Prólogo

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Na adolescência tudo é tão bonito e intenso, não é mesmo?

E passageiro. Como passa rápido! Você pisca e toda sua juventude se foi, você está velho, com um emprego medíocre e um casamento carregado de tédio e não há nada que você possa fazer para voltar no tempo.

Então, por essa razão, você tem que viver ao máximo, curtir como se fosse o último momento de sua vida, aproveitar todas as oportunidades e principalmente, dizer o maior número de "sim" que puder. Afinal, negar algo para si mesmo na adolescência, é crueldade, quase um suicídio.

Você deve estar pensando, o que esta pessoa quer, me falando todas essas coisas?

Bom, para contar essa história você precisa ficar sabendo essas coisas, afinal, nossos personagens estão na adolescência! Então, embarque comigo e venha conhecer a melhor fase da vida deles. Ou talvez, a pior.

(...)

Era um final de tarde gélido, como a maioria dos dias na grande Londres, capital da Inglaterra.

Neste dia, que podia estar sendo maravilhoso para alguns, era uma verdadeira merda uma de nossas personagens. Apresento a vocês, Holly Summers.

- Você poderia colocar uma roupa mais adequada.

- Defina adequada, mamãe.

- Algo que não pareça um trapo de um sem teto, talvez?

Holly revirou os olhos azuis e encarou as roupas que usava. Shorts desfiado, meia arrastão, blusão de uma de suas bandas favoritas, Nirvana, e seu típico all star surrado.

- O que há de errado? – fez uma expressão inocente, sendo cínica, vendo a mãe se irritar.

- Você tem coragem de perguntar? Vista algo descente e arrume este cabelo - a mãe disse, passando a mão compulsivamente pelos cabelos rebeldes da filha - seus tios chegam em vinte minutos.

- Você me fez faltar na aula de violão para receber esses malditos parentes – não que a aula importasse tanto assim, afinal, o professor era uma grande merda e ela não aprendera nada ainda, mas era bom jogar algo na cara da mãe – E ainda quer opinar nas minhas roupas?

- Fale direito comigo Holly, sou sua mãe e você me deve obediência, vá agora trocar esses trapos. Eu não acredito que você usa a mesada que eu e seu pai te damos para comprar isso, não vê que parece uma mendiga? – Holly fechou os olhos, ouvindo, o discurso da mãe ficar cada vez mais distante, devia ser o efeito do baseado que fumara antes de descer.

- Você está me ouvindo? Não adianta me ignorar, isso tudo, esse seu comportamento, é culpa daquela garota, desde que ela se mudou para ca, você vem agindo assim.

- Não abra a boca pra falar assim da Mel perto de mim – Holly levantou-se do sofá, apontando o dedo indicador no rosto da mais velha.

-Você é uma Summers, tem uma reputação para zelar! – cansada da discussão, a morena marchou em direção à porta principal da mansão.

- Onde pensa que vai? Estou falando com você!

- Pra bem longe de você.

E dizendo isso, bateu a porta na cara da mãe.

Não muito longe dali, outra personagem nossa, Katherine Black. Ensaiava com sua melhor amiga, Marianne Coleman.

- Porra Anne, tá com a cabeça onde?

- Estou nervosa – a loira respondeu, andando de um lado para o outro – Nunca dancei na frente de tantas pessoas e bom... Mason estará lá.

Katherine estava cansada da paixão platônica de Anne por Mason Patel, amigo de seu namorado, Kyle Davies, revirou seus olhos castanhos e encarou os olhos verdes da melhor amiga com firmeza.

- Vai dar tudo certo, ok? Basta se concentrar no ensaio – Anne concordou com a cabeça e se posicionou ao lado da amiga – Do começo então... cinco, seis, sete, oito!

Katherine passou o resto da tarde e começo da noite ensaiando com Marianne, no fim, aparentemente a loira tinha pegado a coreografia. Katherine se despediu da amiga depois de um lanche e subiu para seu quarto, tomou um banho demorado e lavou os cabelos, ao sair do banheiro, a morena encarou seu reflexo no enorme espelho que tinha em seu closet. O reflexo não a agradou nenhum pouco. Ela se achava gorda. Imensa. Obesa.

- Merda, eu não devia ter comido aquele hambúrguer com a Anne – ela sussurrou sozinha, conversando com si própria e apalpando seu corpo.

Katherine voltou ao banheiro, pegou sua escova de dentes e a enfiou goela a baixo, forçando, até sentir o gosto horrível do vômito subindo, ela passou cerca de três minutos fazendo o processo, até se sentir "limpa". Katherine sentou no chão e deixou ás lágrimas saírem. Se sentia fraca, se sentia nojenta.

Melissa Reed acabava de chegar em casa, exausta. Era a única garçonete em seu turno na lanchonete que ficava perto de seu colégio, Mel andava para lá e para cá a tarde toda, servindo diversas mesas.

Quando pode finalmente deitar em seu sofá e relaxar, a porta de seu minúsculo apartamento bateu, fazendo Melissa tomar um susto.

- Porra! Que susto Lly, ficou doida? – ralhou com a melhor amiga, que deu risada e fechou a porta atrás de si.

- Foi mal.

- Brigaram de novo?

- Posso dormir aqui hoje? – Melissa gargalhou, assentindo.

- Vem logo morar comigo.

- Assim que eu arrumar um emprego – Mel revirou os olhos verdes e levantou-se, cansada de falar sobre aquilo.

- Eu sei, eu sei... desculpa.

- Você que sabe Summers, minha casa está sempre de porta aberta para você, afinal, se ela estiver fechada, você arromba mesmo – as duas amigas riram e se abraçaram.

- Fiquei sabendo de uma festa, tá afim?

- Festa de quem?

- Aquele amigo do Oliver, o Jamie Baker, aquele que tem aquela mansão enorme.

- Sei - Mel respondeu com a voz carregada de tédio.

- Então, vamos?

- Se eu disser que não, vamos poder assistir filme e dormir?

- Claro que não!

- Ok, então eu tomo banho primeiro.

- Ei, eu sou visita – Holly riu e derrubou a amiga no sofá, entrando no banheiro. 

Esse foi o prólogo, espero que gostem, votem e deixem sua opinião nos comentários. Vou colocar uma foto de cada personagem feminina na capa, essa é a nossa Holly.
Até o próximo.

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