8 - A sua procura.

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Cathy narrando:

- Por favor, me deixa ir embora. - continuei insistindo.
- Você acha que eu tô louco de deixar você escapar. - Drake ria.
- Eu prometo que não deixarei o Justin se meter com você!
- Garota, há muito mais coisa em jogo. - ele colocou um capuz em mim.

Depois disso eu não vi e nem ouvi nada. O cheiro que entrou em meu nariz me deixou completamente apagada, eu apenas via reflexos de coisas que já haviam acontecido e outras que eu nem sei de onde surgiram na minha imaginação. Tive alucinações constantes e meu corpo pesava como se estivesse afundando em um lago ou sei lá. Minha mente girava e eu sequer respirava normalmente. - Justin... - sussurrei. Começaram a vir imagens dele, aquele sorriso, aquele olhar triste e uma onda imensa de angústia veio sobre mim. Eu precisava dele ali, eu sabia disso. Eu não poderia morrer sem que ele soubesse. Tudo ficou preto.

- Hey. - senti um cutucão nas costelas.
- Hm..
- Hey menina.
- Q-que?... - abri os olhos vagarosamente.
- Como você veio parar aqui nesse estado? - era uma garota.
- JUSTIN! - gritei pulando da cama que eu estava e ela caiu. - cadê ELE?
- Uma doida não. Por favor Deus! - ela gemeu levantando. - Quem é Justin? Do que tu ta falando mulher?
- Fique longe de mim! - corri para a janela mas tinham grades e eu estava aparentemente em um enorme edifício. - Preciso fugir daqui!
- Fugir? - ela riu caminhando pelo quarto. - Você realmente acha que pode fugir? Você sabe onde está?
- Não. - sentei-me no chão olhando as correntes em nossos tornozelos.
- Me chamo Lauren. E bem... Como é o seu nome?
Por um momento pensei em dar meu verdadeiro nome, mas seria arriscado demais. Eu nem sei quem é essa garota, achei melhor omitir por um tempo.
- Karen. Me chamo Karen.
- Hmm. - ela me analisou. - Está vendo que estamos presas a nossa cama, que temos grades nas janelas e que a porta é trancada durante o dia todo? Quer que eu te explique o que é isso aqui?
- Por favor.
- Senta aqui. - ela bateu na cama e eu sentei. - Bom, aqui é um Cassino clandestino. Tudo isso aqui, eu, você, as outras garotas e o dinheiro que rola aqui dentro, tudo pertence ao Drake. Eu não sei como você veio parar justamente no meu quarto, que é o melhor, mas você teve sorte.
- Sorte? - questionei incrédula. - Viver trancada aqui deve ser um inferno! Eu não sei o que rola aqui, mas não pretendo ficar aqui por muito tempo. Eu vou dar um jeito de sair daqui.
- Você vai morrer se tentar! - ela sussurrou. - Sabe quantas vezes eu tentei? Cara, é melhor que você mantenha a calma por aqui. Eles espancam as garotas que tentam fugir diariamente!
- E por que as mantém aqui?
- Como você é inocente! - ela gargalhou. - Prostituição querida.
- P-prostituição? - gaguejei sentindo minhas mãos soarem. - Quer dizer que me trouxeram pra isso? Ah meu Deus, onde eu vim parar?
- Fique tranqüila. - ela sorriu acendendo um cigarro. - Eu não vou deixar nenhum velho nojento te tocar. Quantos anos você tem? 18?
- 17. - suspirei.
Depois ela começou a me contar o que rolava por aquele lugar. Era um edifício numa zona cara de Los Angeles. Drake era o dono de tudo, comandava boa parte dos crimes cometidos na cidade e sempre deu um jeito de se safar da polícia. Haviam mais de 80 garotas morando ali, algumas estavam nos estados unidos ilegalmente e acabavam recorrendo a morar ali para sobreviver mesmo. Mas diferente de Lauren, pois ela alegou que mesmo estando presa o tempo todo, tinha uma grande influência porque Drake a considerava uma de suas preferidas. Ela não fazia programas a não ser se quisesse, apenas dançava e fazia stripper algumas noites por semana e ganhava grana o bastante para manter-se no topo das garotas que ali estavam.
- As coisas melhoram para mim depois de um ano aqui. - ela sorriu nostalgica. - Até achei que ele estava apaixonado por mim.
- Não me diga que é apaixonada por ele. - falei enojada.
- Não mais. - ela riu. - Mas me acostumei com o poder dele, o dinheiro, as roupas de griffe que ele me dava. Quando se entra nessa vida de luxo criminal, Karen, nós nos acostumamos com muita coisa que não deveríamos nem ter conhecido. Como o amor por um criminoso.

"Amor por um criminoso." essas palavras flutuaram por minha mente e logo ele veio na mente. Justin Bieber, será que ele é um criminoso? Será que ele é tão filho da puta quanto esse Drake? Ah.. Será que esse sentimento maluco dentro de mim é amor?
- Hey.. Karen? - Lauren disse me tirando de meus pensamentos. - Terra chamando.
- Ah.. Oi. Eu só me distrai um pouco.
- Entendo... Bom vou tomar banho, faltam poucas horas para sairmos e ir para o cassino. Quero estar linda. - ela saiu cantarolando enquando a corrente tilintava no chão e entrou no banheiro.
- Quero ir embora. - sussurrei para mim mesma.

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