha cada parte de seu corpo. - A alfa, a esposa, a mãe de suas filhas! Apresentou-se e foi até ele, pegando a adaga. - Somente eu posso tomar sua vida, se desejar! Falou olhando-o nos olhos. O mesmo abaixou o olhar quando ela passou por ele, assumindo a posição atrás de suas costas.

- E você Marcos Larsen! Apresenta-se como diante da matilha? Era aquela a deixa.

Aproximou-se em passos pesados e pesarosos, tirou o manto que o cobria e ficou completamente nu. - Me apresento assim, despido de toda a minha dignidade, vontades, e me torno submisso a ela diante de toda a minha matilha, tudo que desejo é que eu possa ter a chance de ficar em minha matilha, com minha família. Admitiu de forma sincera, pode ver os olhos dos outros lobos com compaixão, e alguns julgando-o. Mas ele não se importou, o importante era que aquilo iria convencê-la de que não havia nada acima dela em sua vida.