6 - Nossa trégua?

112 9 10
                                    

Por uns dias o Justin se afastou de mim, nos víamos casualmente e ele me acompanhava para fazer compras com a Meredith. Não dizia quase nada e parecia mais sério do que nunca. No início senti uma ponta de desconforto, era como conviver com alguém por obrigação, mas no final das contas parando para pensar era exatamente isso: conviviamos por pura obrigação. Ele por dinheiro e eu por falta de escolha. Desde aquela noite eu ainda não conseguia entender o motivo dele estar segurando o retrato da minha mãe, mas eu irei descobrir quem é Justin Bieber e o porquê de tanto mistério.

- Austin, não seja idiota. _ ri.
- Eu estou falando sério, nunca namorei de verdade.
- Você com essa cara aí? - ajeitei o meu chapéu.
- Sim. Foram apenas rolos durante a vida toda. - ele piscou.
- Oh OK. Vou acreditar.
- Então, como foi o passeio com Meredith ontem a noite?
- Shhhhiu. - fiz careta. - Não fale alto, ninguém sabe que saímos. Foi ótimo, nós fomos a um barzinho com os garotos.
- Você sabe que se o Justin descobrir eu estou mais frito que você. - ele disse em tom preocupado.
- Relaxa, Austin. - segurei na mão dele. - Se o Justin descobrir eu dou um jeito de culpá-lo a si mesmo. Afinal, ele nem consegue me prender como deveria.
- Você não entende Catherine, temos ordens restritas para manter você longe dos olhos das pessoas.
- Isso é estúpido.
- Apenas parece...

Enquanto conversavamos o carro do Justin chegou no portão, Austin abriu e ele entrou. Observei de longe ele estacionar e descer com o celular no ouvido e falando apressadamente. Me despedi do Austin e tentei segui-lo para ouvir o que ele estava falando. Depois de muito caminhar pela casa, Justin saiu pra parte da piscina e eu consegui me enfiar atrás de alguns arbustos perto o bastante para ouvi-lo.
- Eu não vou fazer isso. - ele parecia entediado. - Seria arriscado. Não, não é que não vale a pena, você sabe que sim. Sim, por você eu faria. O sinal continua vindo de lá. - ele fez uma pausa. - E se for uma emboscada? OK. Sim, eu já estou organizando uma ação. OK.
Ele desligou o celular e respirou fundo por um instante e depois começou a caminhar. Por um vacilo tolo eu soltei um grito abafado ao ver um inseto próximo de mim. Ótimo, estraguei tudo. Tô fodida. - pensei vendo o Justin se aproximar dos arbustos. Ele agachou e me puxou pelo braço me olhando com uma cara feia que só Deus pra repreender aquela careta.
- O que tu ta fazendo aí menina? - ele estava tentando parecer calmo.
- Perseguindo um coelho que carregava um relógio. - sorri cínica.
- Você tava me espionando, Cathy?
- Não é da sua conta. - puxei meu braço e saí caminhando.
Ele não iria ficar quieto, eu sabia. Então ele começou a caminhar atrás de mim e voltou a me puxar com firmeza.
- O que você ouviu?
- Nada. Me larga.
- Catherine, você não tem direito de me vigiar.
- Eu já disse que não ouvi nada!

Eu tentei empurra-lo e acabei derrapando na beira da piscina enquanto ele ainda segurava meu braço. Justin desequilibrou-se e eu o puxei comigo, nós caímos na piscina como dois idiotas. E mais uma vez eu me ferrei, caímos na parte funda da piscina e eu não sabia nadar tão bem, ou seja, eu me afoguei. Justin parecia estar achando que eu estava brincando e já estava nadando para a beira da piscina até realmente perceber que eu não estava me debatendo por brincadeira. Ele voltou a nadar até mim e me puxou pela cintura e me encostou na beira da piscina, me apoiando com seu corpo e segurando meu rosto.
- Cathy, Catherine.. - eu estava zonza e mal conseguia respirar. - Cathy, você ta bem?
- Não. - choraminguei.
- Você ta quase roxa. - ele me olhava intrigado. - Não sabe nadar?
- Não o suficiente para cair no fundo da piscina. - eu coloquei os braços em volta dele para me segurar.
- Foi culpa sua, Cathy.
- Você não me deixou ir embora! E não acreditou que eu estava me afogando!
- Você estava me espionando porra!

Ficamos em silêncio. O corpo do Justin estava tão junto ao meu que a única coisa que eu sentia entre nós eram nossas roupas. Seu coração batia acelerado junto ao meu, quase que como em ritimo, eu ainda estava respirando rápido mas agora por perceber o quão próximos estávamos. Era como se o corpo dele estivesse puxando o meu, como uma força da gravidade. Ele tocou meu rosto com as pontas dos dedos e tirou uma mecha de cabelo que estava próximo a minha boca, como se hesitasse um pouco ele voltou a passear os dedos até ela e parou. Nos olhamos por alguns segundos até finalmente os lábios dele tocarem os meus. Ele afundou a mão em minha nuca e com a outra segurava meu corpo contra ele, eu continuava agarrada a ele por medo de afundar mas conforme nos beijavamos eu fui me soltando e passeando as mãos por seu corpo. Eram lábios tão macios, um beijo tão suave e urgente que eu permaneceria ali durante muito, muito tempo. Então aos poucos ele foi parando, dando selinhos suaves e longos, deslizou a boca para meu pescoço e beijou suavemente até retornar para minha boca novamente dando selinhos. Ele me olhou com um sorriso de canto sem dizer nada e me pegou pela cintura, me sentou na beira da piscina e depois sentou-se do meu lado.
- Por que não resistiu? - ele olhava para frente.
- Eu não sei.
- Foi um erro? - ele me olhou.
- Espero que não. - cruzei os braços.
- Não conte a ninguém. - ele levantou e me ajudou a levantar. - Vai se trocar, você deve estar com frio.
- OK...
Nós entramos e cada um entrou no seu quarto. Eu estava tensa, ainda sem acreditar no que havia acontecido. E se pra ele não significasse nada? Não importa, Catherine, pra você não deve significar também. - pensei enquanto tomava banho quente. Foi um beijo, apenas isso. Quantas garotas aquele cara deve beijar por noitada? Quantas idiotas deveriam estar pensando o mesmo que eu agora. Por isso ele perguntou por que não resisti. Sequei o cabelo e pensei em ligar para Meredith e contar o ocorrido, então lembrei do pedido dele e desisti.
Desci para almoçar e a sala estava cheia de malas, os seguranças estavam saindo e Justin estava conversando com Alanis.
- Alguem vai viajar? - perguntei desconfiada.
- Na verdade não, querida. - Alanis veio até mim e me abraçou. - Na verdade é uma ótima notícia! Em breve seu pai estará chegando.
- Finalmente. - falei quase indiferente. - Quando ele vem?
- Dentro de algumas semanas. - ela estava sorridente.
- E ele vai ficar por muito tempo, Alanis? - ainda tinha esperanças de ter meu pai por perto.
- Eu não sei...
- OK. - tentei disfarçar o desapontamento. - Justin, eu quero sair um pouco. Você pode me acompanhar?
- Agora? - ele pareceu surpreso.
- Sim.. Algum problema?
- Não. Vamos.
- Até mais tarde, Alanis. Nos vemos no jantar.
- OK. Bom passeio queridos.

Born To YouOnde histórias criam vida. Descubra agora